quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Famalicão: nem rasgo, nem brio!

O que têm de comum as cidades de Braga, Famalicão, Barcelos e Guimarães, para além de serem sede de municípios contíguos? Têm de comum o facto de se situarem entre os maiores 20 municípios do país em população. Têm todos mais de 100 000 habitantes.

O que separa, pelo contrário, estas cidades? A história. Braga, Guimarães e Barcelos são cidades de muitos séculos, com uma história muito rica, nomeadamente em monumentos. Famalicão apenas surge como uma vila digna desse nome no século XIX, quando se tornou um município com a atual configuração e cidade, apenas, em fins do século XX (1985).

 Mas não é só a história que afasta a cidade de Famalicão das restantes. É o modo como respeita o seu centro histórico. O centro histórico de Guimarães (desde logo o Toural), o centro histórico de Braga, seja ele a Praça do Município ou a Avenida Central, e o centro histórico de Barcelos junto do Campo da Feira estão apresentáveis e dignos de receber visitas (ainda que todo o cuidado com eles seja pouco). Já o mesmo não sucede com o centro histórico de Famalicão junto do antigo Campo da Feira. a degradação do “Hotel Garantia” e da antiga Caixa Geral de Depósitos, que lhe fica em frente, merecem urgente intervenção, pois são (ou deveriam ser) motivo de vergonha. É uma situação que dura há mais de 40 anos sem que as sucessivas vereações municipais tenham sido capazes de lhe pôr cobro.

Famalicão não precisa de um centro monumental, precisa de um centro decente.

Pior ainda. Agora, que a recente demolição de um prédio e subsequente derrocada de uma farmácia que ficam junto do “hotel”, faziam esperar uma intervenção global de nada se ouve falar. Escrevia há pouco tempo que a derrocada da farmácia, que foi notícia a nível nacional, deveria ser uma oportunidade para fazer algo sério no centro histórico de Famalicão e que nos dias ou semanas seguintes logo se veria. Já se está a ver.

 Ninguém, julgo que mesmo ninguém, levantou publicamente a voz em favor da reabilitação do nosso centro histórico e assim vai continuar tudo na mesma pelo menos por mais uma década. Não há rasgo, nem brio!

Do que se ouve falar, pasme-se, é da instalação da farmácia num contentor numa praça pública. Se assim for, perde a farmácia (as farmácias não são para colocar em contentores), perde a praça (o espaço público não é para isso) e perde a cidade. Dirão que é uma solução provisória. Todos sabemos como são essas tacanhas soluções provisórias.


in Diário do Minho

sábado, 8 de outubro de 2016

O Voltas (Ida e Volta)

Julgo que pouca gente, mesmo em Famalicão, saberá o que é o Voltas. O Voltas é um moderno autocarro destinado a facilitar a mobilidade dos cidadãos dentro da cidade de Vila Nova de Famalicão. Começou a funcionar há pouco tempo (22 de setembro de 2016) e as pessoas ainda não se habituaram a ele, julgo. Também ainda não estou convencido do seu êxito.

 Gostaria muito que constituísse um sucesso, mas ele precisa para isso de ter uma boa e rápida ligação entre a Estação Ferroviária, o centro da cidade e a Estação Rodoviária e não estou certo que a tenha.

O trânsito em Famalicão nas horas de ponta é complicado, o Comboio não espera e duvido que o Voltas tenha isso em consideração. Sucede ainda que o regresso da estação para a cidade demora muito a chegar ao centro e isso também não ajuda nada. Acresce que utilizar o autocarro é gratuito para quem tem título rodoviário, mas custa um euro para quem não o tem, mesmo que tenha um título ferroviário. Se a atual IP, a anterior REFER e a CP não perceberem a importância que tem o Voltas, não se vai longe. Na informação que procurei na net sobre este novo transporte urbano não consegui saber duas coisas fundamentais: qual é o total do percurso do autocarro e quanto tempo demora a fazê-lo, em regra, quer nos períodos normais, quer nos períodos de ponta (princípio da manhã, fim da tarde e muitas vezes o do reinício das aulas ao princípio da tarde).

 A meu ver, havia uma solução mais barata que o Voltas, mas sobre ela só falarei se necessário for. Agora é tempo de apostar nesta iniciativa.

 PS 1 – Fico muito contente por saber que o meu concelho vai acolher generosamente centenas de refugiados. É um dever que temos, pois são o nosso próximo. Quando perdermos essa crença, está perdido o essencial da nossa Fé e mesmo da nossa Civilização.

