quarta-feira, 26 de junho de 2024

Reabilitação Urbana, Net e Ambiente

REABILITAÇÃO URBANA – A nossa cidade e também vilas e freguesias do nosso concelho possuem prédios degradados que se evidenciam pelas suas características e fazem parte do nosso património, devendo ser reabilitados e fazendo o município tudo o que for possível para o efeito. A primeira coisa a fazer é um levantamento desses edifícios que seria muito fácil levar a bom termo com a colaboração das freguesias. Aliás, ficaria bem elaborar ao mesmo tempo igual levantamento de edifícios que foram recentemente reabilitados – que também os há – para ficarmos com uma ideia global da situação do concelho. Diga-se de passagem que uma câmara municipal com brio já teria feito esse trabalho.

SANTA CATARINA (FAMALICÃO) E CERNACHE (COIMBRA – Vejam a reportagem feita pelo canal NOW no passado sábado, dia 22-6-2024, pelas 22,30h sobre a Central Fotovoltaica de Cernache em Coimbra e ficarão com uma ideia do que está para acontecer nas freguesias de Outiz e Vilarinho das Cambas, em Famalicão. São centrais semelhantes. É impressionante a “mancha negra” que já está à mostra em Coimbra e que vai copiar-se em Famalicão. Invoca-se o benefício ambiental, mas não se tem em conta o malefício que vai ocorrer no património natural e mesmo no património que resulta da acção humana ao longo de séculos. Em Coimbra, foi o Partido Socialista que aprovou esta central, com a oposição firme e oportuna do movimento “Somos Coimbra” que hoje governa aquele município; em Famalicão foi o governo PSD/CDS que se regozijou com o empreendimento, fazendo o mínimo de publicidade para não levantar protestos.

PAINEIS SOLARES E ANTENAS DE TELEVISÃO - Tenho para mim, seguindo a opinião de um amigo que pensa nestas coisas, que os painéis solares vão ser um dia como as antenas de televisão nos telhados das casas. Depois de um período de furor, vão desaparecer por efeito da inovação tecnológica. Entretanto, os painéis solares, ao contrário das antenas, deixarão rasto negro quando forem colocados aos milhares em centrais como as acima referidas.

ASSEMBLEIA MUNICIPAL – Vamos ter na próxima sexta-feira, dia 28-6-24, pelas 21h, a sessão ordinária de junho da Assembleia Municipal. É o acontecimento mais importante da vida do município desta semana, como sempre será quando ocorrerem reuniões ordinárias ou extraordinárias deste órgão do município. Acresce que nesta sessão deverá ser apreciado o relatório relativo à petição sobre o Monte de Santa Catarina. No entanto, se formos à página oficial do município ela não dá a esta sessão o destaque devido. É preciso ir à procura com uma lanterna. Ou como um gato atrás de um rato. Em primeira página, a câmara municipal dá apenas, em grande plano, publicidade cuidadosamente embalada.

SITES DAS CÂMARAS - “Sites das câmaras são mais montra do que ferramenta” titulava o Jornal de Notícias de 24 de Junho de 2024 na sua página 10. E subintitulava: “Índice da Presença das Câmaras Municipais Portuguesas na Internet revela apetência pelas redes sociais e pelo contacto direto. Falham no mais importante: disponibilizar serviços”. Isto é um resumo e um estudo conduzido pelo GÁVEA – Observatório da Sociedade da Informação da Universidade do Minho. Uma investigadora (Mariana Lameiras) diz mesmo que há uma tendência para os organismos públicos utilizarem a internet “mais como forma quase de se autopromoverem do que envolver os cidadãos nos processos de tomada de decisão”.

PAZ E SAÚDE - Nós estamos habituados a pensar que o melhor que podemos ter na vida é a saúde (física e mental), acrescentando que o resto tudo se resolve. Esquecemos que há bensmaiores como, por exemplo, a Paz. De pouco vale ter saúde se vemos ao nosso lado milhare de mortos e feridos por virtude da Guerra e se estamos sujeitos a sermos igualmente vítimas dela. Parece-nos que a Guerra (“Monstro”, como lhe chamava o P.e António Vieira) anda longe, mas podemos estar bem enganados e mais ainda se não lutarmos com todas as forças pela Paz.

(OP de 26-7-24)

quarta-feira, 19 de junho de 2024

Assuntos Diversos

INFORMAÇÃO – Sem informação não há democracia. O alimento da democracia faz-se através de cidadãos devidamente informados. Só estes estão em condições de debater os problemas locais com devido conhecimento. A informação está quase toda nas mãos da câmara municipal que frequentemente não a divulga, violando a lei. Tenho pedido alguma, mas as resposta tardam ou não chegam. Há mais de dois meses pedi informação sobre a arborização da cidad e do concelho sem a ter obtido ainda, apesar de pedir que me fosse dada primeiro a mais fácil de obter. Mas o mesmo atraso ou não resposta sucede com outros pedidos devidamente formulados.

