quinta-feira, 13 de novembro de 2025

Diversos da cidade e do município

INFORMAÇÃO – Obter informação do município, especialmente da Câmara Municipal, é difícil. Trata-se de um direito dos munícipes a que corresponde um dever da Câmara a que esta procura fugir. As telefonistas são amáveis e diligentes, mas quem deve responder está quase sempre em reunião ou põe a burocracia a funcionar, mesmo para coisas bem simples.

 REUNIÕES DA CÂMARA MUNICIPAL – Os vereadores do Partido Socialista requereram a transmissão pública das reuniões públicas quinzenais, e só destas,  da Câmara Municipal. Quem teme essa transmissão?

TENDA - Junto à casa das Artes foi colocada uma enorme “tenda” que acolheu mais de mil médicos, nos dias 29 a 31 de outubro de 2025, num Encontro Nacional de Internos de Medicina Geral e Familiar da Zona Norte . Veja-se como ficou aquele espaço verde, depois de desmontada aquela estrutura. E quanto custou? E quem pagou?

MOBIAVE I – Continuo a ver muitos autocarros no centro da cidade. São mesmo, muitos.  Às vezes, quase em fila. No entanto, circulam vazios ou quase, seja qual for a hora do dia ou o dia da semana . Julgo que há aqui nos transportes urbanos qualquer problema que importa resolver com urgência. Também defendo o transporte público, mas é preciso que ele esteja bem organizado e seja devidamente publicitado. Terá sido dada pouca atenção à divulgação?

MOBIAVE II – No meio de tantas dezenas de autocarros, alguns tão grandes que até na cidade circulam com dificuldade, fazem falta miniautocarros que façam o circuito do centro da cidade. Desde que bem organizados,  teriam certamente êxito. Facilitariam a circulação das pessoas, favoreceriam o comércio local e retirariam da circulação  muitos automóveis.

PLÁSTICOS – É enorme a quantidade de plásticos que se acumulam numa casa que tenha o cuidado de os guardar para efeito de recolha selectiva, pois não é bom, colocá-los na recolha diária indiferenciada da cidade.   Devemos ter o hábito de reutilizar nomeadamente sacos de plástico e a Câmara Municipal deve fazer um esforço para reduzir os montes deles. Sabe a Câmara quantas toneladas de plástico se produzem anualmente no nosso concelho? Ou não faz ideia?

ULS - MÉDIO AVE – Noticiou a imprensa local que a  Administração da Unidade Local de Saúde (ULS) do Médio Ave vai ser substituída. Não se sabe ainda quem lhe vai suceder. E devia.  Uma mudança destas deveria ser devidamente explicada e fundamentada. De outro modo fica a dúvida sobre os motivos.

 

RUI ARAÚJO – Corrigindo um erro gráfico da minha responsabilidade, reafirmo que conto com Rui Araújo, um famalicense, com Loja no Shopping Town, que bem conhece a história da nossa cidade, para dar uma informação mais detalhada do edifício da ex-Tipografia Minerva. Entretanto, tive a oportunidade de conhecer acidentalmente  o dono do prédio e da  breve conversa que tive com ele deu para perceber que o  preza, possuindo documentação do maior interesse e quer que, no edifício recuperado, fique a memória daquele que é um dos prédios mais emblemáticos da nossa urbe.

FOTOS ANTIGAS DA CIDADE – Em alguns estabelecimentos da cidade podem ver-se boas fotografias de Famalicão antigo. Lembro dois, pelo destaque que a elas é dado: o Restaurante Moutados e o Centro de Medicina – Clínica Médica (junto da Loja do Cidadão).Neste pode ver-se uma foto (sem data)  da Rua Adriano Pinto Basto tirada do lado sul (certamente junto do que é hoje a Confeitaria Moderna). Consegue-se ver que o pavimento  é de pedra pequena ( não são ainda os paralelos de granito de agora). Nota-se, por sua vez,  do lado esquerdo um carro de bois e parte da Pensão Vilanovense ( que daria lugar mais tarde, em fins dos anos quarenta do século passado ao Hotel Garantia). Do lado direito pode ver-se o prédio que mais tarde acolheu a Ourivesaria Cunha,  uma pequena fonte de água e um poste de iluminação bem alto, naquilo que era o antigo Campo da Feira. É importante termos a memória da cidade.

(JF-13-11-25)

quinta-feira, 6 de novembro de 2025

A difícil gestão do concelho

FAMALICÃO  -  Temos dito e não nos cansamos de repetir. Vila Nova de Famalicão é um grande município em população e território. Tem mais de 200 Km2 e mais de 160.000 habitantes. Um município destes exige um governo muito qualificado. E um governo muito qualificado é uma câmara e um presidente de câmara que a maioria dos cidadãos reconheça como competentes para governar o município. De igual modo, exige-se  uma assembleia municipal com eleitos que sejam reconhecidos como capazes de bem deliberar sobre os principais assuntos do concelho, desde o orçamento, ao Plano Director Munipal e a  tantos outros  importantes assuntos que são da sua competência. Não basta para tal ganhar umas eleições e ocupar tais cargos, pois bem pode acontecer que se  ganhem as eleições não por estar à altura da responsabilidade do governo do município, mas apenas porque não apareceu uma alternativa melhor.

CUIDAR DO TERRITÓRIO – Recentemente tive a oportunidade de percorrer uma pequena parte do concelho e deu para verificar como é rico e bonito o território do nosso concelho, mas ao mesmo tempo como está a ser maltratado. Nós precisamos de indústrias, mas não devemos instalar uma indústria  em qualquer sítio, muitas vezes  dentro de um belo campo agrícola e sem vias adequadas para os movimentos de camiões e automóveis que depois exigem. Quantas vezes se deixam instalar e só depois se arranjam as vias, mais uma vez à custa de bons  terrenos agrícolas. Também precisamos de habitações, mas elas não podem nem devem ser permitidas em qualquer lugar onde haja um pouco de terra,  frequentemente em cima de curvas de estrada  (ver, por exemplo,  a EN, nº 14 – Famalicão Braga), mas em locais adequados e servidos por meios de transporte. São tarefas difíceis, mas por isso mesmo  se torna necessário  um governo capaz.

PARTIDO SOCIALISTA I – O Partido Socialista tem o dever de ter presente que a riqueza do partido não está apenas  no número de militantes, mas  principalmente no número  dos seus  simpatizantes e votantes. Eles são em grande número e nele votaram nas últimas eleições locais  mais de 27.000 (33,5%)  E se não teve mais votos, perdendo as eleições,  deve interrogar-se porquê e não deitar a culpa ao povo (aos eleitores). Foi como diz um comunicado de 8 conhecidos elementos do PS uma oportunidade desperdiçada, não tendo aproveitado nem o mau governo da AD ao longo de quatro anos, nem a conhecida e grave  crise do PSD,  principal parceiro da coligação AD.

PARTIDO SOCIALISTA II – Os problemas do PS de Famalicão devem ser debatidos amplamente dentro e fora do Partido. Circunscrever o debate aos muros da sede e aos militantes é  errado. Temos o direito de saber quem são e o que pensam os militantes que pretendem governar o município.

PARTIDO SOCIALISTA III – O PS deve pensar no futuro e fazer, desde já,  uma oposição de qualidade e esta  faz-se estudando os problemas do concelho, apresentando soluções e criticando sempre que for de criticar ( e não faltarão motivos) a actuação do actual governo. Isso não se faz com gritaria, mas com argumentos.  

CEMITÉRIOS I – No dia 1 de Novembro de 2025  ( sábado),  os cemitérios à volta de Famalicão (os que visitei depois das 15 horas) estavam cheios de carros e com muita gente. Era impressionante, mesmo em freguesias pequenas. Desisti de estacionar, por exemplo, em Brufe, tal era a confusão.

CEMITÉRIOS II – No dia seguinte,  2 de Novembro (domingo), os mesmos cemitérios estavam praticamente vazios à mesma hora ( parte da tarde). Que contraste, apesar de ser domingo e dia de Fiéis Defuntos!

CEMITÉRIOS III – No cemitério municipal de Famalicão foram cortados os cedros do lado Sul ( o lado oposto à entrada principal) e ficou tudo cimento e mármore. Coloquem ao menos, em vez dos cedros, árvores de folha perene, tais como oliveiras ou outras. Os cemitérios não devem ser um deserto de vegetação. Árvores são  vida e são precisos sinais de vida nos cemitérios. Esses sinais  tem um significado para os crentes e para os não crentes.

CEMITÉRIOS IV– Fiquei a saber que o primeiro cemitério ao ar livre  de Vila Nova de Famalicão foi instalado em 1865 ( 30 anos depois da criação do nosso concelho) na rotunda da Avenida 25 de Abril ( em frente à actual  Escola Secundária D. Sancho). Um jazigo no atual  cemitério municipal informa sobre esse facto e sobre o benemérito que o financiou.

TIPOGRAFIA MINERVA – O edifício da Tipografia Minerva junto da Praça 9 de Abril está a ser objecto de obras para consolidar a fachada principal o que se saúda. Esperemos que este prédio tenha a atenção que merece. Os serviços de Cultura do município têm – ainda bem – uma descrição dele, mas incompleta. Conto com o Rui Araújo, um famalicense, com Loja no Shopping Town,  que bem conhece a história da nossa cidade, para descrever melhor aquilo que, segundo parece, até chegou a ter cinema.

(JF-6-11-25)

Texto revisto

quinta-feira, 30 de outubro de 2025

Os eleitos estão ao nosso serviço

TOMADA DE POSSE – Tomaram posse no passado domingo, dia 26 de Outubro de 2025, na Casa das Artes, os membros eleitos para a Câmara Municipal e para a Assembleia Municipal do município de Vila Nova de Famalicão durante o período de quatro anos (2025-2029). Mandam as boas regras da democracia desejar aos  agora empossados um bom mandato para bem do nosso concelho. É o que faço sem reservas, sabendo que os famalicenses só têm a lucrar com um bom desempenho de ambos os órgãos.

