quarta-feira, 10 de abril de 2024

Perdas de água: 10 milhões de euros

RELATÓRIO - O Opinião Pública da semana passada (27.3.24) titulava em primeira página: “PS acusa Câmara de desperdiçar milhões de euros em fugas de água”. Lendo com mais detalhe na página 6, verifica-se que “Famalicão está entre os 25 piores concelhos do país no que diz respeito a perdas de água da rede pública”, de acordo com o último relatório da ERSAR (Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos). Estas perdas de água correspondem a cerca de 10 milhões de euros nos últimos cinco anos e só no ano de 2022 foram cerca de 2,3 milhões de euros. Famalicão tem perdas de água na ordem dos 47,3%, enquanto Braga tem 17,9%; Barcelos 11,4%; e Vila do Conde 9,3%.

VERDADE OU MENTIRA? - Isto que o OP publicou com base em comunicado do PS é verdade ou mentira? Se for mentira, é dever da câmara municipal desmentir ponto por ponto o comunicado do PS, informando detalhadamente o que se passa. Se for verdade, como parece, é muito grave e a câmara Municipal tem o dever de explicar o que está a ocorrer e qual a razão de o município se encontrar entre os 25 piores do país nesta matéria. É muito dinheiro mal gasto que está em jogo.

PUBLICIDADE - Se a câmara municipal  tiver a tentação de nada  dizer sobre este assunto,  é obrigação do PS, salvo melhor opinião, colocar em cartazes bem visíveis na cidade ( não precisa de muitos, bastam dois ou três) esta má gestão da água por parte do município. É assim que procede, por exemplo, o PSD em Guimarães ou o PS em Braga sempre que há factos que justifiquem tal publicidade.  A democracia faz-se com uma câmara que presta contas  sempre que lhe são pedidas e com uma oposição atenta e actuante.

TACIANA FLORES (AIM) – Falávamos na semana passada da necessidade de uma particular atenção ao fenómeno da imigração no nosso concelho. Não conhecíamos a Associação de Integração Multicultural de Famalicão (AIM) que tem como presidente a advogada Taciana Flores e o Jornal de Notícias do passado domingo (31-3-24) dedica-lhe merecidamente uma página inteira. Como bem se escreve  “o primeiro passo para quem chega a um país é estar regular. Para isso é preciso saber a língua e a que instituições recorrer e isso nem sempre é fácil”. PS – Já depois de escrito este parágrafo soube que o OP fez há pouco tempo uma excelente reportagem sobre esta associação, que me escapou. Obrigado pela lembrança, Alcino Monteiro!

CÂMARA MUNICIPAL – A sede da AIM é na Estação Rodoviária de Famalicão e isso revela que a Câmara percebe a importância desta associação. Não sabemos se existe uma política municipal de imigração devidamente estruturada, mas se não existir ela precisa de ser rapidamente organizada, pois basta estar atento para ver como a nossa sociedade está a mudar. Será que sabemos quantos imigrantes temos no concelho e quais as suas nacionalidades? É importante saber, ainda que aproximadamente, e com a consciência de que os dados obtidos estão sempre a mudar. As freguesias têm (devem ter)  aqui um papel muito importante. 

JORNAL DE FAMALICÃO (JF) – A imprensa famalicense é rica de títulos desde o fim do século XIX. Eles tem nascido e desaparecido. O JF faz agora 75 anos de publicação ininterrupta e esse é um acontecimento que merece ser saudado. Os jornais abertos e plurais fazem falta e constituem alimento da democracia.

                                                           António Cândido de Oliveira

PS 1 – Este texto só agora publicado, por falta de espaço,  mantem-se actual, ainda que não tenha em conta o que se passou na reunião de câmara do dia 4.4.24 em que,  em período antes da ordem do dia, o presidente de câmara e o vereador do pelouro afirmaram ser falso o comunicado do PS sobre perdas de água. Como tive a oportunidade de dizer nessa mesma reunião não basta dizer que é falso, é preciso dizer detalhadamente o que é verdade sobre os 10 milhões de euros que estão em causa, pois as perdas de água foram admitidas.

PS 2 – São muitos os assuntos que gostaria de abordar, mas o espaço é limitado e terei de esperar pela próxima semana. Os assuntos da urbanização junto do Hospital e do Tribunal, por exemplo, não estão esgotados.

(OP-10.4.24)