quinta-feira, 10 de abril de 2025

Semana Santa: O Pecado da Câmara

A Câmara Municipal é muito devota da Semana Santa. Basta ver os arcos e pendões espalhados pelas ruas e avenidas da cidade com a imagem de Cristo da Paixão

A Semana Santa faz parte de um tempo  de penitência e arrependimento dos nosso pecados. A Câmara Municipal  teima em não se arrepender dos seus e  continua a cometê-los. Damos um -  bem evidente -  como exemplo.  

O nosso município gerou quatro filhos que estão vivos e que são os jornais impressos destinados ao povo famalicense. Estes filhos precisam de pão para sobreviver e uma  boa parte desse pão vem da Câmara Municipal  através do dinheiro da  publicidade que ela regularmente lhes entrega.

Note-se que esse pão não é da Câmara Municipal é do Senhor,  que é o Povo deste município. À  Câmara Municipal  cabe apenas geri-lo como o Servo da parábola dos Evangelhos e geri-lo bem.

Ora é aqui que a Câmara Municipal  comete um grave pecado. Ela não trata por igual estes seus quatro  filhos. E o pecado está bem à mostra, folheando esses jornais.

Um deles, o bem amado, já recebeu a sua parte, antes de todos os outros com a publicação de uma página inteira da Semana Santa e logo a última , que é a que dá mais pão. E para que se alimente bem deu-lhe ainda uma boa  série de editais, pão muito bem apetecido. Esta antecedência em relação aos outros foi necessária porque este filho só aparece perante o povo de mês a mês e se não recebesse naquela semana  ficaria sem pão, pois a Semana Santa não dura sempre.

Outros dois filhos receberam igualmente,  na semana passada,  o pão da página inteira publicado na última página.

Ficou de fora, desprezado, ignorado, o filho,  Jornal de Famalicão (JF),  a quem a Serva do Senhor, nada entregou.  Não foi isso o que o Senhor (o Povo de Famalicão) lhe ordenou, pois, como bom Pai que é,  mandou tratar por igual todos os seus filhos.

Chamada a prestar contas, a Serva não reconhece o seu pecado e justifica-se. Meu Senhor, este filho é mau, não me presta vassalagem. Trata-me mal. Não merece o teu pão!

O Senhor (o Povo) diz-lhe:  Serva má, não é a ti que o teu filho de que não gostas, tem de prestar vassalagem é a mim que sou o seu Senhor a quem ele deve servir. Dá-lhe o que é devido e em dobro, como penitência, pois doutro modo não mereces ser minha Serva.                                             

Nota – Já depois de ter escrito e enviado este texto com uma nota para o JF, este informou-me  que recebeu, no fim de semana,  publicidade da câmara sobre a Semana Santa para publicação em página inteira. Isso obriga-me a reformular a nota e a arrepender-me por ter duvidado da capacidade da Câmara de se arrepender. De qualquer modo os factos relatados  ocorreram e a opinião é da minha inteira  e exclusiva responsabilidade.

                                                                                                                      António Cândido de Oliveira

10-4-2025

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