PRESTAÇÃO DE CONTAS – Importa ter bem presente que os eleitos agora empossados são representantes de todos os famalicenses ( de todos e não apenas daqueles que neles votaram) e, como representantes que são,  não são donos do poder que exercem. Donos continuam a ser os famalicenses e os eleitos (os membros da Câmara e da Assembleia) estão ao seu serviço e têm o dever de lhes prestar contas do modo como exercem o poder que lhes foi conferido. Prestar contas ao longo do mandato e não só no fim como alguns pensam, erradamente. Prestar contas é, desde logo, e como as duas palavras dizem, informar os famalicenses, sempre que estes o requeiram, sobre a forma como estão a exercer o mandato que lhes foi conferido ( o que estão ou não a fazer e o modo como o fazem). A democracia assim o exige e também por isso não há outro regime que se lhe compare.

CRÍTICA – Em democracia há liberdade de crítica. Criticar é não só um direito mas também um dever, pois tem o dever de criticar quem entende que os seus representantes, num ou noutro assunto, actuam mal.

PARQUE  DE GAVIÃO -  Com o nome indevido de Parque Sinçães Norte decorrem trabalhos no miniparque verde de Gavião ladeado a nascente pelo Bairro Cardeal Cerejeira, a poente pelos “pavilhões” do  LIDL e do Continente, a norte por um prédio que torna ainda mais pequeno o  pequeno parque e a sul por prédio construído sobre o curso de agua que atravessa o parque de norte para sul. Tem lá a indicação de que é uma obra a cargo do município com o custo de cerca de 2 milhões de euros. Tanto dinheiro para um parque tão pequeno! E quanto tempo vai demorar a ser feito? Lá nada diz e devia.

CENTRO DA CIDADE À NOITE – À noite, mesmo no Verão e em noites aprazíveis, o centro urbano da cidade é um deserto. Contam-se pelos dedos as pessoas que nele circulam a partir das 21 horas. Aliás, também estão fechados, desde  muito cedo,   os poucos estabelecimentos que poderiam atrair gente. Não houve articulação entre a “renovação” do centro urbano e o comércio daquela zona.

ESTAÇÃO FERROVIÁRIA -  Causa dó ver o estado da nossa Estação Ferroviária. Aquilo que poderia ser algo ao nível da Estação da Trofa ou de Braga ficou ao nível de Nine e mesmo Ermesinda, tendo esta a seu favor, escadas rolantes. Nós não temos escadas rolantes nem elevadores especialmente para pessoas com mobilidade reduzida ( que têm um longo caminho a percorrer para chegar à linha pretendida) e temos miseráveis parques de estacionamento. Aquele que foi prometido no lado esquerdo da Estação com capacidade para 300 automóveis, coberto e  com ligação subterrânea direta à Estação,  lá está  ao ar livre,  albergando pouco mais de 100 automóveis e obrigando as pessoas a uma subida íngreme para chegar à rua e depois à Estação. Existem ainda adjacentes a esta, três pequenos parques, costumando o maior deles e mais bem situado (lado sul da Estação), com capacidade para pouco mais de 40 automóveis, estar maltratado porque sujo e ocupado por quem não devia, com a complacência da Câmara e da IP (Infraestruturas de Portugal).

MINERVA – Parece que estão a decorrer obras para segurar a fachada, pelo menos a fachada, do edifício da histórica Tipografia Minerva ( junto da Matriz Velha na saída para Calendário)  que ameaça ruir. Tentei obter informação junto da Câmara, mas sem êxito. Obter informação da Câmara é complicado.

MUDANÇA DA HORA – Entrou a hora de inverno e é minha opinião que esta hora deve manter-se todo o ano, acabando com as duas mudanças de hora anuais. Esta é a melhor hora para o Inverno e para o Verão também serve.

ATÉ QUANDO? – É obrigatório ler a “Carta ao Diretor” publicada no Jornal Opinião Pública (29-10-2025) com o título “Até quando?”, subscrita por oito militantes  do Partido Socialista onde pode ler-se entre outras a seguinte passagem: “As eleições autárquicas de 2025 foram uma oportunidade histórica e desperdiçada”. O PS, pelo que se vê, está vivo e isso é bom para o nosso concelho. 

(JF-30-10-25)

quinta-feira, 23 de outubro de 2025

Edifício Tipografia Minerva

PROBLEMAS DO CONCELHO – São tantos os problemas do concelho que podem e devem ser resolvidos pela importância que têm que não podemos nem devemos  ignorá-los. E infelizmente ignoramos muitas vezes.

TIPOGRAFIA MINERVA –Eu já sabia que o edifício da Tipografia Minerva corria riscos, mas o que não sabia é que a protecção que lá colocaram não protegia nada. Está colocada do lado errado ou pelo menos é preciso colocar uma do outro lado. Fiz diligências junto da Câmara para agir em tempo, utilizando o meios que tem ao seu dispor.  Veremos.

CARTAZES – Já é tempo de retirar os cartazes e painéis relativos às eleições locais de 12 de outubro de 2025. Temos o direito de ver as ruas, avenidas, rotundas e outros locais livres de publicidade.

PUBLICIDADE COMERCIAL -  Já basta a publicidade comercial que é também ela excessiva e deveria ser regulamentada para a reduzir. A publicidade excessiva ao ar livre, nos recintos desportivos, na rádio e na televisão e noutros locais, sem esquecer as redes sociais, é uma autêntica praga.

PONTO VERDE – Li numa publicidade  da sociedade “Ponto Verde” que interessa ler ( também há publicidade positiva) que “7 em cada 10 portugueses já separam as embalagens. Mas destes, só 1 é que separa mesmo bem”. E acrescenta “Vamos mudar isso? Vê como separar melhor as embalagens em ponto.verde,pt” (Público, 20 de outubro de 2025). Precisamos de separar mesmo bem as embalagens que inundam  à nossa volta.

ANÁLISE DOS RESULTADOS – Os resultados das eleições de 12 de outubro no nosso concelho deveriam ser objecto de uma atenta análise. Bem gostaria de a fazer se fosse jornalista e tivesse tempo. Temo que essa análise não seja feita, apesar de termos cinco(5) jornais locais. Essa análise faz falta e não é difícil de fazer. Apenas requer tempo.

CHUVA – Chove fortemente nesta tarde de terça-feira, dia 21-10-2025. A chuva surgiu  desde domingo, depois de um longo período de seca. Para muitos já aborrece, mas é muito necessária. Lembro-me sempre nestas alturas do médico veterinário Dr- Pinguinha (só uma, como costumava dizer quando lhe chamavam Pinguinhas). Criticava quem se insurgia contra a chuva, dizendo que “água é vida” e tinha toda a razão.

ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS – Vale a pena ouvir o podcast do Observador “A Eleição Mais Louca de Sempre” sobre as eleições presidenciais de 1986 em que foram candidatos  Maria de Lourdes Pintasilgo, Francisco Salgado Zenha, Mário Soares e Diogo Freitas do Amaral.  Basta navegar na net, pois está livremente disponível.

PLÁSTICOS – É impressionante a quantidade de plásticos que  invadem as nossas casas, os estabelecimentos comerciais e outros, as terras e os rios. É preciso lutar contra essa invasão-

SIRVA – O Sistema Intermunicipal de Resíduos do Vale do Ave é a nossa LIPOR. Trata  os resíduos de  Fafe, Guimarães, Póvoa de Lanhoso, Póvoa de Varzim, Santo Tirso, Trofa, Vieira do Minho, Vila de Conde, Vila Nova de Famalicão e Vizela. Trata-os bem? Melhor ou pior que a LIPOR?

(JF-23-10-25)

quinta-feira, 16 de outubro de 2025

Eleiçoes, mas não só

 FESTA DO VOTO – O dia de eleições é um dia especial e as pessoas acorrem às mesas de voto em grande quantidade. É bom ver, como vi e ouvi, pais com filhos ainda muito novos dirigirem-se ao local do voto, dizendo-lhes que poderão também votar um dia quando tiverem 18 anos. Poderíamos chamar a esta movimentação uma romaria, uma celebração ou procissão laicas, mas talvez a palavra mais apropriada seja festa. Festa do voto livre e universal. Celebração da democracia.  Em Famalicão-cidade vota-se, em regra,  acima da média nacional. Assim sucedeu este ano no dia 12 de Outubro de 2025.

PREVISÕES E RESULTADOS – Dizia, na semana anterior,  que iria fazer previsões dos resultados eleitorais e assim fiz, escrevendo o seguinte texto:

“É difícil prever o resultado das eleições de amanhã e haverá surpresas como de costume. Para a Câmara Municipal  de Famalicão prevejo o seguinte resultado: PSD (PSD/CDS) - 6 vereadores; PS - 4 vereadores – Chega - 1 vereador. Mas não me admira um resultado: PSD – 5; PS -4; Chega-2 Fora disto são para mim surpresas. E sei que há muitas pessoas que apostam num bom resultado do PS dada a campanha eleitoral em termos de propaganda”.

Como resulta daqui acertei na previsão primeira. A lista  PSD/CDS perdeu um vereador para o Chega e o Partido Socialista ficou na mesma.

CAMPANHAS I – As campanhas dos dois maiores partidos foram muito personalizadas por razões diversas. A do PSD (Mário Passos) por motivo da crise interna do partido. A do PS (Eduardo Oliveira)  por vontade demasiado evidente do líder concelhio.

CAMPANHAS II – Campanhas personalizadas e muito caras. Especialmente a do PS. Temos o direito de saber quanto custou cada uma delas. A democracia assim o exige. Saber não o custo anunciado oficialmente, mas o custo real. Temos esse  direito, mas tenho a certeza de que as listas não vão cumprir o dever correspondente.

VITÓRIA – Foi clara a vitória da lista de Mário Passos, conseguindo a maioria absoluta e a grande maioria das juntas de freguesia.

DERROTA – Muito clara foi , por outro lado, a derrota da lista de Eduardo de Oliveira. Para quem aspirava à “Mudança” constantemente apregoada, manter o número de vereadores ( 4 em 11) e conquistar apenas 6 freguesias ( são 39) obriga a tirar consequências sem demora. É o PS que precisa de “Mudança” interna.

PS – Se o PS não fizer uma profunda reflexão interna pior para ele e para todos aqueles que prezam o socialismo democrático. Como afirmou Paulo Pinto na Fama TV  em comentário na noite das eleições: “os resultados (do PS) ficaram muito aquém do esperado”.

