quinta-feira, 28 de novembro de 2024

Jorge Moreira da Silva

DEMOCRACIA E CRÍTICA  – Como tenho dito e redito não costumo escrever, em regra, para elogiar a Câmara Municipal. Disso bem cuida ela através dos serviços ligados à Presidência e de que é  exemplo o Boletim dito de “Informação” que tem o cuidado de publicar quando entende oportuno. Acresce ainda a página oficial do município e a publicidade que faz nos meios de comunicação social para dar conta dos seus êxitos. Nestes textos cabe-me criticar o que, no meu entender for de criticar, assim procurando contribuir para o bom governo do município. Não há democracia sem livre crítica.

SAIBA QUANTO CUSTOU – Também tenho dito e não é demais repetir. Há um município aqui perto que tem na sua página oficial uma secção intitulada “Saiba quanto custou”. Este município entende que os seus munícipes têm o direito de saber como, quanto e onde é gasto o dinheiro do município. Desde o simples gasto de 300 euros ou menos numa conferência que organizou  até 300.000 euros ou mais numas obras. Porque não sucede o mesmo no nosso município?

JORGE MOREIRA DA SILVA –  Quando várias dezenas de pessoas esperam mais de hora e meia (das 18,30h às 20h)  para ouvir presencialmente Jorge Moreira da Silva(JMS) no auditório da Biblioteca Municipal Camilo Castelo Branco falar sobre “Ambiente e Sustentabilidade” é porque o prestígio deste famalicense é muito alto e porque o tema o merecia. Assim foi.  O atraso de JMS deveu-se principalmente a um acidente na Auto-Estrada Lisboa Porto, junto de Aveiro, mas soube condensar em 30 minutos o essencial do que vinha dizer. E o que disse deve ser bem assimilado pelos famalicenses e posto em prática também no nosso município sem demora.

FAMALICÃO - O LUGAR DAS FESTAS – Lê-se nas largas dezenas de pendões colocados em postes da cidade: “Famalicão – o lugar do Natal”. Mas é um pendão humilde. Famalicão é muito mais do que o lugar do Natal. É o “Lugar das Festas” ao longo do ano. Salientemos as principais. Começa com a Festa do Carnaval, avança com as Festas Antoninas, continua com a Feira do Artesanato e da Gastronomia e termina o ano com a Festa do Natal ( que começa em Novembro e dura até Janeiro do ano seguinte). Estas são as principais, mas ainda há outras. Nelas se gastam milhões de euros, quando boa parte desse dinheiro tanta falta faz para resolver problemas da cidade e do concelho.

PILARETE DA PRAÇA D.ª MARIA II – A colocação de um “bonito”  pilarete na Praça D.ª Maria II na passada  2ª feira, dia 10 -11-2024 merece um comentário. Era necessário gastar tanto dinheiro ( fala-se em mais de 130.000 euros) para controlar a circulação de automóveis naquele local? Não havia outro meio mais barato para obter o mesmo fim? E já agora? Quanto custou mesmo? Será preciso perguntar à Câmara? Se alguém for à página oficial do município e colocar, na importante secção “O que procura?”,  a  frase “Custo do Pilarete da Praça D. Maria II” encontra 326 ocorrências que desanimam logo qualquer  pesquisa.

quinta-feira, 21 de novembro de 2024

A Acácia do Jorge

 REMENDA O TEU PANO – Há um ditado popular que rezava e reza  assim: “Remenda o teu pano e durará mais um ano. Volta  a remendar e voltará a durar.” Este ditado está esquecido numa civilização que deita quase tudo ao lixo. Importa recuperar esta sabedoria popular e aplicá-la neste e em muitos outros domínios.Com toda a facilidade deitamos fora, ao mínimo defeito encontrado, roupa, calçado  e tantos outros objectos úteis em vez de os reparar, ajudando, desse modo,  a acabar com as já poucas pessoas que se dedicam – e bem-  a esses trabalhos. A continuar a fazer montes de lixo  vamos por muito mau caminho nesta sociedade do desperdício.

ESBANJAMENTO – Choca ver  pessoas que não ficam chocadas com o esbanjamento de dinheiro de pessoas que têm tanto que dá para o gastar em festas pomposas,  carros caríssimos, iates, prédios faustosos, jatos particulares e outros luxos. E não são poucas essas pessoas com tanto dinheiro tão mal gasto, mesmo no nosso país.

