quarta-feira, 10 de abril de 2024

Perdas de água: 10 milhões de euros

RELATÓRIO - O Opinião Pública da semana passada (27.3.24) titulava em primeira página: “PS acusa Câmara de desperdiçar milhões de euros em fugas de água”. Lendo com mais detalhe na página 6, verifica-se que “Famalicão está entre os 25 piores concelhos do país no que diz respeito a perdas de água da rede pública”, de acordo com o último relatório da ERSAR (Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos). Estas perdas de água correspondem a cerca de 10 milhões de euros nos últimos cinco anos e só no ano de 2022 foram cerca de 2,3 milhões de euros. Famalicão tem perdas de água na ordem dos 47,3%, enquanto Braga tem 17,9%; Barcelos 11,4%; e Vila do Conde 9,3%.

VERDADE OU MENTIRA? - Isto que o OP publicou com base em comunicado do PS é verdade ou mentira? Se for mentira, é dever da câmara municipal desmentir ponto por ponto o comunicado do PS, informando detalhadamente o que se passa. Se for verdade, como parece, é muito grave e a câmara Municipal tem o dever de explicar o que está a ocorrer e qual a razão de o município se encontrar entre os 25 piores do país nesta matéria. É muito dinheiro mal gasto que está em jogo.

PUBLICIDADE - Se a câmara municipal  tiver a tentação de nada  dizer sobre este assunto,  é obrigação do PS, salvo melhor opinião, colocar em cartazes bem visíveis na cidade ( não precisa de muitos, bastam dois ou três) esta má gestão da água por parte do município. É assim que procede, por exemplo, o PSD em Guimarães ou o PS em Braga sempre que há factos que justifiquem tal publicidade.  A democracia faz-se com uma câmara que presta contas  sempre que lhe são pedidas e com uma oposição atenta e actuante.

TACIANA FLORES (AIM) – Falávamos na semana passada da necessidade de uma particular atenção ao fenómeno da imigração no nosso concelho. Não conhecíamos a Associação de Integração Multicultural de Famalicão (AIM) que tem como presidente a advogada Taciana Flores e o Jornal de Notícias do passado domingo (31-3-24) dedica-lhe merecidamente uma página inteira. Como bem se escreve  “o primeiro passo para quem chega a um país é estar regular. Para isso é preciso saber a língua e a que instituições recorrer e isso nem sempre é fácil”. PS – Já depois de escrito este parágrafo soube que o OP fez há pouco tempo uma excelente reportagem sobre esta associação, que me escapou. Obrigado pela lembrança, Alcino Monteiro!

CÂMARA MUNICIPAL – A sede da AIM é na Estação Rodoviária de Famalicão e isso revela que a Câmara percebe a importância desta associação. Não sabemos se existe uma política municipal de imigração devidamente estruturada, mas se não existir ela precisa de ser rapidamente organizada, pois basta estar atento para ver como a nossa sociedade está a mudar. Será que sabemos quantos imigrantes temos no concelho e quais as suas nacionalidades? É importante saber, ainda que aproximadamente, e com a consciência de que os dados obtidos estão sempre a mudar. As freguesias têm (devem ter)  aqui um papel muito importante. 

JORNAL DE FAMALICÃO (JF) – A imprensa famalicense é rica de títulos desde o fim do século XIX. Eles tem nascido e desaparecido. O JF faz agora 75 anos de publicação ininterrupta e esse é um acontecimento que merece ser saudado. Os jornais abertos e plurais fazem falta e constituem alimento da democracia.

                                                           António Cândido de Oliveira

PS 1 – Este texto só agora publicado, por falta de espaço,  mantem-se actual, ainda que não tenha em conta o que se passou na reunião de câmara do dia 4.4.24 em que,  em período antes da ordem do dia, o presidente de câmara e o vereador do pelouro afirmaram ser falso o comunicado do PS sobre perdas de água. Como tive a oportunidade de dizer nessa mesma reunião não basta dizer que é falso, é preciso dizer detalhadamente o que é verdade sobre os 10 milhões de euros que estão em causa, pois as perdas de água foram admitidas.

PS 2 – São muitos os assuntos que gostaria de abordar, mas o espaço é limitado e terei de esperar pela próxima semana. Os assuntos da urbanização junto do Hospital e do Tribunal, por exemplo, não estão esgotados.

(OP-10.4.24)

quinta-feira, 28 de março de 2024

Direito à Informação e Oposição

CARTA ABERTA À CÂMARA MUNICIPAL – Na sequência da Carta Aberta dirigida à Câmara Municipal e ao seu Presidente foi pedida informação, desde logo e para começar, sobre o contrato de cedência de terreno para a construção do Tribunal Judicial. O pedido foi feito, mas a resposta ainda não foi recebida. Insistiremos e daremos notícia.

