quinta-feira, 27 de março de 2025

Política Municipal de Recolha de Resíduos

SOCIEDADE DO DESPERDÍCIO – Vivemos numa sociedade  do desperdício. Ia a escrever a expressão mais comum “sociedade do consumo”, mas esta expressão não é inteiramente correcta. O consumo cada vez maior de coisas muitas vezes inúteis vai acompanhada por um enorme desperdício. Entremos num supermercado e vejamos. Desde logo, quase todos os produtos de que precisamos estão envolvidos com embalagens para deitar fora. Uma simples caixa de iogurte tem uma embalagem de papel para deitar fora e para deitar fora também os recipientes de plástico em que os iogurtes vêm embalados. Digam os leitores quando vão a um supermercado ou a um estabelecimento comercial quanto lixo trazem para além dos produtos que adquiriram.

PLÁSTICO – O plástico em domínio de lixo predomina largamente. Tem havido uma luta contra ele e não podemos esquecer que foi um famalicense ( Jorge Moreira da Silva) que pôs termo àquele triste espectáculo de propaganda que constituía cada cliente quando vinha de um supermercado com um saco de plástico oferecido com o nome do estabelecimento. Ao dar um preço, aliás baixo,  a cada saco o número de sacos diminuiu drasticamente  . As pessoas habituaram-se a levar um saco consigo. Mas ainda há muito  a fazer neste domínio.

TONELADAS DE LIXO – Ouvi há dias numa rádio que nos pequenos  municípios alentejanos associados de Cuba, Portel, Viana do Alentejo e Vidigueira recolhem-se 10 toneladas de lixo por dia. Em Famalicão quantas toneladas se recolhem por dia? E dessas quantas são para compostagem?

PAPEL - Impressiona a quantidade de papel que se amontoa à noite junto aos estabelecimentos comerciais da cidade para recolha. São embalagens grandes umas, pequenas outras, mas muitas. Frequentemente junto desse papel vão também outras coisas muitas vezes que deixam pena para ir para o lixo. Qual é a nossa política municipal de recolha de resíduos ( das várias espécies de lixo)?

PODAS DE ÁRVORES – A Avenida 25 de Abril vai estar encerrada ao trânsito a partir do dia 24.3.25 durante três semanas para poda de árvores (plátanos). Quis saber mais informações sobre as razões da poda nesta altura e do modo como vai ser feita. É difícil contactar a Câmara. O telefonema foi parar, depois de dizer o que pretendia, a um funcionário que me disse que o técnico não estava lá.

RUA ANA PLÁCIDO – A Rua Ana Plácido,   situada a menos de 300 metros dos Paços do Concelho,   esbarra na “pista” Carlos Bacelar e não tem ligação com o Parque de Sinçães, que fica em frente,  a não ser por uma ponte que obriga os peões a subir a uma altura de mais de 5 metros está, para além disso, abandonada. Tem  o piso em mau  estado;  o estacionamento descontrolado; obras por acabar há meses; numa palavra, está ali bem manifesto o desleixo da Câmara.

CASA-MUSEU DE CAMILO – ÁREA PROTEGIDA  - A Câmara Municipal quer alargar para 150 metros a área protegida da Casa-Museu de Camilo. É uma excelente ideia que importa ser concretizada no mais breve prazo...

(JF - 27-3-25)

quinta-feira, 20 de março de 2025

Camas e Árvores

 CONTINUA A NÃO HAVER CAMAS? -  Ao que parece continua a não haver camas no Hospital de Vila Nova de Famalicão para intervenções cirúrgicas programadas que necessitam de  internamento, ainda que breve. É uma situação que urge resolver quanto antes. E também há queixas quanto ao tempo de espera nas urgências. São assuntos que a todos nos deveriam preocupar e não se nota.

RUA LUÍS DE CAMÕES – A foto que ilustra esta secção diz bem de como a nossa Câmara gosta de ver, desde há anos, os canteiros da Rua Luís de Camões no centro da cidade. Rasos, sem as árvores que são a sua razão de ser. E se fosse só nesta rua!

PISTA DE SKATE – A pista de skate no parque de Sinçães foi inaugurada, ocupando e cortando  árvores do Parque e não houve o cuidado de plantar novas árvores ao longo e junto da Avenida Carlos Bacelar até perto da Rotunda Bernardino Machado. Cortar árvores no Parque é fácil. Plantar árvores é muito complicado. Há sempre razões para não as plantar.

MAGNÓLIA – A magnólia da Assembleia Municipal perdeu as pétalas, mas está bem bonita, plena de folhas verdes. Pena é que não haja à volta do jardim dos  Paços do Concelho mais árvores frondosas, pois espaço paras as colocar não faltam. Quem tem idade e memória lembra-se que a toda a  volta do jardim havia árvores que só foram retiradas – e bem -  porque na Primavera libertavam uma penugem que provocava alergias. Mas há outras árvores que não têm esse problema.