HÁ VINTE ANOS – De 2001 a 2005 fui membro da AM de Famalicão na oposição (independente na lista do PS) e no fim do mandato publiquei um livro com o título “As Assembleias Municipais Precisam de Reforma (Diário da Assembleia Municipal de Vila Nova de Famalicão - 2001 a 2005)”. Esse livro contem os textos que na altura ia escrevendo neste mesmo jornal. Em fins de maio de 2004 escrevia o seguinte: “Apareceu esta semana, no centro da cidade, um dos painéis electrónicos pelos quais andei a lutar, mais de 10 anos. Tive uma grande decepção. O conteúdo é uma fraude. Um painel destes deveria servir, como sempre defendi, para anunciar farmácias de serviço, espectáculos, colóquios, reuniões de Câmara, reuniões de Assembleia, números de telefone úteis e coisas semelhantes. Em vez disso, o painel atira-nos aos olhos continuamente publicidade e propaganda municipal. A que título?” (p.235).

ÁRVORES – Tenho defendido a arborização na cidade, mas não esqueço que as árvores plantadas na cidade precisam de ser devidamente cuidadas. Não é de admitir, por exemplo, que invadam prédios contíguos por falta da devida poda ou cresçam tortas por falta de adequado acompanhamento.

DESERTOS NA CIDADE – Já se reparou nos autênticos desertos comerciais que temos na cidade? Um exemplo: o Centro Comercial Galiza. Mas é só um exemplo. Basta percorrer a cidade para ver outros igualmente vazios. Não há nada a fazer?

PRÉDIO N.º 51,53,55 – Existe na Rua Adriano Pinto Basto a seguir ao Arquivo Municipal Alberto Sampaio um prédio do município abandonado há mais de uma década. É um prédio amplo e com muito interesse que foi propriedade do Senador Sousa Fernandes. A câmara municipal não pode dar tão mau exemplo. A lei não permite estas situações de abandono e o prédio bem pode ( e deve) ser devidamente reabilitado e utilizado, enriquecendo o nosso centro urbano.

A altura ideal para o recuperar era agora que está a ser reabilitado o ex-Hotel Garantia, mas como é costume a câmara não planeia. Pior, é capaz de não saber o que fazer com o prédio. Estarei enganado? Vou perguntar. (Gostaria de estar enganado)

NÃO CORTAR – Vimos recentemente com agrado na Universidade do Minho ( Braga) uma tabuleta junto de um campo de erva que dizia: “ Erva por cortar? Não é desleixo… Estamos a alimentar as abelhas e outros insectos polinizadores!”. De acordo! Antes ervas que pesticidas ou pedras colocadas para impedir o crescimento de vegetação. Devemos seguir esse exemplo no nosso concelho.

BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS FAMALICENSES – A Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários Famalicenses (os antigos “Bombeiros de Cima”) está a caminho de comemorar o seu centenário de nascimento, pois foi fundada em 1927. Seria interessante fazer a sua história ou actualizá-la se, porventura, já a tem. Esta associação tem 190 bombeiros no activo, dos quais 72 são bombeiros profissionais. Tem ainda 45 elementos que fazem parte da fanfarra. O orçamento anual ronda os dois milhões e meio de euros. Os famalicenses têm orgulho nas suas corporações de bombeiros e agora só nos falta dar a conhecer a corporação, também famalicense, de Riba d’Ave.

(Publicado no OP de 19-6-24)

quarta-feira, 12 de junho de 2024

Segunda Revisão do Plano Director Municipal

FAZER O QUE FAZ FALTA - Não será que em Famalicão precisamos mais de presidentes de câmara (e de câmaras) que cuidem principalmente do que “faz falta” e não do que “faz vista”? (excerto adaptado de uma recente conversa de famalicenses, atentos ao que se passa na nossa terra, referida por pessoa amiga que nela participou)

VEREADORA - A vereadora do Partido Socialista Drª Maria Augusta Santos tem o bom hábito de fazer em cada reunião ordinária da Câmara Municipal intervenções muito oportunas (ponderadas e reduzidas a escrito) no período de antes da ordem do dia sobre assuntos de interesse para o concelho. Na reunião da semana passada (dia 6.6.24) interpelou o presidente sobre a revisão em curso do Plano Dirctor Municipal (PDM) , lembrando que essa revisão do PDM (2ª revisão) já dura há 5 anos e que deveria ter terminado no final do ano de 2023 pelas razões que apontou (deliberações da Câmara Municipal e instruções do Governo).

REVISÃO DO PDM - A revisão do PDM é coisa séria e sobre ela deve ser dada a devida atenção e publicidade. Rever o PDM não pode, nem deve, ser ocasião para fazer favores (ajustando a revisão a interesses de particulares que buscam o lucro sem cuidar do interesse público), nem para empobrecer o nosso território. Essa revisão deve ter em conta, pelo contrário, o bom ordenamento do território e a sua valorização ambiental. É uma bela oportunidade para darmos a nossa contribuição para um planeta mais saudável.

