A Câmara
Municipal é muito devota da Semana Santa. Basta ver os arcos e pendões
espalhados pelas ruas e avenidas da cidade com a imagem de Cristo da Paixão
A Semana Santa
faz parte de um tempo de penitência e
arrependimento dos nosso pecados. A Câmara Municipal teima em não se arrepender dos seus e continua a cometê-los. Damos um - bem evidente - como exemplo.
O nosso município
gerou quatro filhos que estão vivos e que são os jornais impressos destinados
ao povo famalicense. Estes filhos precisam de pão para sobreviver e uma boa parte desse pão vem da Câmara
Municipal através do dinheiro da publicidade que ela regularmente lhes entrega.
Note-se que
esse pão não é da Câmara Municipal é do Senhor, que é o Povo deste município. À Câmara Municipal cabe apenas geri-lo como o Servo da parábola
dos Evangelhos e geri-lo bem.
Ora é aqui que
a Câmara Municipal comete um grave
pecado. Ela não trata por igual estes seus quatro filhos. E o pecado está bem à mostra, folheando
esses jornais.
Um deles, o
bem amado, já recebeu a sua parte, antes de todos os outros com a publicação de
uma página inteira da Semana Santa e logo a última , que é a que dá mais pão. E
para que se alimente bem deu-lhe ainda uma boa série de editais, pão muito bem apetecido.
Esta antecedência em relação aos outros foi necessária porque este filho só
aparece perante o povo de mês a mês e se não recebesse naquela semana ficaria sem pão, pois a Semana Santa não dura
sempre.
Outros dois filhos
receberam igualmente, na semana passada,
o pão da página inteira publicado na
última página.
Ficou de fora,
desprezado, ignorado, o filho, Jornal de
Famalicão (JF), a quem a Serva do
Senhor, nada entregou. Não foi isso o
que o Senhor (o Povo de Famalicão) lhe ordenou, pois, como bom Pai que é, mandou tratar por igual todos os seus filhos.
Chamada a
prestar contas, a Serva não reconhece o seu pecado e justifica-se. Meu Senhor,
este filho é mau, não me presta vassalagem. Trata-me mal. Não merece o teu pão!
O Senhor (o Povo)
diz-lhe: Serva má, não é a ti que o teu
filho de que não gostas, tem de prestar vassalagem é a mim que sou o seu Senhor
a quem ele deve servir. Dá-lhe o que é devido e em dobro, como penitência, pois
doutro modo não mereces ser minha Serva.
Nota – Já depois de ter escrito e
enviado este texto com uma nota para o JF, este informou-me que recebeu, no fim de semana, publicidade da câmara sobre a Semana Santa
para publicação em página inteira. Isso obriga-me a reformular a nota e a arrepender-me
por ter duvidado da capacidade da Câmara de se arrepender. De qualquer modo os
factos relatados ocorreram e a opinião é
da minha inteira e exclusiva responsabilidade.
António
Cândido de Oliveira
10-4-2025
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