ESCOLHA DE DEPUTADOS – As eleições legislativas antecipadas estão marcadas para o dia 18 de Maio de 2025. Decorre agora a elaboração das listas. Não era um bom exemplo de democracia que fossem anunciados nomes e currículos de possíveis  candidatos para que os famalicenses exprimissem sobre eles agrado ou desagrado e que assim  a inclusão definitiva nas listas fosse precedida de alguma publicidade? De outro modo as listas são forjadas no segredo dos gabinetes partidários. É pena. A democracia exige mais. E já agora quais os candidatos famalicenses e em que lugar da lista vão?

LIMPEZA DE CURSOS DE ÁGUA – Já deve estar a trabalhar a brigada de guarda-rios que vigia e protege os curos de água do nosso concelho. Que trabalho tem feito? Colocamos nela muita esperança, devendo publicitar o que tem feito e visto de bom e de mau. Quem é o (a) responsável?

INQUÉRITO -  Após o corte da Acácia do Jorge, a Câmara anunciou a elaboração imediata  de um inquérito. Passaram-se mais de quatro meses (18.11.25) e do inquérito nada. Decorreu, é certo, um inquérito disciplinar pouco publicitado. Mas uma coisa é um inquérito para averiguar o que se passou e que deve ser dado a conhecer a todos os famalicenses, pois têm o direito de saber, outro o inquérito disciplinar subsequente. O primeiro está em falta e a oposição parece calada.

BIBLIOTECA MUNICIPAL CAMILO CASTELO BRANCO – As obras de renovação da Biblioteca Municipal foram a nosso ver felizes e o espaço interior melhorou. No piso de entrada do lado esquerdo, ao fundo, não faltam jornais nacionais e locais que os famalicenses podem ler gratuitamente e com toda a comodidade. Importa que ganhemos a hábito de visitar esse espaço. Vale a pena!

(JF 20-3-25)

quinta-feira, 13 de março de 2025

Uma famalicense: Helena Freitas

HELENA FREITAS – “Foi na pequena aldeia minhota de Mogege, entre montes e riachos, castanheiros imponentes e escaravelhos fugidios, que Helena Freitas ganhou o primeiro assombro pela natureza.” Assim começa um texto de Nelson Jerónimo Rodrigues sobre a famalicense Helena Freitas, bióloga e professora catedrática na Universidade de Coimbra e Diretora do Parque de Serralves, publicado na revista SMARTCITIES n.º 45 – out.-nov. -dez. 2024. Interessa também destacar este subtítulo “ Há vários anos que tem uma flor tatuada, como símbolo do “compromisso com a natureza” que traz na pele desde criança, altura em que descobriu os animais e as plantas na liberdade da aldeia natal. A partir daí, esta paixão floresceu, ganhou raízes e fez de Helena Freitas uma das principais especialistas nacionais em biodiversidade”.

VEREADORES – É raro assistir às reuniões de Câmara, por falta de tempo e por não saber, com antecipação,  os assuntos a tratar. Assisti parcialmente  à última reunião,  no dia 6.3.25,  no momento em que se discutia o projecto de requalificação do estádio municipal com perguntas pertinentes, feitas clareza e serenidade pelos vereadores Paulo Folhadela e Sérgio Cortinhas. Perguntas sim, pois há muitas coisas  que precisamos de saber sobre este projecto. Pena é que não haja sobre ele um debate público e principalmente que não se encontre na página oficial do município uma descrição não técnica do que se pretende acompanhada de mapas e desenhos esclarecedores.

FALTA DE RESPEITO – Sabem os leitores que a documentação sobre este assunto que consta de cerca de 400 (quatrocentas) páginas foi entregue aos vereadores com pouco mais de 48 horas de antecedência? Como pode um vereador tomar posição fundamentada sobre um assunto que está longe de ser simples e que envolve 25 milhões de euros e concessão de património municipal por mais de 50 anos?

PAVIMENTO DA CENTRAL DE CAMIONAGEM – Chamaram-me a atenção e vi. Na central de camionagem de Famalicão, do lado esquerdo,  em frente das oficinas, há  desníveis no pavimento  de paralelepípedos inaceitáveis, prejudicando a integridade dos autocarros.  Como é possível não endireitar aquele pavimento rapidamente? Não é a Câmara que tem esse dever?