MESAS DE VOTO NA CIDADE – A concentração de mesas de voto da cidade na Escola da Rua Conde de São Cosme do Vale precisa de ser revista. O dia das eleições locais de 12 de outubro de 2025 decorreu num dia de Sol, mas se estivesse de chuva tudo se complicaria ainda mais. A rua não tem saída, é estreita e não suporta o trânsito automóvel que nela se concentra nestes dias. A rua deveria ser utilizada apenas pelos moradores e por veículos que transportassem pessoas com mobilidade reduzída. O estacionamento na Rua Manuel Pinto de Sousa deve ser reservado em dias de eleições a eleitores e por tempo limitado. Não é difícil regulamentar isso.

CAMILO E OS CTT – Os CTT acabam de editar um livro  de que é autor José Manuel de Oliveira comemorativo do bicentenário do escritor. Tem o título “ Lugares da Vida e da Ficção em Camilo Castelo Branco” e uma excelente apresentação gráfica.  Vale a pena  adquiri-lo e mais ainda lê-lo, devagar, dando atenção também às muito ricas ilustrações. José Manuel de Oliveira encerrou  recentemente uma serie de 12 textos sobre Camilo no “Jornal de Famalicão” que bem merecem ser publicados em livro. Esperemos que tal suceda muito em breve.

RELIGIÃO – Num tempo em que se liga prática religiosa a velhice foi significativo   ver milhares de jovens escuteiros na cidade no dia  4  de Outubro de 2025, provenientes da arquidiocese, e ver também, no dia 11 de outubro,  a Matriz Nova superlotada, assinalando o início da catequese de 2025. A  quantidade de crianças e de  pais, também novos,  impressionava.

segunda-feira, 13 de outubro de 2025

A Assembleia Municipal: balanço do mandato 2021-2025

A Assembleia Municipal de Vila Nova de Famalicão reuniu pela última vez no dia 19-9-25 numa sessão que demorou mais de duas horas e terminou com um gesto que é de registar em que os deputados se despediram deste mandato com o sentimento do dever cumprido e palavras amáveis para os adversários.

Foi um gesto que fica bem, mas faltou nesta sessão o mais importante e que não devia faltar que era o balanço do mandato. Balanço que deveria constar de um documento vindo da comissão permanente e que seria uma espécie de prestação de contas para os famalicenses. Os membros da Assembleia Municipal dirigiram-se uns aos outros ficando em segundo plano os representados ( os munícipes).

Atrevo-me, como famalicense, a dizer, em traços largos, como vi a Assembleia Municipal ao longo destes quatro anos , principalmente através da transmissão online e de informações que fui obtendo.

Aspectos positivos:

1 - É muito positiva desde logo a transmissão online das sessões, estando disponíveis para audição ou visualização a qualquer momento. A nossa Assembleia Municipal marca pontos, pois ainda há assembleias de muitos concelhos que temem a exposição pública das suas sessões. A nossa, não!

2 - Também positivo é o facto de a Assembleia Municipal dar a todos os grupos municipais, independentemente do número dos seus membros (pode ser um) e à Câmara Municipal o mesmo tempo. Pode achar-se – e fora do nosso município muitos acham- que é um privilégio dado aos grupos pequenos, mas é, na minha opinião, uma magnanimidade dos grupos municipais mais numerosos que os eleva/dignifica.

3 - Ainda positivo é o respeito escrupuloso pelo tempo de cada grupo municipal e do presidente da c^mara municipal

Aspectos negativos:

Vejamos agora os aspectos negativos.

Instalações da Assembleia Municipal

1.A Assembleia Municipal está instalada numa Sala Nobre, antiga sala de audiências do Tribunal Judicial, mas que não é adequada para a realização das sessões plenárias. É um espaço demasiado pequeno quer para os membros do órgão, quer, especialmente, para o público.

2.Nada impede e antes aconselha que as sessões plenárias (ordinárias ou extraordinárias) sejam feitas em local amplo e já sucede em vários municípios. A Assembleia Municipal de Guimarães, por exemplo, faz sessões plenárias num amplo auditório da Universidade do Minho. Braga (mais) e Barcelos (menos) fazem também as reuniões em espaços onde todos estão à vontade.

Instalações dos grupos municipais

3.Os grupos municipais não têm sequer um espaço próprio como deveriam ter, para reunir, conservar a sua documentação e preparar as sessões e receberem os munícipes que queiram falar com os seus membros.

Apoio aos grupos municipais

4.Os grupos municipais precisam de apoio em pessoal e meios financeiros para exercerem bem as suas tarefas. Só assim podem estar a par dos principais assuntos dos municípios e participarem com mais conhecimentos das sessões.

Comissões permanentes

5.Para além de uma comissão permanente, constituída pela mesa e pelos representantes dos grupos municipais, a Assembleia Municipal deveria possuir comissões permanentes sectoriais para que os assuntos mais importantes a apreciar em plenário fossem devidamente estudados e objecto do relatório prévio.

6. Não pode ter muito nível um debate em que assuntos tão importantes como o orçamento, as contas, o planeamento urbanístico, os transportes e outros de especial complexidade e impacto financeiro passem directamente da proposta da câmara para o plenário. Os membros da Assembleia Municipal não exercem funções a tempo inteiro recebem apenas senhas de presença de baixo valor e não podem ter conhecimentos técnicos de todos os assuntos submetidos a votação. Por isso, a apreciação dos assuntos mais importantes em comissões sectoriais deveria ser obrigatório. A nossa Assembleia Municipal não possui tais comissões ao contrário do que sucede em muitas outras.

Intervenção do público

7. A intervenção foi menorizada pela actual AM remetendo-a para o fim das sessões quando muitas assembleias do nosso país já lhes dão o primeiro lugar na ordem do dia.

Apoio financeiro

8. Talvez as pessoas não saibam mas o orçamento da Assembleia Municipal anda à volta de 0,1 % do orçamento do município, enquanto como disse Ricardo Mendes na última sessão, o município gasta “apenas” ( a palavra e as aspas são nossas) 2% do orçamento do município.

A Assembleia Municipal e a página do município

9. A Assembleia Municipal não tem um espaço próprio na página do município como devia. Seria um espaço para a mesa da assembleia reger e para os grupos municipais exporem as suas ideias. Para evitar excessos eventuais a análise do seu conteúdo poderia ser feita pela comissão permanente e quando esta não tivesse um acordo de mais de 2/3 sobre reclamações que lhe fossem colocadas poderia haver a intervenção de alguém considerado competente para decidir, nos termos do regimento interno.

Considerações finais

Uma Assembleia Municipal que se preze não deveria terminar o mandato sem chamar a atenção do poder central para um conjunto de aspectos que importa concretizar:

10. Desde logo o não cumprimento do artigo 239.º, n.º 3 da Constituição que atribui â Assembleia Municipal o poder de destituir a câmara através da aprovação de uma moção de censura. Atualmente ela pode aprovar uma moção de censura, mas essa aprovação não tem o efeito que deveria ter porque ainda está por publicar há mais de 25 anos a lei que regulará essa destituição. A Assembleia da República durante todo este tempo não cumpriu a Constituição praticando uma clara inconstitucionalidade por omissão.

Conclusão

Ao não proceder deste modo a nossa Assembleia Municipal esteve longe de cumprir na substância o seu papel e o balanço global do mandato é muito negativo. Não tivemos uma Assembleia Municipal à altura do que os famalicenses mereciam.

Esperemos que a próxima seja muito melhor!

(Noticias de Famalicão, 13-10-25)

sexta-feira, 10 de outubro de 2025

Eleições (VI)


INDECISO -  Chego à última semana de eleições indeciso. Indeciso porque tenho três votos (assembleia de freguesia, assembleia municipal e câmara municipal) vou votar  e não há nenhuma lista que me convença claramente  e explico porquê.

FREGUESIA - Quanto à freguesia (assembleia de freguesia) nenhuma lista  me garante que vai lutar pela recuperação da autonomia das duas freguesias agregadas ( a recuperação da  autonomia da freguesia de  Vila Nova de Famalicão e da freguesia do Calendário). Em vez de assumirem uma posição clara as listas  remetem para assunto a discutir, o que é muito cómodo. Parecem satisfeitas com a União. Se não for verdade, digam-me. Ainda estão a tempo e o meu endereço electrónico vai no fim.

ASSEMBLEIA MUNICIPAL – O voto para a assembleia municipal é, apesar de tudo o mais fácil, porque aposto na presença  de  partidos pequenos na assembleia. Os partidos pequenos fazem falta para dar mais vida à assembleia e há quem tenha dado provas de que merece estar/entrar neste importante órgão.

CÂMARA MUNICIPAL – O problema maior é a eleição para a câmara municipal e especialmente para o presidente da câmara que,  tendo em conta a história do nosso governo municipal, vai para um dos dois grandes partidos famalicenses ( o PSD, ainda que em coligação, e o PS). Ora vejamos a situação actual de ambos.

LISTAS - As listas que incluem os dois maiores partidos do nosso concelho deixam muito a desejar. A lista da Coligação PSD/CDS é o arranjo possível resultante dos desentendimentos internos do PSD e a lista do PS revela, por sua vez,  que este partido ainda não superou a crise de 2001. Não estamos perante duas boas opções, estamos perante listas  que estão muito  longe do que o nosso concelho merece..

PSD - A lista da Coligação PSD/CDS mostra, é certo, o poder político de Paulo Cunha. Humilhou  a secção concelhia do PSD, dado o poder que tem a nível distrital e nacional. Apenas não temos uma crise como a de 2001 do PS, porque a concelhia do PSD colocou o partido acima das lutas internas. No entanto, a lista que se apresenta agora está longe de convencer e é uma continuidade de um mandato que foi, a meu ver, globalmente mau com responsabilidade política, desde logo, de Mário Passos. Basta ler o que tenho escrito ao longo destes quatro anos. Claro que votaria PSD se apresentasse uma boa lista, pois procuro não confundir  eleições locais com eleições nacionais

PS - A lista do PS não é, também, a meu ver, uma lista que convença. Eduardo Oliveira teve quatro anos para mostrar o que vale e não mostrou nada ou quase nada. As pessoas não sabem, mas seria bom que soubessem as razões  que determinaram  que a vereadora Maria Augusta Santos renunciasse  há mais de um ano ao mandato, que vinha exercendo com uma participação activa e crítica nas reuniões que as atas bem  demonstram. Era bom que os eleitores soubessem também porque não faz parte da lista o conceituado vereador Paulo Folhadela e o mesmo se diga do vereador Sérgio Cortinhas, vereadores com quem fui falando ao longo destes quatro anos, por minha iniciativa e amabilidade deles. Não falei com vereadores da Coligação apenas porque não teria sucesso na informação  que pretendia obter. Causaria embaraços. Aliás, estou à espera há meses da marcação de uma reunião com um desses  vereadores.  