DIREITO E DEVER DE INFORMAÇÃO – Os munícipes têm o direito constitucional e legislativamente  consagrado de obter informação sobre todos os assuntos de interesse público que desejem conhecer e a câmara municipal tem o dever de dar essa informação.  Se não o cumpre, viola regras próprias da democracia. Se for necessário, diremos quais, embora isso seja passar-lhe um atestado de ignorância.

IMIGRANTES –  O nosso concelho tem cada vez mais imigrantes de variadíssimas proveniência. Há certamente um pelouro que tem a seu cargo cuidar desta matéria. Importa que eles se integrem devidamente na nossa comunidade e isso implica um trabalho muito aturado e qualificado. Qual tem sido esse trabalho? Quantos são os imigrantes residentes no nosso concelho? Será que nem esse dado elementar é conhecido? Ou não é divulgado? Vamos perguntar.

MEDWAY – Este “porto seco” previsto para Lousado é um grande investimento que precisa de ser bem conhecido. O Jornal de Notícias de há dias dava dele uma informação destacada, mas precisamos de saber mais sobre ele e o seu impacto no território. A página oficial do município deveria dar-lhe  a melhor atenção em texto e ilustração, chamando a atenção para as suas vantagens e para os seus inconvenientes. Deveria esclarecer bem o que é isso do problema do arsénico. Registe-se a atenção que a este assunto tem dedicado a Vereadora Dr.ª Maria Augusta Santos em sucessivas intervenções nas reuniões de câmara, solicitando informações nem sempre atendidas.

REABILITAÇÃO URBANA DA CIDADE – A reconstrução em bom ritmo do prédio que foi o Hotel Garantia ( deverá estar erguido até ao final do mês de  Julho) chama a atenção para os edifícios da cidade que precisavam de ser reabilitados ou reconstruídos, respeitando a sua volumetria. A câmara dá um péssimo exemplo, pois na Rua Adriano Pinto Basto, junto do Garantia têm um bom prédio seu em acentuada degradação e que parece que não sabe o que lhe há-de fazer. Precisa de sugestões? E que moral  tem para pedir aos proprietários de prédios em situação igual na cidade ( e são muitos) para que os reabilitem?

DINHEIRO – Tendo em conta o que o município gasta em festas (e gasta milhões de euros, por ano), dinheiro não lhe falta. Pena é que não lhe dê melhor destino, diminuindo tais gastos e dirigindo-o para outros fins mais úteis. Será que precisa de sugestões?

OPOSIÇÃO – É nestas e noutras coisas que se sente a falta de oposição à altura. É nossa opinião que a continuarem as coisas assim, a actual coligação que está no poder ininterruptamente vai para um quarto de século (2001-2025) , continuará descansadamente a caminho de mais quatro anos  e nem precisa de governar bem!

 (OP-28-3-24)

                                                                                       

quinta-feira, 21 de março de 2024

Eleições nacionais e locais

ELEIÇÕES LEGISLATIVAS – No momento em que escrevo ainda não se conhecem os resultados definitivos das eleições para a Assembleia da República, mas já chega para saber quantos votos teve (e mais terá) o partido  CHEGA.

VITÓRIA DA AD – De qualquer modo quem venceu não foi o CHEGA, mas a AD ( votos do Continente mais os da  RA da Madeira) porque ainda que o PS venha a ter mais deputados e/ ou votos ( o que não é provável) não está em condições de formar Governo, tendo em conta a soma de votos e a soma dos deputados dos partidos à sua direita  que é muito maior que a soma dos votos à sua esquerda. De notar que, retirando as décimas, a AD teve, a nível nacional, 29%, o PS 28% e o CHEGA 18%.

VILA NOVA DE FAMALICÃO – Em Famalicão,  o PS passou, retirando as décimas,  de 43% de 2022 para 29% em 2024; a AD  teve agora 33% e, em 2022,   o PSD teve 34,%; o CHEGA, por sua vez, subiu de 5% para 16%. Famalicão seguiu, pois, a tendência nacional.

ELEIÇÕES LOCAIS – O que dizem estas eleições para Famalicão ? Dizem que há dois grandes partidos ( um deles coligado,  o PSD) e que qualquer deles pode ganhar as próximas eleições autárquicas de 2025. Importa que tenham energia para apresentar a melhor proposta para o concelho.

PSD – O PSD realizou este fim de semana (domingo, dia 17-3-24) eleições para os órgãos da concelhia. Foram eleições periódicas normais e não quaisquer eleições antecipadas. Concorreram duas listas e votaram cerca de 700 militantes, tendo vencido a liderada pela Vereadora Drª Sofia Fernandes. A realização de eleições disputadas não enfraquece, a meu ver,  o PSD e  pelo contrário mostra a sua vitalidade, ainda que, porventura, ocorram ao mesmo tempo questões meramente internas . Bom seria que houvesse a mesma vitalidade no outro grande partido do nosso concelho.

