A minha comemoração mais viva do
dia 10 de junho de 2016 foi a presença no concerto de música coral comemorativo
dos 100 anos do Orfeão Famalicense, que ocorreu no Grande Auditório da Casa das
Artes de Famalicão com larga presença de público. Foi um ato pleno de
significado e nele foi apresentado o CD “100 Anos, 100 Vozes”, contendo as
peças que ali foram interpretadas. Foi bonito ver, na parte final, 100 vozes em
palco.
Do Orfeão Famalicense tomei
conhecimento, ainda muito novo, pela voz do meu avô paterno (António Oliveira),
que foi orfeonista e me relatou uma ida à Póvoa de Varzim, no princípio do
século XX, na 1.ª fase da vida do Orfeão, que constituiu um êxito. Recordava,
especialmente, o momento em que foi interpretado o “Montanhês”, uma peça
musical que foi muito aplaudida e de que não se conserva memória entre nós. É
de notar que o Orfeão Famalicense teve, ao longo da sua vida, três fases: uma
inicial muito curta (1916-1918), outra também curta (1926-1928) e depois uma
fase que começou em 1957 e perdura até hoje (quase 50 anos).
Esta última fase de atividade
continuada tem levado o Orfeão a elevados patamares de qualidade o que deve ser
devidamente realçado. Importa elaborar, quanto antes, um opúsculo, por simples
que seja, que conte a história do Orfeão e lembre as pessoas e os momentos mais
significativos da sua vida.
Este opúsculo deveria ser o
primeiro passo para uma posterior publicação mais detalhada a fazer
oportunamente. Famalicão tem no seu Orfeão natural orgulho e importa que os 100
anos sejam não só um tempo de júbilo, mas também de reflexão e de ação com
vista ao futuro.
PS – O mês que estamos a viver e
que vai entrar por julho dentro está cheio de futebol. Perdemo-nos no que é
secundário. Tudo tem o seu lugar, mas mal vai um país que se entusiasma mais
com o futebol do que, por exemplo, com a música! (Escrito depois de ouvir
também o Grupo Coral Alma de Coimbra, no dia 14 de junho, no Porto, na Casa da
Música).
in Diário do Minho