COMO VOTAR? – Perante isto, pessoas amiga confidencia-me que vai votar no mal menor. Fez-me pensar, mas não tenciono ir por aí. Entendo que votar na continuidade é premiar quem governou mal e, por sua vez, a mudança não é boa, só por ser mudança. Uma nota quase dispensável: as minhas opiniões sobre pessoas são de natureza política e não põem em causa o respeito pessoal. A democracia assim o exige.

PREVISÕES -  Muitos de nós, que nos interessamos pelas eleições locais,  gostamos de fazer previsões sobre os resultados, particularmente para a câmara. Tenho as minhas. Não as revelo agora, porque entendo que não devo influir ainda que minimamente (o que escrevo vale muito pouco) no voto de 12 de outubro de 2025. De qualquer modo dá-las-ei a conhecer a pessoas de confiança, que servirão de testemunhas, e revelarei essas previsões depois das eleições. Ainda que me engane, como é costume.

BARCELOS POPULAR – Visitei Barcelos no domingo passado (5.10.25) e fiquei admirado com a animação que vi no Centro da cidade. Perguntei  a um famalicense que encontrei na Rua Direita se aquela animação popular era costume e pedi para comparar com a animação do Centro de Famalicão ao domingo e foi  muito claro ao dizer que não havia comparação: a animação de Barcelos era muito superior. Mas o que mais me agradou nesta visita que não fazia há anos a Barcelos aos domingos foi comprar (1,20 euros) o semanário Barcelos Popular – Semanário Regional, Democrático e Independente. Um semanário como há poucos à nossa volta.

(JF-9-10-25)

Eleições Locais (V)


TERRITÓRIO I – Nós temos um território de mais de 200 Km2 e não o conhecemos, nem respeitamos. Não conhecemos porque não é fácil conhecer um território que é cinco vezes maior que o município do Porto (41 Km2) e que vai de Ribeirão a Arnoso e de Gondifelos a Joane, com 49 freguesias (antes das uniões).  A página oficial do município bem podia ajudar a conhecer, mas não ajuda, apesar dos meios tecnológicos  que existem ao dispor nos dias de hoje. E o nosso território é rico e variado. Tem terrenos agrícolas, tem floresta, tem espaços construídos ( habitação, indústria, comércio) e outros.  

TERRITÓRIO II - Se gostamos de Famalicão temos de conhecer bem o nosso território e de o defender. Defender e valorizar. É minha opinião que não é isso que está a suceder. Não respeitamos o nosso território se tivermos em conta o desordenamento e mesmo  a sua  destruição (ver, por mero exemplo,  a pedreira de Santa Marinha da Portela e a mancha negra de Outiz/Vilarinho). E o desprezo pelos terrenos agrícolas é evidente. Assunto a merecer atenção mais detalhada.

PROGRAMAS ELEITORAIS – Vi o Programa de Mário Passos (PSD/CDS) , da Iniciativa Liberal (IL) e da CDU, mas não tive ainda tempo para os ler com a atenção com a atenção devida. De louvar,  no entanto,  o facto de estas  candidaturas, tal como  outras já referidas,  elaborarem e divulgarem programas eleitorais.

FEIRA GRANDE– A Feira Grande de São Miguel não mereceu do município a atenção devida. Ocorreu nesta segunda-feira, dia 29 de setembro de 2025, como de costume,  mas  sem qualquer animação por parte do município. Em vez disso,  a Câmara gastou bom dinheiro nos dias anteriores para fazer coisas que pouco ou nada têm a ver com a Feira propriamente dita. Mais umas “festarolas”  como é habitual.

NA PONTA DO PALITO – Este é o muito sugestivo título de um opúsculo de pequenas dimensões, mas muito bem apresentado graficamente, com 14 páginas editado pela Câmara Municipal por ocasião da Feira Grande de São Miguel (26-29 setembro de 2025). O fim anunciado deste opúsculo é o de  divulgar os “melhores locais para petiscar em Vila Nova de Famalicão”. Mas a finalidade maior foi seguramente  “petiscar eleitores” e assim se compreende que abra com uma carta aos famalicenses de Mário Passos com foto do mesmo em camisa e gravata copiada da propaganda eleitoral. O nosso dinheiro também serve para  a “ponta do palito”!

HOSPITAL - Eduardo Oliveira (PS) defende a criação de um novo hospital que, segundo Jorge Paulo Oliveira, custará entre 500 a 800 milhões de euros, sendo por isso, pouco credível que essa ideia avance nas décadas mais próximas. Mas, assim sendo, cabe provar a quem defende a modernização e ampliação do hospital actual,  como sucede desde logo com  a Câmara ,  que esse é o melhor caminho e divulgar o estudo que mandou fazer a um arquitecto local. Temos o direito de o conhecer. A mim também me parece que pedir  um hospital novo é pedir muito, mas quero ficar convencido de que é possível termos em breve o nosso  Hospital a funcionar bem e devidamente ampliado. Até agora a Câmara pouco ou nada tem ligado a este assunto. Acordou só agora?

ASSEMBLEIA MUNICIPAL –  A Assembleia Municipal reuniu pela última vez este mandato no dia 19 de setembro de 2025. É tempo de fazer um balanço. Espero ter tempo de o fazer. Melhor: está feito em traços gerais, mas preciso de o concluir e não cabe neste espaço.

SEDES ELEITORAIS – Apenas o PS tem uma sede física na cidade para a eleição dos órgãos do município, situada na Rua Alves Roçadas, junto da Capela de Santo António. Passei lá  na 2ª feira à noite (29.9.25)  já depois das 21horas e estava aberta. Quem lá estava para receber? A D.ª  Adelina Ortiga sempre ao serviço do PS há mais de 50 anos, quer  concorde ou não, ao longo de décadas, com as políticas e as escolhas  locais seguidas pelo Partido.

PROPAGANDA ELEITORAL – Colocar propaganda eleitoral fixa ao alcance das pessoas é um risco. Essa propaganda deve ser respeitada, mas, como sabemos, há quem, infelizmente, por falta de civismo, não a respeite. Por isso, seria mais avisado colocá-la um pouco mais alto, dificultando-lhes a vida.

MOBIAVE - Continuo a ver os autocarros vazios ou quase. Só eu?.

(JF-2-10-25)


quinta-feira, 25 de setembro de 2025

Eleições Locais (IV)

SINTRA - Havia problemas com o Hospital : “Havia demoras de 11 horas, 10 horas. Não é possível. Então como é que a gente faz? Temos de ter um hospital aqui. Não é o grande hospital que muitos pensavam, mas lá se fez um hospital.” O Presidente da Câmara de Sintra, Basílio Horta, perante as insuficiências do Hospital e a não resposta do Estado não desistiu. O município fez um hospital em Sintra! Em Famalicão não se pedia tanto. Pedia-se que a Câmara desse atenção ao Hospital lutasse seriamente pela sua ampliação, cuidasse de construir habitações para arrendar a médicos  e outros profissionais de saúde, atraindo-os para trabalhar aqui, como temos dito, e pedia-se também que não tivesse a péssima ideia de colocar junto dele uma superfície comercial e muito menos de aumentar o trânsito à volta dele. A nossa Câmara ao longo destes quatro anos interessou-se mais com gastar dinheiro com festas do que cuidar da saúde hospitalar dos famalicenses.

TRÂNSITO - Está claro que os moradores do lado Norte da 9 de Julho ( Santo Adrião e Talvai) precisam de aceder ao centro da cidade sem as dificuldades e os perigos  atuais, mas para isso basta uma rotunda na Rua 9  de Julho e descer por ela para o centro da cidade. O acesso ao hospital a partir dessa rotunda ficaria restringido a ambulâncias e não era necessário fazer as obras (uma avenida?) que a Câmara aprovou, mas felizmente ainda não executou. Que a Câmara que saia destas eleições tenha mais visão.

TRABALHO - Basílio Horta disse esta coisa pouco vulgar num presidente da câmara que foi eleito em três mandatos sucessivos: “ eu tive um defeito no meu lugar: eu ligo-me pouco às pessoas no sentido da afabilidade, de estar muito com as pessoas nas festas e dançar e cantar e pôr as sardinhas a assar, o que é óptimo, o que é muito bom num presidente de câmara. Mas eu, com toda a franqueza, não fui capaz de fazer isso. Não tive categoria para fazer isso.” Teve muita categoria ao proceder assim e provou que um presidente faz mais, trabalhando no seu gabinete e visitando o que deve visitar do que gastar tempo em festas, procissões e idas a Fátima com os seniores. Deixem as idas a Fátima ou outros lugares para as freguesias.

IMIGRANTES - Em Sintra há muitos imigrantes. Que fez Basílio Horta (BH)?  Leiam:  “Nós tratámos a imigração muito a sério, mas mesmo muito a sério. E o problema da imigração em Sintra ou em Lisboa é um problema nacional, não é um problema só local. No ano passado nós tínhamos aqui à volta de 50 e tal mil imigrantes. Tínhamos 14 associações. As associações que nós tínhamos cobriam a origem dos imigrantes todos, com excepção do Brasil, que não tinha associação. O resto tinha. Através das associações, a câmara tinha um programa, um programa que, aliás, era considerado um programa líder a nível europeu. Eu fui várias vezes a Bruxelas explicar o programa, que é um programa de acolhimento e integração de imigrantes”. Em Famalicão, a .Câmara nem sabe quantos imigrantes tem. Ou se sabe não o diz. E que acolhimento lhes faz? Devia aprender com a câmara PSD do Fundão, se não gosta da de Sintra.