OKUPA CANTEIROS - Na noite de 8 de março de 2025 decorreu na Rua Luís de Camões, da cidade de Vila Nova de Famalicão, uma acção do colectivo “Okupa Canteiros” que se traduziu em plantar árvores e arbustos em canteiros que estavam desocupados há anos, demonstrando manifesto desleixo da Câmara Municipal. A acção foi acompanhada por mensagens escritas afixadas onde se lia: «Somos um grupo de pessoas preocupadas com o excesso de artificialização da cidade e o abandono de espaços destinados à natureza» e ainda «Plantamos aqui para termos uma cidade com mais NATUREZA e BIODIVERSIDADE. Ajuda-nos a cuidar deste espaço!». Esta acção foi pacífica e anónima. Fui ver e gostei. Muitas pessoas não gostam de acções anónimas e têm as suas razões, mas esta poderia ser feita sem anonimato? Daria problemas com a “autoridade municipal”, certamente.

 ELEIÇÕES – Vamos para eleições legislativas porque o governo entendeu apresentar uma moção de confiança à Assembleia da República, depois de ter superado duas moções de censura. . Habituei-me a ouvir dizer, desde logo na área do futebol, que quem pede um voto de confiança é porque já não a tem ou pelo menos duvida dela. Dito doutro modo: quem tem confiança no que está a fazer não pede confiança. O que se diz no futebol bem pode aplicar-se, neste caso, à política.  Nota – Mesmo à última hora os dois maiores partidos podiam e deviam entender-se. Eleições sim, mas não umas em cima das outras!

(JF-13-3-25)

quinta-feira, 6 de março de 2025

Carnaval, rotundas e passeios

CARNAVAL E PASSEIOS – A Câmara tem dinheiro para festas (só para  o Carnaval foram 175.000 euros), mas não tem para arranjar, por exemplo,  os passeios da cidade. São as prioridades da nossa Câmara…

O MEU CARNAVAL – Comecei a 3ª feira de Carnaval pelas 10 horas da manhã, passeando pelas ruas e praças  do centro da cidade. Desde a Praça 9 de Abril até à Rua Luís de Camões, percorrendo ruas por detrás do Shopping até ao “túnel” que dá passagem para a Praça da Maria II ( junto à pichelaria Mouzinho) e regressando em direcção à Rua Adriano Pinto Basto. Ruas inteiramente desertas, mas muito limpas, depois de umA noite com muita gente, barulho e sujidade. Parabéns aos serviços de limpeza da Câmara!

TEMPO ESTRANHO – Nesta terça-feira de Carnaval, dia 4 de Março de 2025, são 16 horas e o telemóvel marca 21 graus! Temos vivido um tempo fora do normal com um Inverno demasiado ameno e esta temperatura quase tropical no início de Março. Isto parece bom, mas não é.

APRESENTAÇÃO DO LIVRO – Com uma sala da Reitoria da Universidade do Porto completamente cheia decorreu,  na passada 5ª feira, dia 27 de Fevereiro de 2025,  com elevado nível, a anunciada apresentação do livro “Vivências de Camilo Castelo Branco a partir da sua correspondência”,  tese de doutoramento  de José Manuel e Oliveira. Intervieram na sessão o  Dr. José Ribeiro, da editora Afrontamento e os  professores e investigadores da Faculdade de Letras da Universidade do Porto,  Fernanda Ribeiro, Gaspar Martins Pereira e Conceição Meireles, tecendo rasgados elogios ao autor e à sua obra, que  agradeceu muito sensibilizado e teve o cuidado de agradecer também às muitas pessoas que o ajudaram ao longo do seu trabalho . Em representação da Câmara Municipal esteve presente o Dr. Pedro Oliveira, Vereador do Pelouro da Cultura.

JORGE MOREIRA – Tenho muita estima pelo Eng. Jorge  Moreira ( engenheiro informático ao serviço da Câmara Municipal). No livro acima referido tem um agradecimento especial pelo “profissionalismo, esforço e cuidado na construção da base de dados em Acccess” que “ facilitou sobremaneira a inventariação das existências camilianas”. Parabéns!

PARQUE URBANO – Gastar dois milhões de euros num parque urbano nas costas do Continente e do Lidl é não dar a importância que deve ser dada ao dinheiro. Com meio milhão de euros fazia-se um bom parque, escolhendo pessoa qualificada  que tivesse gosto e respeito pelo meio ambiente. As costas cegas e feias destes  dois hipermercados (chamem-lhe lá o que quiserem!) contrastam com tanto luxo. A nossa Câmara é perdulária.

ROTUNDAS – Não façamos rotundas caras. As rotundas - que agora são aos montes -  precisam de ser bem feitas e ter vegetação baixa e não pedras nem outros materiais. Rotundas- monumento devem ser poucas, amplas  e mesmo boas. Na verdade, em Famalicão nem sequer  temos rotundas, temos rotundinhas.

QUINTAS – Quantas quintas, entendendo-se por tal a casa mãe e os terrenos agrícolas e florestais à volta,  ainda temos em Famalicão? Catalogá-las e preservá-las é ao mesmo tempo respeitar os antepassados e enriquecer o futuro. Donos que prezem o passado e o futuro fazem tudo o que for possível para as conservar.  Não é tarefa fácil.

(JF-6-3-25)