quinta-feira, 10 de outubro de 2019

Diário Famalicense - Apontamentos (10-10-2019)

DOIS IRMÃOS - António José Maria de Oliveira e Alípio Ascensão de Oliveira, nascidos na primeira metade do século passado, eram dois irmãos, ainda que com grande diferença de idades (como era frequente, naquela época, em famílias numerosas), que contribuíram com a sua vida profissional para a formação da cidade de Famalicão que hoje temos.

ANTÓNIO MARIA DE OLIVEIRA - O primeiro, mais velho, falecido há 5o anos, fundou com Álvaro de Oliveira, Gaudêncio Alves e o Senhor Machado de Vale (São Cosme), a sociedade Alves, Oliveira e Machado, Lda. com sede na Avenida da Estação (hoje Avenida 25 de Abril) dedicada ao comércio de ferragens e ao fabrico de postes de cimento, com uma das duas fábricas em frente ao cemitério municipal. Desta saíram centenas de milhar de postes de eletricidade que ainda hoje estão espalhados pelo norte do país.
São os postes "Águia" que bem se identificam com os círculos redondos no interior e a marca de uma águia estilizada na parte lateral voltada para a estrada com indicação de data de fabrico.
Mas também milhares argolas de cimento para poços e outros artigos de cimento foram fabricados em Moço Morto e também no centro da vila, junto do estabelecimento comercial.

ALÍPIO DE OLIVEIRA - O segundo, Alípio de Oliveira, tomou conta, juntamente com Alvaro Moreira de Oliveira, da Casa das Louças, situada na Praça 9 de Abril, dando origem a um estabelecimento muito procurado no seu ramo e que resistiu ao assalto dos grandes centros comerciais até há bem pouco tempo.

DUAS CENTENAS DE ESTABELECIMENTOS - Mas estes dois estabelecimentos são apenas um afloramento das quase duas centenas que existiam (e muitos ainda resistem) e desenvolveram muito a sede do nosso concelho. A listagem foi elaborada, recentemente, por Álvaro Moreira, da Casa das Louças e dela mencionamos apenas alguns, correndo o risco de cometer injustiças nomeadamente por omissão, mas que os leitores suprirão, lembrando os muitos que faltam.
PRAÇA 9 DE ABRIL- Começamos pela Praça 9 de Abril, a praça mais antiga da cidade, e aqui recordamos a famosa Pensão Ferreira, a alfaiataria Jaime Pinheiro e o Talho Adria., para além da Casa das Louças.

RUA SANTO ANTÓNIO Os irmãos Lopes (Augusto, Clemente e João) marcaram a Rua de Santo António do lado sul com três estabelecimentos diferentes e muito procurados. Do lado Norte, para além da Confeitaria e fábrica Vieira de Castro, não podem ser esquecidos a Casa Marinheiro, a farmácia Barbosa e o Hotel Garantia.

CAMPO DA FEIRA Muitos estabelecimentos floresceram à volta do então Campo da Feira (hoje ocupada pela Fundação Arthur Cupertino de Miranda). Do lado norte, lembramos a Ourivesaria Cunha, a Confeitaria Guimarães, a Farmácia Cameira, a Chapelaria Oliveira e a Confeitaria Bezerra. Do lado poente, a Confeitaria Moderna, ainda bem viva, a Casa Malvar, a Casa Orquídea, o Restaurante Pica Pau, o estabelecimento Branco, Ferreira e Martins e a procuradíssima Enfermaria Alves, mais ao fundo. Do lado nascente, a Sara Barracoa, José Martinho Carneiro, os restaurantes Tanoeiro e as Filhas do Tanoeiro.

Muito mais há ainda para mencionar nas ruas e praças da então vila e hoje cidade.

(Artigo de opinião publicado no Opinião Pública de 10-10-2019)