OPOSIÇÃO – Sobre a presença de vereadores da Oposição na Câmara BH, que defende essa presença, disse: “A oposição tem muitas coisas que uma pessoa não deve ouvir sequer. Mas tem coisas importantes para serem ouvidas. E nós não devemos deixar de as ouvir”. Ouviram?

ATAS E CONTAS – Em transição de mandato, municípios e freguesias, especialmente as freguesias, devem ter as atas e as contas devidamente organizadas não aconteça que a câmara ou junta que lhe suceder  encontre uma desordem que obrigue até os tribunais a intervir. Não são raros esses casos, infelizmente.

(JF-25-9-25)

quinta-feira, 18 de setembro de 2025

Eleições Locais (III)

SURPRESA - Em eleições, os resultados, por vezes, são uma surpresa. Dito isto, leia-se com essa reserva, o que segue.

INCUMBENTE - É difícil vencer um presidente de câmara que se recandidata (incumbente – titular do cargo). Para que tal aconteça é preciso que o eleitorado que o elegeu esteja descontente e isso só sucede se tiver feito um mandato mau. Mas, mesmo assim, não chega, É preciso que o eleitorado considere que há uma alternativa credível.

PSD - Em Famalicão há um presidente que se recandidata e tem desde logo essa vantagem. Há uma clara crise no partido principal (PSD) da Coligação que o apoia, mas muito provavelmente essa crise não terá muita influência no eleitorado, dada a contenção que o partido concelhio tem revelado. O mandato que agora acaba foi a meu ver mau, bastando ter presente o que tenho escrito ao longo destes quatro anos, mas não sei se o eleitorado que o elegeu pensa do mesmo modo e o pensamento deste é que conta.

PS – Por sua vez o Partido Socialista aposta tudo em Eduardo Oliveira, uma aposta na Mudança, tendo em conta que a Coligação PSD/CDS governa o concelho há quase um quarto de século. Será que Eduardo Oliveira, que está a vencer a batalha da publicidade de rua, convencerá o eleitorado famalicense ? Este verá nele uma alternativa credível? Fica a interrogação.

CHEGA - Depois da votação nacional e no nosso concelho que o Chega obteve não é possível ignorá-lo. Será que o eleitorado vai votar Chega, mesmo sem ter em conta que estas eleições são locais? O que está em causa nestas eleições é o bom governo do município. Os eleitores pensarão o mesmo?

PROBLEMAS LOCAIS – São sem conta os problemas de um concelho grande como o nosso é. No entanto, não têm todos igual relevância. Vejamos alguns que são considerados particularmente importantes.

HABITAÇÃO – Dizem os candidatos que a habitação ( a falta de habitação) é um dos principais problemas do concelho. Mas quantas habitações são necessárias? Os candidatos têm uma ideia aproximada dessa falta? Os famalicenses precisam de saber e principalmente o incumbente tem obrigação de informar. Não se exige um número rigoroso mas um número aproximado, o mais actual possível.

MOBILIDADE – A mobilidade é outro problema. Problema sério se tivermos bem presente a larga quantidade de autocarros que chegam e partem da cidade praticamente vazios. A MOBIAVE parece um fracasso. Mas será? O que sabem e pensam os candidatos sobre essa matéria?

SAÚDE - A atual Câmara mostrou desprezo pela situação do nosso Hospital que precisa de ter condições que não tem. A defesa de um hipermercado junto dele, diz tudo. Quando teremos uma Câmara que em vez de um hipermercado cuide de oferecer a médicos e enfermeiros casas para arrendamento ou aquisição a preços acessíveis para atrair e fixar pessoal de saúde? Mesmo que a pouco provável construção de um novo hospital avance, este não só vai funcionar durante largos anos, como depois não desaparecerá certamente.

IMIGRAÇÃO – Nós temos de saber lidar com a imigração que está aí, queiramos ou não. A primeira preocupação deve ser saber quantos imigrantes temos no concelho, onde estão localizados e o que fazem. Importa integrá-los do melhor modo possível e isso exige uma câmara atenta e capaz. Vejam o exemplo do município PSD do Fundão.

PESSOAL – O bom governo do município não se basta com a eleição de vereadores e membros da assembleia municipal. É da maior importância o pessoal que está ao seu serviço e desde logo o pessoal dirigente. Ora, como já temos dito não se compreende que havendo vários departamentos municipais (5?), só um tenha o respectivo director. Algo está mal.

PROGRAMA DO PAN – Está publicado e acessível na net o programa eleitoral do PAN com o título “FAMALICÃO MERECE MELHOR”. Bem apresentado graficamente e contendo 46 páginas são muitos os assuntos que aborda, começando pelas pessoas e assim nomeadamente os direitos humanos, a habitação, a (i)migração, a educação e a saúde. Os animais tem nele particular relevo, bem como a natureza, fazendo jus ao nome do partido. A parte final é dedicada à gestão pública e à organização do território. Não é por falta de medidas que peca este programa e talvez a maior crítica que se lhe possa fazer é a de não hierarquizar os problemas do nosso concelho tantos eles são. Deste mesmo problema padece o Programa do PS que também acabei de ler.

(JF-18-9-25)

quinta-feira, 11 de setembro de 2025

Eleições Locais (II)


PROGRAMAS ELEITORAIS  – Uma lista de candidatos que concorra às eleições para os órgãos de um município como o de Famalicão  e não apresente um programa eleitoral  devidamente estruturado, fruto de trabalho de casa, dá má nota de si, não presta.

LEITURA DOS PROGRAMAS ELEITORAIS – Todos sabemos que poucos leem os programas eleitorais, mas esses programas não são só para ser lidos. São a afirmação de que a lista se preparou para as eleições, sabendo o que pretende fazer e que não tem medo de responder perante os eleitores se não cumprir o que prometeu.

PROGRAMA ELEITORAL DO PS – O primeiro e até agora único programa eleitoral apresentado que conheço é o do PS. Tem 66 páginas, está bem estruturado e contém um largo número de medidas concretas  para executar ou começar a executar durante o mandato. Um programa eleitoral vale por si, mas nada impede que uns o considerem bom e outros mau. O  que nunca pode ser bom  é um programa que não existe!

PESQUISA NA NET – Numa pesquisa simples na net chegamos à conclusão de que o PAN e a IL (Iniciativa Liberal) vão apresentar programas eleitorais em breve. Pode ser que outros programas  existam ou sejam apresentados ainda, mas não temos conhecimento disso. É pena que não haja o cuidado de informar através dos meios de comunicação social.

DEBATES – Também são importantes os debates eleitorais. Ainda não se anuncia, que saiba no momento em que escrevo (9.9.25), nenhum debate em Famalicão. Os debates são importantes e deveriam ser as próprias listas concorrentes a solicitarem-nos, demonstrando disponibilidade  para dar a conhecer o que pensam. As listas para a câmara e as listas para a assembleia.

CONTA LÁ – Entretanto a plataforma Conta Lá ( canal 15 da MEO e 123 da NOS) está a realizar 278 debates no Continente e o de Famalicão “já foi para o ar no dia 5 de setembro”. De qualquer modo vai ser repetido no dia 11 de setembro pelas 00H30 e estará disponível no Youtube e outras redes. Pode, assim,  ser visto por quem quiser. Conto ver e ouvir.

JN – O Jornal de Notícias  está a fazer 15 debates em municípios perto do nosso concelho, como Braga,  Guimarães e Maia, mas Famalicão ficou de fora, infelizmente. Não foi possível “chegar a todos” diz o JN. 

PSD – FAMALICÃO  - O PSD de Famalicão tem uma página web que é uma sala de visitas do Partido. Todos os partidos deveriam ter uma página web, muito especialmente os grandes partidos. Ao que parece no nosso concelho só o PSD a tem. Entretanto, essa página que vi há dias, tem um grave defeito. Não está atualizada e não dá a informação devida sobre as eleições locais de 2025. A crise que existe no PSD e de que, nomeadamente  o jornal digital Notícias de Famalicão  e o canal Íris Televisão têm dado ampla informação, explica certamente esta lacuna. De qualquer modo, não fica bem ao partido ignorar, na sua página oficial, a candidatura do PSD, dando a conhecer listas de candidatos, programa e actividades de campanha.

PS – FAMALICÃO – O PS de Famalicão não tem uma página web. Contenta-se com o facebook e outras redes sociais. É pena! Os militantes e simpatizantes mereciam mais. No entanto, dá ampla informação sobre as eleições locais, dando especial destaque ao candidato a Presidente de Câmara Dr. Eduardo Oliveira. Este possui, aliás,  uma página  web própria, dando largo destaque às eleições de 12 de Outubro. Há, no PS,  uma clara personalização destas eleições em volta de Eduardo Oliveira. 

(JF-11-9-25)

quinta-feira, 4 de setembro de 2025

Eleições Locais (I)


FÉRIAS – Depois  das férias de Agosto, os jornais impressos regressam e com eles o Jornal de Famalicão. Vamos procurar  dedicar as próximas seis semanas às eleições locais de 12 de outubro porque elas são muito importantes para o nosso concelho.

LISTAS CONCORRENTES – Não nos podemos queixar de falta de listas concorrentes à Câmara Municipal e à Assembleia Municipal. São 7 (sete) a saber: PSD/CDS-PP, Partido Socialista, Chega, CDU, Iniciativa Liberal,  PAN e ADN (Alternativa Democrática Nacional) . Do que, porventura, nos podemos queixar é do facto de elas deixarem de fora famalicenses que muito poderiam contribuir para o bom governo do município, quer na Câmara, quer na Assembleia Municipal,

CANDIDATOS – Famalicenses com qualidades para ocuparem lugares nos órgãos do município não faltam. O que faltou, porventura, foi  serem convidados ou não aceitarem por não acreditarem no projecto que lhes é apresentado.

INFORMAÇÃO – Temos dito e repetido. Era do maior interesse que houvesse um local ou locais onde nós pudéssemos ver quem eram os candidatos, os seus currículos, ainda que resumidos, os programas das listas, abordando os problemas do concelho e as acções que vão desenvolver. Neste momento isso não sucede e a informação é pouca e dispersa.