PUBLICIDADE - Por isso, a revisão deve ser publicidade desde já, mostrando-se na página oficial do município a situação actual do nosso território ( os meios tecnológicos muito ajudam para o efeito, desde que bem utilizados), mostrando também o que se pretende rever e porquê, dando conta das questões mais delicadas para resolver.

PARTICIPAÇÃO - A revisão do PDM tem importantes aspectos técnicos que devem ser devidamente ponderados, mas tem também uma importante dimensão política que deve ser do conhecimento dos cidadãos, chamando-os a participar. É assim que funciona a democracia. Não se faça uma revisão limitando o mais possível a participação dos cidadãos, pois isso acabará por ser uma revisão às escondidas, muito do agrado de certos técnicos e de poderosos titulares de interesses particulares que se movimentam muito bem nos gabinetes e nos corredores dos Paços do Concelho .

CIDADE-ESPONJA . “Vocês não têm árvores suficientes. Têm de plantar mais árvores e, ao fazê- lo, tornam o solo mais permeável”, observa o arquiecto paisagista Kongjian Yu, sobre as ruas do Porto, acabado de aterrar na cidade pela primeira vez. O plantio de árvores é apenas um dos últimos passos que o arquitecto chinês propõe para que uma cidade possa encaixar-se no conceito que tem vindo a desenvolver e a implementar em várias metrópoles do seu país. No fundo “cidade-esponja” é uma metáfora que serve para descrever áreas urbanas que sejam capazes de absorver água durante temporadas mais chuvosas e de a libertar durante épocas secas. (excerto de uma entrevista e trabalho jornalístico do jornal Público de 10 de junho de 2024 – pp. 24 e 25, que merece leitura atenta).

ESTAÇÃO DE OUTIZ – Quando tínhamos comboio entre Famalicão e Póvoa de Varzim, depois do apeadeiro de Barradas (Louro) tínhamos a Estação de Outiz, com o respectivo Chefe. Mais tarde, a CP terá reduzido a Estação à condição de Apeadeiro. Há dias o edifício da Estação de Outiz foi adaptado a um Bar. E não é que entenderam dar-lhe o nome menor de “Apeadeiro”? A freguesia de Outiz deveria ter mais consideração pelo património histórico que está no seu território.

quarta-feira, 5 de junho de 2024

Contra a Indiferença Humanitária

JORGE MOREIRA DA SILVA - Não sabemos se o leitor viu a “Grande Entrevista” feita na RTP, por Vítor Gonçalves, na passada 4ª feira, dia 29 de maio, de 2024, ao famalicense Jorge Moreira da Silva, a desempenhar actualmente altas funções na ONU, como director executivo da UNOPS (agência de apoio humanitário). Vale a pena revê-la e vê-la no “youtube” se ainda não viu, bastando colocar o nome do programa e do entrevistado.

HORRORES –“ É possível manter a esperança na humanidade quando se visita a faixa de Gaza na actualidade?” É com esta pergunta que Vítor Gonçalves inicia a entrevista que, depois, se alarga aos horrores na Ucrânia, no Afeganistão e noutros países esquecidos do mundo, nomeadamente da África.

ESPERANÇA – O entrevistado acredita na humanidade, mas chama a atenção para o perigo da indiferença, o perigo de convivermos quase naturalmente com estas situações quase inimagináveis. Será que essa indiferença é natural, própria do ser humano? A resposta depende de cada um de nós. Há um aliado natural da indiferença que é o “Não vale a pena!”. Mas não valerá?

FESTAS ANTONINAS – As Festas Antoninas estão à porta. É possível, a nosso ver, viver a alegria das festas, mas ao mesmo tempo lutar contra a indiferença, manifestando, pelo menos repúdio contra os horrores da guerra. As festas a Santo António são festas profanas de vários dias com o último deles parcialmente religioso e bem podem ter, informalmente, um momento dedicado à Paz. Há muitas formas de o fazer e uma pode ser especialmente significativa. Veremos se é possível concretizá-la com a ajuda de todos os que acreditam no ser humano. Contacte-nos, se assim entender – telem. 96 41 40 001

UNIVERSIDADE SENIOR – Não temos ainda todos os elementos para falar sobre a Universidade Senior de Famalicão. Para já é suficiente dizer, com os elementos que nos chegaram, que se ela encerrou , não foi por falta de alunos, nem de docentes, nem de vontade de a continuar.

CENTRO DE CONVÍVIO SENIOR – Chamaram-nos a atenção para as condições em que funciona o Centro de Convívio Senior. Desde logo, o lugar. Ele está localizado num lugar escondido da Rua Adriano Pinto Basto, perto da escola de música, onde já funcionou o Centro de Recuperação Funcional (ainda está lá a tabuleta), também conhecido por Clínica do Dr. Noro. Preciso de saber mais pormenores.

CIDADE HOJE – Leiam o jornal impresso “Cidade Hoje” , de 29 de maio de 2024 (32 páginas) , e tirem as vossas conclusões. Não é necessária a minha, as vossas bastam!