PS 2 – Sempre pensei que a probabilidade de António Guterres ser eleito Secretário-Geral da ONU era praticamente nula. Era claro para mim que qualidades para tal não lhe faltava, mas convencer o Conselho de Segurança da ONU e ser eleito, quando tudo apontava para a escolha de uma mulher, era muito complicado. Enganei-me. Que bom!

 in Diário do Minho

quinta-feira, 25 de agosto de 2016

O Centro do Centro de Famalicão



Considero que o centro de Famalicão é o cruzamento da Rua Adriano Pinto Bastos com a Rua de Santo António  e a Praça D.ª Maria II (antigo Campo da Feira). Ora, o  centro do centro de Famalicão está em degradação há  várias décadas .
O Hotel Garantia já deixou de ser hotel há mais 40 anos ( em que ano fechou as portas?)   e o edifício da antiga Caixa Geral de Depósitos (quando deixou de lá funcionar este banco?)  serve, desde há muitos anos,  apenas para colocar anúncios fúnebres. Tem-se salvo o edifício que foi da Ourivesaria Cunha e que, depois de um longo  período com um stand de automóveis,  tem hoje uma utilização mais condigna.
Contra a degradação desta muito nobre zona urbana da nossa cidade ainda não houve governo municipal capaz de lhe fazer frente. Nenhum!
Fazer frente a esta degradação implicava  ter um plano para aquela zona devidamente estudado, planeado,  publicamente debatido e  anunciado e persistentemente executado depois de aprovado .
Em vez disso, acabou há poucas semanas de se operar a demolição do prédio que foi da Confeitaria Vieira de Castro (onde morou e trabalhou um grandes industriais famalicenses do século XX) e anuncia-se agora, em vez dele, um prédio com cércea superior à do “Hotel” ( 5 pisos, sendo 4 acima da cota de soleira)  que provoca muitas perguntas.
Não houve ali até há pouco tempo um anúncio para uma obra bem diferente? A que título fazer ali um prédio de 5  pisos sem um adequado enquadramento  urbanístico devidamente publicitado?
Expliquem-nos bem o que se vai fazer naquela zona da cidade ( diz-se que pertence tudo ou praticamente tudo ao mesmo dono)  ou se se  trata apenas de mais uma inadequada  e   desastrada intervenção  isolada.
Para responder a estas e outras perguntas é preciso tempo e boa vontade da câmara e dos serviços de urbanismo. Tempo tenho muito pouco.  Boa vontade da câmara e dos serviços conto com ela.
E já agora: ninguém mais se interessa mesmo  pelo centro do centro da nossa cidade?

                                            António Cândido de Oliveira
PS –  A fusão da freguesia de Vila Nova de Famalicão com a do Calendário foi um erro. O que tem sido feito para lhe pôr cobro? Quando telefono para a ex-freguesia de Famalicão  remetem-me  frequentemente (assuntos mais delicados)  para Calendário que pouco liga. Ficamos vassalos.

in Opinião Pública

quinta-feira, 16 de junho de 2016

Orfeão Famalicense: 100 anos

A minha comemoração mais viva do dia 10 de junho de 2016 foi a presença no concerto de música coral comemorativo dos 100 anos do Orfeão Famalicense, que ocorreu no Grande Auditório da Casa das Artes de Famalicão com larga presença de público. Foi um ato pleno de significado e nele foi apresentado o CD “100 Anos, 100 Vozes”, contendo as peças que ali foram interpretadas. Foi bonito ver, na parte final, 100 vozes em palco.
Do Orfeão Famalicense tomei conhecimento, ainda muito novo, pela voz do meu avô paterno (António Oliveira), que foi orfeonista e me relatou uma ida à Póvoa de Varzim, no princípio do século XX, na 1.ª fase da vida do Orfeão, que constituiu um êxito. Recordava, especialmente, o momento em que foi interpretado o “Montanhês”, uma peça musical que foi muito aplaudida e de que não se conserva memória entre nós. É de notar que o Orfeão Famalicense teve, ao longo da sua vida, três fases: uma inicial muito curta (1916-1918), outra também curta (1926-1928) e depois uma fase que começou em 1957 e perdura até hoje (quase 50 anos).
Esta última fase de atividade continuada tem levado o Orfeão a elevados patamares de qualidade o que deve ser devidamente realçado. Importa elaborar, quanto antes, um opúsculo, por simples que seja, que conte a história do Orfeão e lembre as pessoas e os momentos mais significativos da sua vida.
Este opúsculo deveria ser o primeiro passo para uma posterior publicação mais detalhada a fazer oportunamente. Famalicão tem no seu Orfeão natural orgulho e importa que os 100 anos sejam não só um tempo de júbilo, mas também de reflexão e de ação com vista ao futuro.

PS – O mês que estamos a viver e que vai entrar por julho dentro está cheio de futebol. Perdemo-nos no que é secundário. Tudo tem o seu lugar, mas mal vai um país que se entusiasma mais com o futebol do que, por exemplo, com a música! (Escrito depois de ouvir também o Grupo Coral Alma de Coimbra, no dia 14 de junho, no Porto, na Casa da Música).