COLIGAÇÃO FALHADA – Praticamente não foi notícia, mas deveria ter sido. O Partido Socialista (PS) tentou em devido tempo uma coligação com o PAN (Pessoas – Animais – Natureza) e também o Livre, salvo erro, mas não resultou. Foi pena. Era algo de novo no panorama local. O que falhou? O Partido Socialista teve, pelo menos,  o mérito da iniciativa.

FOTOS E SLOGANS – A cidade e o concelho estão cheios de fotos “bonitas” dos candidatos dos principais partidos sós ou acompanhados/as e alguns slogans. É uma publicidade que sabe muito a propaganda  e muito pouco a informação, gastando-se muito dinheiro naquela, em prejuízo desta.

DEBATES I - Do maior interesse seria que houvesse debates deviamente organizados, entre os diversos candidatos para conhecermos as suas ideias;  debates gravados e que pudessem ficar disponíveis para serem vistos pelos eleitores. Será que não vai haver quem tome essa iniciativa? Os candidatos seriam os principais interessados em participar, excepto se os temessem ou mostrassem sobranceria. Nestes últimos casos também os eleitores fariam o seu julgamento.

DEBATES II – Os debates não deveriam ser só sobre os candidatos à presidência da Câmara, mas também à presidência da Assembleia Municipal. Importa dar a este órgão  o relevo que bem merece.

CRISE NO PSD – Há claramente uma crise no PSD de Famalicão e a vontade da secção concelhia do PSD na escolha dos candidatos foi ignorada. Prevaleceu a vontade da distrital e da nacional. Era bom saber quais as razões profundas desta crise. Não são conhecidas. Esperemos que a declaração pública da concelhia do PSD que está anunciada seja esclarecedora. Em democracia a clareza e a transparência são necessárias.

FREGUESIAS – Também é preciso dar atenção às eleições para as freguesias (juntas e assembleias). Depois do corte imposto em 2013, que fez passar o número das nossas freguesias de 49 para 34, o número de freguesias cresceu e são agora 39. As desagregações feitas este ano não foram feitas com critérios devidamente definidos e é pena.

MOBIAVE – Temos dito e repetido. Algo não corre bem nos transportes públicos que servem os famalicenses. Estamos cheios de ver autocarros da Mobiave vazios (muitas vezes completamente vazios), percorrendo a cidade. Que se passa?

(JF-4-9-25)

quinta-feira, 31 de julho de 2025

Ponte, Ambiente e Eleições Locais

A PONTE “NOVA” DO RIO AVE – Nasceu “velha” a ponte nova que liga o concelho de Famalicão ao município da Trofa, evitando a tormentosa travessia do centro desta  cidade (“Catulo”), utilizando a única e antiga  ponte de meados do século XX da EN n.º 14. Como é possível construir ( e inaugurar com pompa e circunstância!)  uma ponte tão estreita, servida de um e outro lado por uma via igualmente estreita? Os municípios de Famalicão e da Trofa não souberam agir como deviam em devido tempo. Ou agiram – sem êxito -  e ninguém soube?

PAULO SILVA E O RIO PELHE   – o Jornal de Notícias do passado domingo, dia 27 de julho de 2025,  titulava, na página 16, ao cimo,  do lado esquerdo: “Rio Pelhe poluído por problema no saneamento” e em subtítulo: “Água colorida e com cheiro a esgoto esta semana, em Famalicão”. Uma foto a cores ilustrava  a notícia com a  legenda “ Água do Rio Pelhe poluída no parque da Devesa. Câmara justifica com “obstrução” numa rua”. No entanto, lendo toda a notícia verifica-se que o problema parece ser mais sério.  Paulo Silva, um frequentador assíduo do Parque da Devesa, refere que, por vezes,  “o curso de água sofre descargas poluentes cuja origem desconhece, fazendo com que  a água surja avermelhada ou esbranquiçada”. Paulo Silva lamenta que o rio, ora esteja limpo, ora esteja poluído e informa que vai sempre reportando estas situações à Câmara  e à GNR.  Paulo Silva, que não conheço,  mostra ser um cidadão activo que faz o que deve ser feito. Um exemplo a seguir. Como exemplo do que deve ser uma notícia, é o texto da responsabilidade  da jornalista Alexandra Lopes.

INCÊNDIOS I– Andava contente, porque apesar do calor, o fumo dos incêndios não chegava à cidade. Chegou agora, nesta segunda-feira. Entretanto, o incêndio de Ponte da Barca ocupa as televisões. É o costume. Nesta 3ª feira, os incêndios alargaram a outros pontos do país como  Arouca e Penamacor. E sempre o mesmo problema: a biomassa acumulada ao longo dos anos e a política errada de gastar largos milhões de euros no combate a incêndios, em vez de gastar boa parte desses milhões em limpar as florestas e matas. 

INCÊNDIOS II – O nosso concelho não escapou aos incêndios rurais e também foi atingido em vários lados, nomeadamente no lado nascente. Fradelos também não escapou.

PROVAS DADAS – Alguém, próximo,  me dizia há algum tempo, que era uma pena que, em Famalicão, dada a pobreza dos candidatos concorrentes, nomeadamente à presidência da câmara, não tivesse aparecido alguém com provas dadas, mesmo não sendo de Famalicão. Há bons exemplos de “paraquedistas” bons presidentes de câmara. Veja-se, por exemplo Ribau Esteves que foi de Ílhavo para Aveiro  com sucesso. Famalicão tem, é certo,  pessoas (mulheres e homens) que poderiam ser excelentes candidatas à câmara. Os partidos locais não souberam trazê-las para o governo do município.

HELENA FREITAS I – Entretanto, ontem à noite (dia 28.7.25) ficámos a saber que a ilustre famalicense Helena Freitas, natural de Mogege, bióloga, professora catedrática da Universidade de Coimbra e diretora do Parque de Serralves é a cabeça de lista do Partido Socialista à nossa Assembleia Municipal. Boa notícia! Não é só o PS que está de parabéns, são todos os famalicenses que desejam pessoas de valor a  dar o seu contributo para o bom governo  do nosso  município, independentemente da lista pela qual concorrem . Quem lê o Jornal de Famalicão ficou a saber melhor quem é Helena Freitas ( JF – “Famalicenses” – 8 de Maio de 2025).

HELENA FREITAS II - Não basta ser cabeça de lista. Importa agora  que escolha para a acompanhar pessoas que enriqueçam o nosso parlamento local que é a assembleia municipal. Pessoas de diversas áreas de conhecimento e competentes. Fazem muita falta.

GRITO! – É impossível escrever estas coisas e não pensar, ao mesmo tempo, quanto sofrem crianças e adultos na Palestina e na Ucrânia por causa de guerras conduzidas por governos desumanos. E pessoas de todas as idades sofrem igualmente por causa de guerras e outros males em tantas partes do mundo. Não podemos fazer muito por elas, mas silenciar é que não. Gritar contra a guerra, contra todas as guerras e contra governos criminosos, é o mínimo que está ao nosso alcance.

(JF-31-7-25)


quinta-feira, 24 de julho de 2025

Feira Grande de Setembro

 INQUÉRITO INTERNO – A página oficial do município dizia em 19 de Novembro de 2024 : “A réplica da velha Acácia do Jorge, árvore fronteira à Casa de Camilo, em Seide São Miguel, foi ontem alvo de uma intervenção desajustada e não autorizada por parte dos serviços municipais, que culminou com o seu derrube” e anunciava, ao mesmo tempo, a abertura  de um rápido inquérito interno. Onde está esse  inquérito? Como é possível a assembleia municipal deixar passar isto em branco? Como se explica que não tenha força para obrigar a câmara a dizer que não o fez? Ou pelo menos que não o publicou e porquê?

FEIRA GRANDE DE SETEMBRO – O dia 29 de Setembro é um dia de feira grande onde por tradição vinha ao de cima a produção agrícola  e pecuária do nosso concelho. Não haverá o cuidado de anunciar nessa data qual a nossa produção agrícola e pecuária? Anunciar detalhadamente os diversos produtos e as quantidades produzidas, ainda que, porventura, mínimas? E não seria interessante comparar com a produção de há 50 e há 25 anos no concelho? Não seria difícil. Bastaria utilizar muito menos de  1% da verba que se vai gastar em comes e bebes e música na Feira do Artesanato e da Gastronomia (cerca de 500.000 euros). É um dever dar atenção à nossa agricultura.

OPINIÃO – Um jornal local fazia recentemente um apelo à colaboração sob a forma de opinião, lembrando que tinha largo espaço para esse efeito. Há muito que faço esse apelo sem muito êxito. Continuam a escrever na imprensa local seniores ( tal como eu) e muito poucas pessoas novas. Importa haver mais opinião nos meios de comunicação social locais ( o Notícias de Famalicão digital é, em certa medida, uma excepção), pois os problemas a debater num dos maiores 20 concelhos do país ( os de  mais de 100.000 habitantes) são muitos. Cidadãos e cidadãs famalicenses de todas as idades são necessários.

ELEIÇÕES LOCAIS – Neste momento a cerca de três meses das eleições municipais   e de freguesia ( 12 de outubro de 2025) deveria haver já   uma ampla discussão sobre os principais problemas do nosso município. Não há. Nota-se ainda uma corrida aos nomes para os lugares da câmara e da assembleia, o que revela má preparação deste importante acto. Há um ano que venho chamando a atenção para essa preparação.       

MOBIAVE – Continuo a ver os autocarros da Mobiave vazios ou praticamente vazios no centro da cidade e em horas de ponta. Ando com azar quanto aos autocarros que vejo ou algo de errado se passa?

SENHOR DOS ALITOS – Uma das festas mais típica do concelho é a do São Tiago ou também conhecida por Senhor dos Aflitos em Cruz (São Tiago). Ocorre no dia 25 de Julho o mesmo dia que é feriado na Galiza, evocando São Tiago de Compostela.

MANUEL ALVES DE SÁ – Manuel Alves de Sá ou “Alves Enfermeiro” como era correntemente conhecido é um famalicense que marcou uma época na nossa terra, principalmente quando tinha o estabelecimento  de enfermagem no edifício onde hoje funciona o Banco Crédito Agrícola. Merece uma referência ampla que esperamos fazer em momento oportuno.