JORNAIS DIÁRIOS – Vale a pena ler jornais como o Jornal de Notícias e também, ainda que em menor medida, o Público para ver o que de bom e menos bom se passa nos municípios do nosso país e a partir daí comparar com o nosso. No JN de 2ª feira (18-11-2024) podia ler-se que no município de Viana do Castelo há mais de 8.000 estrangeiros de 82 países. Mais se lia que o município que já tem um centro de acolhimento e apoio à integração de imigrantes criou um segundo centro que irá funcionar a partir de janeiro de 2025. Uma das maiores preocupações destes centros é o reforço de aulas e actividades para aprendizagem de português. Mas não só. Vale a pena ler toda a página 14 do JN. E no nosso município o que se passa? Quantos são os estrangeiros aqui residentes? E temos centro de acolhimento? Tentei saber através de um simples telefonema. Responderam-me que tenho de formalizar o pedido. É esta a proximidade entre eleitos e eleitores que a Câmara apregoa!

VESPA ASIÁTICA –  Foram destruídos mais de 27 mil ninhos de vespa-asiática em Portugal em 2023. O número de ninhos de vespa-asiática destruídos em Portugal revela a forma como a espécie se tem alastrado pelo território: só no ano de 2023, foram avistados 29.039 ninhos desta espécie invasora e destruídos 27.884 ninhos, de acordo com os dados cedidos pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) ao jornal Público. E em Famalicão? Qual é a situação? Sabemos quanto ninhos existem? Quantos ninhos foram destruídos completamente no nosso concelho em 2023? Quem está à frente desta luta? Será esta uma batalha perdida como dizem já muitos apicultores? Uma coisa é certa: esta batalha não tem um rosto a nível nacional e devia. É urgente!

ACÁCIA DO JORGE – Os serviços municipais de Famalicão abateram sem autorização a “ acácia do Jorge”, árvore que foi plantada pelo filho de Camilo Castelo Branco e referenciada na obra do romancista. Isto noticiava na terça-feira (19-11-2024) o Jornal de Notícias online pelas 11 hora da manhã com mais detalhe. Esta árvore que era uma “réplica” já muito antiga e que não estava morta deu origem a um inquérito interno levantado pela Câmara Municipal. Este assunto merece um tratamento detalhado para saber o que se passou. O que se sabe é que a Casa de Camilo, neste momento, não tem um Director como sempre teve e deveria ter.

(JF-21-11-24)

quinta-feira, 14 de novembro de 2024

Mancha Negra

MEA CULPA – Errei na semana anterior ao dizer que foram cortados os cedros do cemitério municipal. Não eram cedros, mas ciprestes. E parece que errei também ao dizer que foram bem cortados porque danificavam os jazigos. Segui ao escrever isto, informação que me deram e considerei credível. Ora, leitor atento, chamou-me a atenção para o facto de as raízes dos ciprestes crescerem na vertical e assim estas serem árvores próprias para os cemitérios. Vou tentar esclarecer devidamente este assunto.

PISTA CARLOS BACELAR – A Avenida Carlos Bacelar situada entre a rotunda de Santo António e o fim do túnel da rotunda Bernardino Machado não é uma avenida citadina, é uma pista para aceleração dos  automobilistas. E só tem  passeio do lado poente ( o que não deixa de ser algo estranho para uma avenida). Urge fazer ali uma intervenção para a tornar amigável para os peões o que só pode acontecer se passar a ter passadeiras com semáforos ( é a única avenida central da cidade que não os tem). Precisa também de ter uma abertura de acesso à Rua Ana Plácido para quem circula de sul para norte, facilitando o acesso ao hospital. Também deve permitir aos peões aceder  facilmente ao parque de Sinçães  sem terem de subir escadas até cinco metros de altura.

FONTE DOS PELAMES – É deplorável o estado em que se encontra a fonte do Pelames junto da Universidade Lusíada (Antigo Hospital Velho). Nota-se bem a falta de uma junta da nossa freguesia. Rui Araújo tem muita informação e fotos sobre esta fonte (e não só) que devem ser divulgadas. Nós desprezamos o nosso património e a nossa história local.

PETIÇÃO PARA AMPLIAÇÃO DO PARQUE DO VINHAL – Circula desde 4 de Novembro de 2024 uma petição pública para ampliação do Parque do Vinhal que me parece de todo o interesse. O Parque do Vinhal situado a poente  da rua Amadeu Mesquita ( Antiga Estrada Nacional que conduzia para a Póvoa de Varzim e para Barcelos)  bem precisa de ser ampliado e nada se deve fazer a sul desse Parque sem prévio estudo e divulgação. Veja,  assine  e divulgue a petição se estiver de acordo, pesquisando no google com o nome acima ou com este endereço https://peticaopublica.com/?pi=PT122998

CENTRAL DE PAINÉIS SOLARES DE OUTIZ – É uma brutalidade o que se está a fazer nas terras de Outiz, Vilarinho e não sei se outras. É preciso ver as obras em curso para ficar com uma ideia aproximada do que ali está a acontecer. Visitei-as no dia 12 de Novembro de 2024, indo até à Senhora da Guia (Outiz). A nosso ver esta Central vai ser a maior mancha (bem negra) deste mandato autárquico que termina em 2025.

