DEVER DE CRITICAR - Já o temos dito, mas importa repetir. Os munícipes não só têm o direito, mas também têm o dever de criticar. Criticar o que os munícipes consideram mal é mesmo um importante dever, pois assim se pode contribuir para o melhor governo de um município. Na verdade, para elogiar a acção do município já basta a máquina de propaganda cada vez mais afinada e poderosa que quem manda tem ao seu dispor e que tantas vezes usa despudoradamente. E se alguém tem dúvidas consulte a página oficial do nosso município. Ali não há problemas. É tudo uma maravilha.
NEGAÇÃO DA INFORMAÇÃO – o Jornal de Notícias de 18 de Abril de 2024 noticiava, com largo destaque em primeira página, que os ministérios e as câmaras nem obrigados dão acesso a documentos que têm em seu poder e que são pedidos pelos cidadãos ao abrigo do direito à informação, para saberem como são tratados por essas entidades os assuntos que lhes cabe resolver. No interior, o JN informava que as entidades públicas com mais queixas são as câmaras e as juntas de freguesia. O nosso município é bem exemplo disso. Retarda o mais que pode a informação e quando a dá (o que muita vezes não sucede) esconde o mais que pode o que não lhe interessa divulgar. Que o digam os vereadores da oposição, os membros da assembleia municipal e os cidadãos que legitimamente solicitam tais documentos!
LIBERDADE – Felizmente isto pode ser escrito porque vivemos numa democracia que dura já há mais anos que o regime ditatorial que a precedeu. Há cinquenta anos antes ter o atrevimento de criticar quem mandava custava caro. Celebrar a democracia que vivemos é um dever que com gosto e alegria cumprimos. E não podemos deixar de elogiar os militares que em 25 de Abril restituíram aos portugueses a liberdade que não tínhamos e abriram caminho para a construção do regime democrático que hoje temos, com a participação dos cidadãos. Particularmente daqueles cidadãos que lutaram e lutam por uma sociedade, quer a nível nacional, quer a nível local, “livre, justa e solidária” como ordena o artigo 1.º da Constituição da República Portuguesa.
FAMALICENSES EM DESTAQUE – O facto de famalicenses estarem em lugar de destaque merece aplauso, independentemente de concordância política ou não. Assim importa salientar a presidência do CDS pelo Dr. Nuno Melo; a eleição para deputado na Assembleia da República do Dr. Jorge Paulo de Oliveira (ao mesmo tempo Vice-Presidente da mesma); e a candidatura, num prestigiado segundo lugar, do Dr. Paulo Cunha ao Parlamento Europeu. A democracia é também isto. Divergir nas ideias, mas respeitar as pessoas. É por isso que a democracia é o melhor de todos os regimes políticos conhecidos.