(JF-24-7-25)

quinta-feira, 17 de julho de 2025

Boletim Cultural, Publicidade e Muito Feio

 

BOLETIM CULTURAL – Foi publicado e apresentado há alguns dias o Boletim Cultural VI Série – n.º 5 – Ano 2024 editado pela Câmara Municipal e tendo como Director Mário Passos, Presidente da Câmara Municipal. Ele é dedicado  - e bem - ao 25 de Abril  de 1974 e tive pena de nele não colaborar, apesar de convidado. O tempo é escasso e teria gostado de escrever algo que me obrigasse a alguma investigação. Vou folhear com mais atenção e dizer algo sobre ele, espero.

EDITAIS - Impressiona o número de editais de publicidade obrigatória, que a Câmara Municipal publicou nos jornais impressos da terra na semana passada e a distribuição que fez:  Opinião Pública (6), Povo Famalicense (6),  Jornal de Famalicão ( zero). O Cidade Hoje só se publica impresso uma vez por mês e é sempre  muito bem municiado de publicidade camarária, quando sai.

PESSOAL – Por falta de informação detalhada e acessível não temos uma ideia clara de que como é dirigido o pessoal ao serviço do município. São quase 2.000 pessoas e há, pelo menos, um aspecto que diz muito. Temos no organograma cinco  directores  de departamento, que é o posto mais elevado do pessoal. Ora, apenas um deles está preenchido! Como é possível? O pessoal não presta? Está de castigo? Ou é mais importante gastar o nosso  dinheiro em festas contínuas?

MOBIAVE – Não tenho ainda elementos suficientes para fazer um juízo fundamentado sobre a o serviço público de transportes de passageiros no concelho. No entanto, estranho ver muitos autocarros vazios (ou quase)  a circular na cidade. E fiquei a saber, há pouco, que a Mobiave não abrange todo o concelho de Santo Tirso, nem todo o da Trofa. Qual é a lógica? 

AMEIXOEIRAS BRAVAS - Em algumas ruas da nossa cidade plantaram-se ameixoeiras bravas sem consultar os moradores, prática habitual, infelizmente, em qualquer rua da cidade. As ameixoeiras só são bonitas em período muito curto que é o da floração em fevereiro-março. Agora, em pleno verão, amadurecem e caem ameixas que sujam o chão por muito tempo. Nem sequer há o cuidado de limpar os passeios. Árvores na cidade? Sim e muitas, mas adequadas e bem tratadas.

COMPOSTAGEM – A recolha de resíduo domésticos para compostagem (bioresíduos) continua a fazer-se no centro da cidade a título experimental, ao que parece. É importante que se faça um balanço desta boa  experiência e se informe dos passos seguintes. É necessário  aumentar este serviço de recolha selectiva.

ELEVAÇÃO A CIDADE – Celebramos a data de elevação a cidade no dia  9 de Julho de cada ano, depois de 1985. No entanto, importa ter presente que a elevação da vila de Famalicão à categoria de cidade só ocorreu através da Lei n.º 40/85, de 14 de Agosto. É o dia 14 de Agosto, o dia de aniversário da elevação da vila de Famalicão a cidade. Compreende-se que não se comemore o dia  certo, mas apenas por ser uma data própria de férias.

A ROTUNDA MAIS BONITA  – É  de longe a mais simples, mas, a meu ver, a mais bonita rotunda  da cidade, neste momento. Tem apenas uma árvore (arbusto grande?) com flores vermelhas. Até à noite chama a atenção, por causa  da luz do painel que a ilumina. Está situada junto do Hospital (lado poente) e da Igreja Matriz Nova, num cruzamento onde confluem quatro ruas. Vale a pena visitá-la. É o exemplo de como se pode ornamentar uma rotunda com  muito pouco dinheiro, e fortalecendo , ao mesmo tempo,  o ambiente.   

PLÁSTICOS – É impressionante a quantidade de plásticos, particularmente sacos,  que entram nas nossas casas. Importa limitar o seu uso e reutilizá-los sempre que possível. São constantes os alertas para os problemas que provocam e são bem sérios.  

MUITO FEIO - Quando um jornal local põe outro em tribunal, imputando-lhe   crimes, algo de muito estranho se passa. Um jornal não precisa dos tribunais para criticar o comportamento de um colega.  É muito feito e mais ainda quando não tem razão nenhuma. Importa que este assunto venha rapidamente a público.

(JF_17-7-25)

quarta-feira, 9 de julho de 2025

Eleições locais, Festas e Luta

ELEIÇÕES LOCAIS – Aproximam-se velozmente as eleições locais e prometem animação, desde logo, na união à força das freguesias de Famalicão e Calendário. Anunciam-se oitos listas, uma das quais - e pela primeira vez -  um movimento de independentes. Há muita curiosidade em saber o que trazem de novo estas listas em pessoas e programas. E haverá alguma que tenha a coragem de afirmar que Famalicão e Calendário são freguesias grandes[ao1] ,  amigas e próximas, mas distintas, cada qual com os seus problemas, havendo por isso o dever de, logo que possível,  as separar para terem cada uma junta própria ao serviço da  população respectiva?

FESTAS TODO O ANO –O concelho de Famalicão tem festas todo o ano nas suas 49 paróquias, mas isso nota-se principalmente no verão e nos meses que, antes e depois,  lhe estão mais próximos. Na cidade de Famalicão, especialmente no Verão, não há fim de semana que não anuncie através de foguetes a realização dessas festas. A dificuldade, por vezes, é a de identificar a freguesia de origem. Ouvem-se, na cidade,  sessões de fogo de Calendário, Lemenhe, Louro, Santiago da Cruz, Esmeriz, Cabeçudos, Vilarinho das Cambas, Jesufrei, São Cosme do Vale e quantas outras. Destas festas, quase todas mais profanas do que religiosas, destaca-se, pela sua maior religiosidade, a do Santíssimo Sacramento de Brufe, que teve lugar no passado fim de semana.

500.000 EUROS – Ao que parece a Câmara Municipal vai gastar cerca de meio milhão de euros ( nunca gastou tanto)  na  Feira do Artesanato e Gastronomia de 2025 (ano de eleições)  e ninguém se revolta. Como se o nosso dinheiro não fosse melhor utilizado noutros fins, como se não houvesse outras prioridades….

ONDAS DE CALOR – Desde há semanas que assistimos a ondas de calor na cidade. Ainda hoje, terça-feira, dia 8 de julho 2025, o termómetro atingiu e manteve-se durante horas nos 35 graus e à noite pelas 22h marcava 28 graus. E sem vento. É muito desagradável.

LUÍS ANDRADE – Luís Andrade (LA), famalicense, natural de Cavalões, foi  atingido na sua adolescência, por uma doença grave, muito comum na época, que o marcou psicologicamente, mas não lhe tirou o raciocínio, nem o espírito de luta. LA não queria que a velha Capela de São Gonçalo muito danificada por um incêndio na primeira metade do século XX fosse demolida para dar lugar a uma Escola. Estava tudo encaminhado para a demolição com o aval da junta de freguesia, da câmara municipal e do Governo de então ( antes do 25 de Abril). Mas LA lutou sempre. Utilizou a imprensa da época, nomeadamente, se bem me lembro, o jornal “A Capital” para chamar a atenção para uma Capela que era do Século XVIII, que tinha claro  valor patrimonial e não deveria ser demolida. E tanto lutou que venceu. A Capela não foi demolida, foi restaurada e aí está a ser utilizada e a seu lado foi construída a Escola Primária de Cavalões a funcionar também. Lição: vale sempre a pena lutar, mesmo quando a luta é desigual. Muitas vezes perde-se, mas perde-se sempre quando não se luta.

ASAE NO HOSPITAL – Por alegada falta de higiene no nosso Hospital a ASAE fez uma inspeção. O que se passou ou passa efectivamente? Ficamos apenas com uma notícia vaga. Temos  direito a uma informação devidamente detalhada.

(JF-10-7-25)

 


quinta-feira, 3 de julho de 2025

Urgências, fachadismo e não só

URGÊNCIAS - Informam-me que as urgências do nosso Hospital estão sobrelotadas. Que as pessoas ficam ali amontoadas em macas, esperando horas,  em ansiedade e sofrimento, para serem atendidas. Tenho tido a sorte de não precisar de ir lá parar, mas não estou livre disso. E por mim e por todos os outros, que precisam ou vão precisar, importa lutar para que as urgências sejam alargadas e que haja médicos e enfermeiros necessários para um bom e rápido atendimento. Temos dito e repetido: isto é um problema em primeira linha do Governo e da Administração do Hospital, mas o município e até as freguesias devem preocupar-se com essa situação. Como? Por um lado estando atentas e fazendo pressão sobre o Governo para encontrar soluções e, por outro, dando, por exemplo,  condições a médicos e enfermeiros para se fixarem em Famalicão, de preferência junto do Hospital. Uma Câmara atenta muito poderia fazer neste domínio. Será preciso dizer-lhe o que pode e deve fazer?

FACHADISMO – Os edifícios degradados dentro da cidade ( e não só) são em grande número. Não se conhece uma política municipal séria de reabilitação desses edifícios o que é uma omissão grave da câmara. Por outro lado, há a a tendência, na pouca reabilitação que se faz, para manter apenas as fachadas dos edifícios, fazendo desparecer o miolo, muitas vezes de enorme riqueza patrimonial. Temos exemplos bem conhecidos. O fachadismo vai ao ponto de cuidar das fachadas, ficando o miolo sem utilidade. Veja-se, a título de exemplo,  o edifício da esquina da Rua Adriano com a Avenida Narciso Ferreira. E continuemos atentos ao prédio municipal da Rua Adriano Pinto Basto com andaimes recentemente colocados.

MOBIAVE – Retirado da página oficial do nosso município:  “Os municípios de Famalicão, Trofa e Santo Tirso passam a estar interligados por uma nova rede de transporte rodoviário - Mobiave, concessionada à empresa Transdev, num total de 90 linhas, servidas por mais de 100 autocarros, em cerca de 2700 paragens. No concelho famalicense, a entrada em vigor da nova rede representa um reforço da oferta rodoviária, num total de 67 linhas, 4.2 milhões de quilómetros anuais e 1514 paragens”. Já está em vigor este sistema de transporte público de passageiros e aparentemente parece excelente. Mas será?

