SURPRESA - Em eleições, os resultados, por vezes, são uma surpresa. Dito isto, leia-se com essa reserva, o que segue.
INCUMBENTE - É difícil vencer um presidente de câmara que se recandidata (incumbente – titular do cargo). Para que tal aconteça é preciso que o eleitorado que o elegeu esteja descontente e isso só sucede se tiver feito um mandato mau. Mas, mesmo assim, não chega, É preciso que o eleitorado considere que há uma alternativa credível.
PSD - Em Famalicão há um presidente que se recandidata e tem desde logo essa vantagem. Há uma clara crise no partido principal (PSD) da Coligação que o apoia, mas muito provavelmente essa crise não terá muita influência no eleitorado, dada a contenção que o partido concelhio tem revelado. O mandato que agora acaba foi a meu ver mau, bastando ter presente o que tenho escrito ao longo destes quatro anos, mas não sei se o eleitorado que o elegeu pensa do mesmo modo e o pensamento deste é que conta.
PS – Por sua vez o Partido Socialista aposta tudo em Eduardo Oliveira, uma aposta na Mudança, tendo em conta que a Coligação PSD/CDS governa o concelho há quase um quarto de século. Será que Eduardo Oliveira, que está a vencer a batalha da publicidade de rua, convencerá o eleitorado famalicense ? Este verá nele uma alternativa credível? Fica a interrogação.
CHEGA - Depois da votação nacional e no nosso concelho que o Chega obteve não é possível ignorá-lo. Será que o eleitorado vai votar Chega, mesmo sem ter em conta que estas eleições são locais? O que está em causa nestas eleições é o bom governo do município. Os eleitores pensarão o mesmo?
PROBLEMAS LOCAIS – São sem conta os problemas de um concelho grande como o nosso é. No entanto, não têm todos igual relevância. Vejamos alguns que são considerados particularmente importantes.
HABITAÇÃO – Dizem os candidatos que a habitação ( a falta de habitação) é um dos principais problemas do concelho. Mas quantas habitações são necessárias? Os candidatos têm uma ideia aproximada dessa falta? Os famalicenses precisam de saber e principalmente o incumbente tem obrigação de informar. Não se exige um número rigoroso mas um número aproximado, o mais actual possível.
MOBILIDADE – A mobilidade é outro problema. Problema sério se tivermos bem presente a larga quantidade de autocarros que chegam e partem da cidade praticamente vazios. A MOBIAVE parece um fracasso. Mas será? O que sabem e pensam os candidatos sobre essa matéria?
SAÚDE - A atual Câmara mostrou desprezo pela situação do nosso Hospital que precisa de ter condições que não tem. A defesa de um hipermercado junto dele, diz tudo. Quando teremos uma Câmara que em vez de um hipermercado cuide de oferecer a médicos e enfermeiros casas para arrendamento ou aquisição a preços acessíveis para atrair e fixar pessoal de saúde? Mesmo que a pouco provável construção de um novo hospital avance, este não só vai funcionar durante largos anos, como depois não desaparecerá certamente.
IMIGRAÇÃO – Nós temos de saber lidar com a imigração que está aí, queiramos ou não. A primeira preocupação deve ser saber quantos imigrantes temos no concelho, onde estão localizados e o que fazem. Importa integrá-los do melhor modo possível e isso exige uma câmara atenta e capaz. Vejam o exemplo do município PSD do Fundão.
PESSOAL – O bom governo do município não se basta com a eleição de vereadores e membros da assembleia municipal. É da maior importância o pessoal que está ao seu serviço e desde logo o pessoal dirigente. Ora, como já temos dito não se compreende que havendo vários departamentos municipais (5?), só um tenha o respectivo director. Algo está mal.
PROGRAMA DO PAN – Está publicado e acessível na net o programa eleitoral do PAN com o título “FAMALICÃO MERECE MELHOR”. Bem apresentado graficamente e contendo 46 páginas são muitos os assuntos que aborda, começando pelas pessoas e assim nomeadamente os direitos humanos, a habitação, a (i)migração, a educação e a saúde. Os animais tem nele particular relevo, bem como a natureza, fazendo jus ao nome do partido. A parte final é dedicada à gestão pública e à organização do território. Não é por falta de medidas que peca este programa e talvez a maior crítica que se lhe possa fazer é a de não hierarquizar os problemas do nosso concelho tantos eles são. Deste mesmo problema padece o Programa do PS que também acabei de ler.
(JF-18-9-25)
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