quinta-feira, 19 de dezembro de 2024

Requalificação e Ampliação do Hospital

PEDREIRAS – Quem conduz na EN n.º 14 em direcção a Braga e chega ao alto de Santiago da Cruz, se olhar para o lado direito vê cada vez maior a cratera que a pedreira de Santa Marinha da Portela crava na paisagem, desfigurando-a. Aquilo está autorizado para ser assim mesmo? Ou não há fiscalização? Importa saber com detalhe o que se está a passar e saber também se há outras pedreiras no nosso concelho legais ou não e o seu estado. Sem perda de tempo.

O MAIOR ORÇAMENTO DE SEMPRE – A imprensa local deu largo destaque há duas semanas ao facto de o nosso município ter para gerir, em 2025, um orçamento de 219 milhões de euros, o maior de sempre. Seria natural que os famalicenses soubessem com detalhe de onde vem e para onde vai esse dinheiro. Os jornais locais seriam o local adequado para obter esse conhecimento. O mais certo é que fiquemos com ideias vagas sobre as receitas e as despesas previstas para 2025. Prestaria um bom serviço aos famalicenses alguém que se desse a esse trabalho, informando com a maior objectividade possível a proveniência e o destino desses milhões. Teremos essa sorte? Que há pessoas, famalicenses ou não, capazes de tal fazer não temos dúvidas, que algum ou alguma o faça é outra coisa. Vou tentar encontrar.

REQUALIFICAÇÃO E AMPLIAÇÃO DO HOSPITAL – Pela imprensa  ficamos a saber que o PSD local  defende a requalificação e ampliação do Hospital de Famalicão. Sofia Fernandes, vereadora e líder concelhia do PSD lembrou que existe um projecto de expansão e de reorganização de serviços que está previsto no Plano Director do Hospital de Famalicão. Confesso que desconhecia esse plano e certamente ele está disponível na página oficial respectiva. Tenciono consultá-la e dar conta desse plano. Acresce que para o PSD local “a defesa da requalificação e ampliação da unidade hospitalar de Famalicão é, no curto e médio prazo, a solução mais realista e mais exequível para consolidar o nível de especialização e diferenciação já existente, potenciando-se também, por essa via, o reforço de especialidades complementares”. Acompanho esta posição, pois a não ser que me convençam com fortes argumentos,  a criação de um novo Hospital em Famalicão a curto e médio prazo não é viável. Importa agarrar na requalificação e ampliação e traçar metas de execução temporalmente definidas  e realistas. De que se está à espera?  Que seja o Governo o primeiro a interessar-se por este assunto? Podemos esperar sentados, pois o primeiro não será.

OUTRO CEMITÉRIO SOLAR – Não bastava o cemitério solar de Outiz-Vilarinho, também denominado de Gemunde (Gemunde era uma antiga freguesia que foi anexada à de  Outiz)! Vai ser construído pela mesma empresa (BNZ – quem é quem nesta organização?) uma outra central do mesmo tipo agora em Ribeirão. Informa o semanário digital “Notícias de Famalicão” (9-12-24),  com fotografia do aviso de comunicação prévia (que é na prática uma espécie de  licenciamento) que está pronta a arrancar em Ribeirão a Central Fotovoltaica do Ameal com uma área de 32,2 hectares o que equivale “à soma das áreas do Parque da Devesa e do Parque de Sinçães”. Vale a pena ler a notícia completa, pois não só aquela vila vai ser contemplada com outro cemitério, ainda que mais pequeno (são só 10 hectares…) como se fica a saber o comportamento da nossa Câmara perante esta ocupação do território concelhio.

MENINO JESUS – Sim! Acredito no Menino Jesus, não no das prendas, mas do que nasceu pobre nas terras martirizadas da Palestina e nos veio anunciar a Boa Nova  que o Sermão da Montanha tão bem ilustra. É esse o Natal que importa viver!