CANDIDATURA DO PAN – Assisti no passado sábado, dia 28 de Junho de 2025,  por convite - e com gosto -  à apresentação da candidatura do partido PAN aos órgãos do nosso município. Apreciei a apresentação, em primeiro lugar, da candidata à Assembleia Municipal (Catarina Rocha), da apresentação com programa cuidado da candidata à Câmara (Sandra Pimenta) e a presença da coordenadora do PAN (Inês de Sousa Real). Plateia jovem e maioritariamente feminina. Candidatura a merecer atenção.

AGOSTINHO FERNANDES –  Por fim, mas não por acaso.  Num recente artigo, publicado no jornal digital “Notícias de Famalicão” , intitulado “ A coragem de pensar de outro modo”, o Dr. Agostinho Fernandes teve a amabilidade de me fazer algumas referências simpáticas, que agradeço. O artigo, no entanto, vai muito para além disso, abordando problemas da democracia em geral e da democracia na nossa terra, que merecem uma atenção que não cabe nos estreitos limites deste espaço semanal. Fiquei com vontade de uma conversa larga na companhia de um bom amigo comum a combinar para breve. Procurarei cuidar disso.

(JF-3-7-25) 

quinta-feira, 26 de junho de 2025

Eleições e Tílias

ELEIÇÕES LOCAIS I – As eleições locais estão à porta. São pouco mais de três meses que correm depressa e, ainda por cima,  incluem o mês de Agosto. Neste momento já deveríamos saber não só o nome dos principais candidatos aos órgãos dos municípios (os candidatos a presidente de câmara já sabemos), mas também quem são os candidatos a vereadores/as e, pelo menos os/as candidatos/as a presidente da assembleia municipal e a líder do respectivo grupo municipal. É estranho que ainda não saibamos tais nomes.

ELEIÇÕES II – Também deveríamos saber o programa das listas, desde logo, das principais (entendendo por principais a que costumam ganhar as eleições municipais). Julgo que não está ainda elaborado ou pelo menos bem divulgado.

OBRAS CAMARÁRIAS – Sempre que a câmara faz obras públicas, quer sejam a construção de uma rotunda, o arranjo de um espaço público ou a reabilitação de um edifício camarário deve colocar junto uma explicação detalhada do que vai fazer. É uma obrigação que tem para com os munícipes.

EDIFICIO DA RUA ADRIANO – No edifício que foi do Senador Sousa Fernandes com os n.º 49-51-53-55 da Rua Adriano Pinto Basto foram colados na semana que agora terminou (21-6-2025) andaimes na parte da frente que fazem prever obras. Não se sabe que obras se vão fazer ou o que ali vai ocorrer, porque a Câmara Municipal que obriga -  e bem -  os particulares a informar , nos termos da lei,  o que fazem ou pretendem fazer,  não aplica a si esse dever quando deveria dar o exemplo, como acima dissemos, mesmo que a isso não seja legalmente obrigada.

FAMALICENSES – O Jornal de Famalicão (JF)  tem uma secção dedicada a famalicenses que se têm destacado de algum modo nos mais diversos domínios. Até ao momento a atenção tem sido dirigida a famalicenses da “diáspora” ou seja pessoas que tendo, nascido em Famalicão, daqui saíram. É difícil perante a quantidade e qualidade de famalicenses nesta situação fazer escolhas que não mereçam críticas. O JF deu-me liberdade de agir e apenas peço compreensão e ajuda dos leitores.  Tempo virá, entretanto, em  que a atenção se deslocará para famalicenses que, por naturalidade ou residência, se têm destacado dentro do concelho. Escolha também muito difícil, pois a riqueza humana do nosso município é enorme.

VALINHAS- Os famalicenses com mais idade recordam certamente o Senhor José Valinhas, enfermeiro com atendimento em antigo edifício  da esquina da Rua Santos Viegas com a Rua São João de Deus. Era uma pessoa com jeito especial para cuidar de problemas de saúde de pessoas que, provocando nelas sofrimento,  não exigiam cuidados médicos ou hospitalares, caso em que ele tinha a preocupação de encaminhar para o lugar próprio. Conheci-o e recordá-lo é um dever de gratidão que cumpro como famalicense.

OBRAS DE CAMILO – O Doutor José Manuel Ribeiro de Oliveira tem-nos dado a conhecer melhor Camilo Castelo Branco no bicentenário do seu nascimento  nas páginas deste jornal. É  um trabalho difícil, pois é feito em textos necessariamente  breves, mas o Autor tem sabido transmitir em linguagem acessível as muitas  facetas da personalidade de Camilo, dando-lhe a palavra e principalmente convocando os leitores pata a leitura das suas obras. Obrigado!

MÁRIO PASSOS – Vi a apresentação da candidatura de Mário Passos à Câmara de Famalicão na Fama TV, na Cidade Hoje TV e na Iris TV.  A apresentação fez-se no Mercado Municipal e, como refere uma das televisões, com a “casa cheia”. Viam-se muitas  bandeiras com o nome MÁRIO PASSOS, uma ou outra do PSD, nenhuma do CDS. Uma festa muito bem organizada, a que as televisões locais deram relevo, mas sem dar atenção devida  a certos pormenores que bem  mereciam. Estas reportagens mereciam entrevistas na hora e não as vi. Lapso meu?

TÍLIAS – Já cheiram muito bem as tílias espalhadas por algumas avenidas e praças da nossa cidade. Podiam e deviam ser mais. Aproveitem estas breves semanas de floração ao passearem pela cidade especialmente à noite.

(JF-26-6-25)

quinta-feira, 19 de junho de 2025

O Boletim de Progranda do Candidato

BOLETIM MUNICIPAL FAMALICÃO I – Quando a oposição (oposições) do nosso município não tem força para pôr termo ou, pelo menos, denunciar veementemente nos lugares próprios o abuso que é a publicação regular de um boletim de propaganda, sob a designação de boletim municipal, por uma Coligação que vai concorrer às eleições deste ano, utilizando o dinheiro de todos nós, como se pode esperar que ganhe – ou sequer dispute com seriedade – essas eleições?

BOLETIM MUNICIPAL FAMALICÃO II – A desfaçatez é tão grande que a publicação acabada de sair (Junho de 2025) é dirigida pelo próprio candidato a presidente, tem uma tiragem gratuita de 61.750 exemplares (!) e 74 páginas profusamente ilustradas.

BOLETIM MUNICIPAL FAMALICÃO III – O conteúdo é preenchido apenas com coisas boas ( ou que a Coligação considera boas), ocultando coisas más, porque estas não existem.

BOLETIM MUNICIPAL FAMALICÃO IV – Vejam-se algumas passagens desse conteúdo propagandístico. “ O apoio e o investimento nas freguesias é uma das grandes marcas da governação do executivo municipal liderado por Mário Passos” (p.7). “O surgimento de novos espaços dedicados à cultura e ao convívio em todo o território é uma das apostas do executivo municipal liderado por Mário Passos” (p.9); “Muito em breve, Famalicão contará com dois novos parques verdes à entrada da cidade: o Sinçães Norte (…) e, mais a sul, o Parque do Pelhe, no lugar dos Queimados”(p.10). A páginas 11 tem uma bonita fotografia de um parque que não existe! Sobre Água (a cobertura de rede de água chega aos 100% - p. 14) e Saneamento lê-se: “É um momento histórico porque já há dezenas de anos que a população ansiava por este investimento – Mário Passos - Presidente da Câmara Municipal”(p.15).

BOLETIM MUNICIPAL V– Cansado de se referir a si próprio o Director/Candidato parece mudar de táctica e passa a partir da p. 18 a enumerar apenas os feitos da Coligação que dirige. “ Em 2024, o município de Vila Nova de Famalicão registou uma redução histórica de 11% da água não acturada, atingindo agora o valor mais baixo de sempre menos 36%”(p.19). “ Mais de 20 milhões de euros – Valor investido pela Câmara Municipal desde 2022 na melhoria da rede viária concelhia” (p.21). Mas ainda aqui o Director/Candidato não resiste e sobre estradas escreve e assina: “Este é daqueles temas que está permanentemente em aberto. Há sempre novas necessidades e há sempre mais a fazer para dar melhores condições de segurança e conforto quer aos automobilistas, quer ao peões – Mário Passos– Presidente da Câmara Municipal” ( p.21). E ainda: “As estradas que estão sob a alçada da Administração Central têm também merecido toda a atenção do executivo liderado por Mário Passos” (p. 22).

BOLETIM MUNICIPAL VI – E ainda não chegamos a um terço das páginas do Boletim de Propaganda e falta-nos espaço e paciência para continuar com detalhe. As páginas seguintes exaltam os feitos da Coligação na Saúde ( mas nem uma palavra sobre o Hospital…), no Desporto, nas Escolas, nos Transportes, nas Hortas Urbanas, na construção de Casas ( mais de 200 fogos habitacionais), na Cultura, no apoio às Instituições Sociais, na Residência Universitária, na Cidade Inteligente e finalmente ficamos a saber que temos um concelho que funciona numa “lógica de total transparência” (p.68). Não sabia?

BOLETIM MUNICIPAL VII – Importa dizer que estes boletins são ilegais, pois os boletins municipais destinam-se, nos termos da lei, a dar publicidade às deliberações e decisões dos órgãos do município com eficácia externa (ver os exemplos dos boletins municipais de Lisboa, Porto e Oeiras).

MISSA CAMPAL – Resta-nos pouco espaço e aproveitamos para referir como um ponto alto das Festas Antoninas (será preciso lembrar que estas festas são dedicadas a Santo António?) a missa campal na Praça Dª Maria II presidida pelo Bispo Auxiliar, D. Delfim Gomes que teve muita participação. A praçaestava cheia e na homília D. Delfim “enalteceu a vida e obra do santo português” que “dedicou a sua vida e a sua pregação à defesa dos pobres” (DM de 14-6-2025) .

IRONIA – Pouca gente porventura tem consciência de que esta missa campal foi celebrada a poucos metros do lugar onde antes existia uma bela Capela que foi demolida há 100 anos ( ver JF da semana passada).

(JF-19-6-2025)