ELEIÇÕES LOCAIS -  As eleições locais estão aí à porta (menos de um ano)  e, como já tenho dito,  para mim é muito mais importante termos boas listas de candidatos do que ganhar a lista do partido A ou B ou eventualmente ainda  de uma muito pouco provável lista de  independentes.

GOVERNO SOMBRA -  Alguém me dizia, em conversa bem recente,  que deveria haver  um “governo sombra” do principal partido da oposição na nossa terra . Acrescentava mais, dizendo  que esse “governo” já deveria existir desde há 4 anos e que se saiba não existe ou não se dá por ela. Estou inteiramente de acordo.

 (JF-14-11-24)

quarta-feira, 6 de novembro de 2024

Cemitério Municipal, Planeamento e Vida

CEMITÉRIO MUNICIPAL I – O Cemitério Municipal de Famalicão espelha bem a vida do nosso

concelho em termos de urbanismo. Não temos sido capazes de planear a nossa cidade ao

longo de décadas. Como foi possível que não tenhamos sido capazes, por exemplo, de

desfazer a curva apertada que rodeia a frente do cemitério, quando tanta possibilidade

tivemos para tal, pelo menos desde quando a fábrica de artigos de cimento de Alves, Oliveira e

Machado, Lda deixou de funcionar ali em frente? Em vez de melhorar a curva, alargar a rampa

de acesso à entrada principal do Cemitério , dar até espaço para estacionamento e para fazer

um bom passeio do outro lado da Estrada, mantivemos tudo na mesma e deixamos construir

um “armazém” para inspecção de automóveis como se não houvesse na cidade outro lugar

para o colocar.

CEMITÉRIO MUNICIPAL II – Com uma rampa de acesso tão estreita como a que existe, como é

de estranhar que uma condutora tenha tido um acidente, deixando cair o automóvel que

conduzia na Estrada Famalicão- Guimarães no passado dia 2 de Novembro de 2024? Ela bem

pode pedir responsabilidades à Câmara Municipal que as tem, porque não cuidou de resolver

o acesso à entrada principal do Cemitério.

CEMITÉRIO MUNICIPAL III – E fiquei a saber que se pensa ( se é que não está já decidido) abrir

uma estrada/rua do lado sul do cemitério para dar saída ao trânsito de veículos,

nomeadamente camiões, que circula na zona industrial que foi crescendo nas traseiras

deste, sem qualquer planeamento, como é costume e que querem entrar e sair na EN

Guimarães- Famalicão( “Avenida” do Brasil) – Aditamento: já depois de escrito este parágrafo

obtive a informação de que existe para aquela zona uma unidade de execução aprovada

(Murgeira- Requião) que tem a particularidade de fazer o cerco completo ao cemitério pelo

lado sul. Corrijam esse erro! Tenciono voltar a falar dela. Ver o link de acesso no fim deste

texto.

CEMITÉRIO MUNICIPAL IV – E do cemitério e de planeamento ainda muito teríamos para dizer,

pois não existe ou não é conhecido um plano para tornar o espaço interior do Cemitério um

lugar onde os vivos possam estar bem perto daqueles que continuam a fazer parte das suas

vidas, em tempo de calor ou de chuva. Pensa-se certamente que o Cemitério deve ser um

deserto de jazigos de pedra, de sepulturas térreas e em gavetas, mas pensa-se mal. As

árvores, por exemplo, desde que adequadas nas raízes e na copa fazem falta. As oliveiras são

um bom exemplo. Ora, o que se fez recentemente foi cortar cedros e fechar com tijolos a cova

onde estavam plantados. Não! Cortar os cedros compreende-se, pois esta árvore não deve

estar perto dos jazigos, mas ao mesmo tempo deveriam plantar-se árvores apropriadas. E

tantas outras coisas há a fazer naquele espaço.

VIDA – O Cemitério Municipal pode ser visto como a cidade dos Mortos, mas também pode ser

visto como a passagem para uma outra Vida, sob uma forma que nós não sabemos como é,

mas acreditamos ser infinitamente melhor do que a que levamos na Terra. Vida destinada a

todos os que, crentes e não crentes, procuraram praticar o Bem. É belo o Sermão da

Montanha (Bem-Aventuranças). E mais não escrevo, pois falar de Deus é algo de que devemos

fazer com todo o cuidado.

(JF-7-11-24)

PS- Link para a Unidade de Execução (Murgeira-Requião) acima referida:

https://www.famalicao.pt/area-murgeira-requiao