(JF-19-12-24)

quinta-feira, 12 de dezembro de 2024

Cemitério Solar de Outiz/Vilarinho

ANTÓNIO SAMPAIO DA NÓVOA – Decorreu no dia 6 de Dezembro de 2024, no auditório da Casa Museu de Camilo Castelo Branco, em Seide, no âmbito das Comemorações dos 50 anos do 25 de Abri, uma sessão sobre a educação e o futuro orientada pelo Professor António Sampaio da Nóvoa que decorreu com muito interesse. Saliento o seguinte. Depois de referir que andou a visitar 50 escolas do nosso país durante 50 dias Sampaio da Nóvoa  pôde verificar em relação há 50 anos a seguinte mudança e a seguinte continuidade. Mudança na relação professor-aluno fora da sala de aulas, ocorrendo muito mais convivialidade. Continuidade dentro da sala de aula com o quadro, a mesa do professor e as cadeiras dos alunos  devidamente alinhadas. Foi sobre a necessidade de mudança desta relação dentro da sala de aula que Sampaio da Nóvoa  falou principalmente. O futuro exige outra relação que vai muito além da mera recepção de conteúdos pelos alunos.

CENTROS COMERCIAIS VAZIOS – Os centros comerciais  da cidade estão muito mal. Estão cheios de lojas vazias. Visitem-nos. Podem começar pelo Centro Comercial Galiza, junto dos Paços do Concelho. É preciso encarar de frente o problema e encontrar soluções  que certamente há. Era interessante que se apresentassem ideias. Talvez seja necessário gastar menos dinheiro em festas e apoiar o comércio do centro da cidade. A Associação Comercial não tem nada a dizer? 

RECICLAGEM – Temos uma sociedade que, como temos referido, produz cada vez mais lixo. Um dos grandes problemas de todos os município é a forma de lidar com ele de modo que não degrade cada vez mais os solos e  possa ser, na medida do possível, reciclado. Famalicão tem feito esforços nesse sentido, mas há muito mais para fazer. É preciso pedagogia; é preciso informar devidamente; é preciso melhorar o serviço público de recolha de lixos que são da mais variada espécie. O lixo que serve para compostagem está a ser objecto de um projecto piloto. Importa dar os passos seguintes.

FORA D’HORAS – Há quem defenda o elevadíssimo gasto com as nossas iluminações de Natal com o retorno nomeadamente para o comércio que isso dá. Sempre fomos muito céticos em relação  a isso, porque as iluminações são à noite e o comércio a essas horas está fechado. Eis que hoje (dia 10.12.24) deparei no átrio da Câmara Municipal com um folheto volante  intitulado “Fora d’horas” anunciando que o comercio de rua de Famalicão estará  de portas abertas até à meia-noite no dia 21 de Dezembro para compras de última hora. Será que essa noite vai dar ao comércio local rendimento que justifique em boa parte as centenas de milhar de euros gastos com as iluminações e para o pagamento dos quais também contribuíram com os impostos que pagam? Era necessário fazer um balanço geral  e rigoroso do retorno desta despesa.

MILHÕES DE LUZES – E já agora, sabem os leitores que foram colocadas 3.700.000 ( três milhões e setecentas mil) luzes LED no centro da cidade para as iluminações de Natal?

CEMITÉRIO SOLAR DE OUTIZ/VILARINHO – Pertence ao jornal Opinião Pública de 4 de Dezembro de 2024 a melhor foto de primeira página e o melhor título ( “Central fotovoltaica ganha forma e causa indignação”)  sobre o cemitério solar que está a ser construído em Outiz/Vilarinho, ocupando  80 hectares de território do nosso concelho. Este cemitério não era necessário. O nosso concelho poderia contribuir para a produção de energia solar, colocando pequenos painéis junto de casas,  fábricas e outros prédios, sem fazer a devastação que está a ser feita. É preciso dizer  isto oportuna e inoportunamente. E pelo que acabo de saber a devastação do território do concelho continua.

(Jornal de Famalicão, 12-12-24)