in Diário do Minho

domingo, 8 de maio de 2016

Amândio Oliveira Carvalho - Um Ilustre Famalicense

Faleceu há alguns  dias Amândio Oliveira Carvalho que gostaria de evocar aqui na qualidade de famalicense ilustre, deixando de lado, porque já devidamente referidas, as qualidades de grande empresário e de generoso benfeitor de muitas instituições de utilidade pública.
Amândio Carvalho, que nasceu em Requião e passou a maior  parte da sua vida em Cavalões, gostava muito de Vila Nova de Famalicão.
 E esse gostar manifestava-se não só na pertença ativa a instituições famalicenses e lembro entre várias  outras  os Bombeiros Voluntários Famalicenses e a Fundação Cupertino de Miranda como na atenção aos problemas da terra.
Tinha uma visão larga do que poderia e deveria ser o município de Vila Nova de Famalicão e chegou mesmo a candidatar-se a presidente da câmara municipal em 1993.
Seria interessante ter presente o programa que apresentou na altura, mas infelizmente não o tenho aqui ao meu alcance. Tenho sim as numerosas conversas que com ele travei sobre Famalicão e em todas elas havia uma nota distintiva . Era possível fazer mais e melhor por Famalicão e ele ficava sempre com pena de que não houvesse engenho e  ambição política para tal.
Espero ter possibilidade de dizer algo mais a este propósito.

Sol nas Cruzes Chuva na Feira de Famalicão


Vila Nova de Famalicão tem duas grandes feiras anuais. A feira de 8 de maio, que este ano coincide com um domingo e a feira de 29 de setembro, a feira de São Miguel.
A  feira de 8 de maio tinha descido para segundo plano, mas, felizmente, desde há alguns anos, tem-lhe sido dada a atenção devida.
Sobre esta feira, uma preocupação grande é, como é natural, o estado do tempo e é ditado antigo dizer-se: Sol nas Cruzes, chuva na Feira Grande. Sol nas Cruzes é bom tempo nas Festas das Cruzes em Barcelos que decorrem uma semana antes e  incluem  igualmente uma grande feira.
Este ano o ditado confirma-se: as Festas das Cruzes tiveram um tempo excelente e passados oito dias a chuva está bem presente na Feira Grande de Famalicão, pelo menos logo no início desta manhã.
Salve-se, ao menos,  podermos dizer que o ditado tem razão de ser e o clima não mudou, ao que parece, tanto assim.

sexta-feira, 8 de abril de 2016

Informação Sonora da CP

Ontem, dia 7.4.16, cheguei à Estação Ferroviária de Vila Nova de Famalicão antes das 9h para entrar no comboio suburbano das 9,02 para o Porto-Campanhã.

Uma informação sonora deu indicação de que o comboio estava atrasado 10 minutos. Entrei na Estação e enquanto conversava com o Segurança, olhando para a Linha, entrou um comboio regional em direção ao Porto e depois um comboio sem paragem.

Tinham já passado mais de 10 minutos sem nenhuma informação sonora sobre o Suburbano  e sem ver o comboio. Alguém disse que já tinha passado o que nos surpreendeu.

Efetivamente estava já anunciado no visor o comboio das 10,02h razão pela qual tive de ir para o Porto de automóvel. Algo ocorreu que não deveria ter ocorrido.  As informações sonoras estão longe de ser completas e fiáveis.

segunda-feira, 28 de março de 2016

Associação Comboios XXI


A Associação Comboios XXI está a acompanhar os trabalhos em curso, junto da Estação Ferroviária.
Deseja-se que, não só a mobilidade de passageiros, mas também o estacionamento de veículos sejam devidamente considerados.

A situação atual deixa muito desejar, com dificuldades de trânsito e de estacionamento e pouca atenção à ligação com o centro da Cidade, bem como com a Estação Rodoviária.


Urbanismo Ativo


A Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão parece estar a desenvolver uma política de regeneração urbana, começando por fazer pequenas intervenções, com o objetivo de impedir a degradação, e mesmo a queda de alguns edifícios no centro da cidade.

Assim sucedeu com o prédio conhecido por «Prédio dos Sete Velhos», junto à antiga «Íris», no entroncamento da Avenida 25 de Abril, com a rua Adriano Pinto Bastos.

O prédio, que ameaçava ruir, depois do incêndio ocorrido há alguns anos, está agora devidamente coberto com telhado e as paredes consolidadas. Estas obras foram coercivamente realizadas pela Câmara Municipal, dada a inércia de quem tem a propriedade, sendo-lhes apresentada, naturalmente, a conta.

Trata-se de uma política que é de aplaudir, embora se espere sobre esta intervenção uma informação mais detalhada.

domingo, 28 de fevereiro de 2016

Estação Ferroviária - Estacionamento - Acesso

Para quando o novo arranjo junto da estação ferroviária de Vila Nova de Famalicão?
O parque de estacionamento junto do cais está quase sempre cheio e os automóveis ocupam todas as ruas vizinha da Estação.
É preciso encontrar urgentemente  uma boa solução de estacionamento e de acesso à estação.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Estação e Bus

É necessário haver uma ligação regular entre o centro da cidade  de Famalicão ( estação de camionagem como ponto de partida) e a estação que era da CP e agora é da Refer. São quase dois quilómetros.
Importa também melhorar a circulação e o estacionamento junto desta.
Estão a decorrer neste momento obras.. Poderemos ter uma informação mais completa sobre o que se pretende?
Não basta uma intervenção minimalista e importa ter em conta o serviço de táxis.
Vila Nova de Famalicão, 7.1.2015