VEREADORES – Não damos a devida importância, dentro da câmara, aos vereadores e eles são fundamentais para o bom funcionamento do município. Desde logo os/as vereadores/as com pelouro são uma espécie de ministros do governo local e os sem pelouro mostram a sua capacidade de velarem pelo bom funcionamento da câmara, criticando o que for de criticar e concordando com o que entendem merecer concordância.

PERGUNTAS – Perguntamos recentemente  à câmara pelo número e gravidade de acidentes no centro da cidade. A câmara respondeu,  o que é positivo. Mas deu uma resposta insatisfatória, pois afirma ter essa  informação,  mas não a divulga, por ser assunto interno. Pior, manda  a quem queira saber,  perguntar à PSP ou à Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária. Mas como? Se tem os dados, porque é preciso perguntar a estas entidades? Será que a Câmara considera esses dados um “segredo” que não pode ser divulgado?

HOSPITAL – Tememos muito que a Câmara Municipal, a Santa Casa da Misericórdia, a Unidade Local de Saúde do Médio Ave não percebam a importância de dotar o nosso Hospital ( Hospital São João de Deus) das condições necessárias para servir os famalicenses o que só se conseguirá com a sua ampliação e protecção da zona envolvente. A ampliação está muito dependente do Governo e por ela se deve lutar, mas a zona de protecção está nas nossas mãos. Só não protegeremos a zona envolvente do Hospital se não quisermos.

(OP-21.3.24)

quinta-feira, 14 de março de 2024

Passeios, Pisos e o Hospital, Sempre

 POÇAS DE ÁGUA - Os passeios e pisos das ruas e praças da cidade precisam de uma atenção por parte da câmara municipal e da freguesia que não tem existido. É um claro desleixo. No dia de eleições (10.3.24)  - e é apenas um exemplo – choveu, e os passeios da Rua Conde São Cosme tinham poças de água. E o piso da rua não estava melhor. É uma rua pequena que devia estar exemplarmente cuidada e não está.

RUA CONDE SÃO COSME – Esta rua que é central na cidade, acabando na Escola Básica com o mesmo nome, nem sequer está sinalizada no início,  com uma  placa adequada. É, aliás, o que acontece  em numerosas ruas e praças da cidade. Não é de  admirar, pois  a freguesia de Vila Nova de Famalicão não tem uma junta própria.

PASSEIOS E PISOS – Para pequenos, mas importantes,  arranjos dos passeios e pisos da cidade era necessário haver brigadas permanentes da câmara municipal. Existe uma apenas, ao que parece, mas é intermitente. É pena!

HOSPITAL DESPROTEGIDO -  Nos anos sessenta do século passado quando foi construído o nosso Hospital São João de Deus houve o cuidado de delimitar uma zona de protecção do mesmo, nomeadamente para facilitar o acesso e as ampliações futuras. Hoje, que o Hospital precisa de ter facilidade de acesso, lugares para estacionamento e principalmente de ser ampliado não tem zona de protecção. Acabaram com ela!

O QUE PODERIA SER FEITO -  E, assim,  em vez de utilizar o espaço que fica a norte para construir casas de habitação para atrair médicos e enfermeiros que quisessem aqui trabalhar  ou um pavilhão hospitalar para doentes que não precisassem de especiais cuidados, incentiva-se a construção de mais uma superfície comercial. Que falta de visão! Parece que a Câmara não gosta da nossa terra! Não liga sequer a um abaixo-assinado de centenas de assinaturas recolhidas em oito dias.

ESTÁDIO MUNICIPAL – Julgo que muito vai dar que falar esta obra de que muito já se murmura. Para já, importa que, antes de abrir qualquer concurso público internacional,  se saiba quais os termos do mesmo ainda a tempo de verificar e apreciar o que se pretende fazer. Se a obra é boa, não há que temer a publicidade da mesma.

ECOCENTRO MÓVEL – Vi junto da Igreja Matriz Nova um ecocentro  móvel que me pareceu de muita utilidade, mas pouco tempo lá esteve. Nem deu para tirar dele a utilidade devida. Não será de apostar em mais neste tipo de equipamentos  e prestar melhor informação?

ELEIÇÕES LEGISLATIVAS – MARÇO 2024 – Tem sempre interesse ver com cuidado o resultado das eleições legisçlativas no nosso concelho. O OP costuma dar informação pormenorizada. Há sempre aspectos curiosos a observar. Uma coisa é certa: o PS e o PSD como principais partidos fundadores da democracia precisam de fazer urgentemente a nível nacional e local uma profunda reflexão para bem da democracia.

quinta-feira, 7 de março de 2024

Algumas perguntas e não só

BOMBEIROS – Confesso a minha ignorância. Julgava que os nossos bombeiros voluntários eram mesmo voluntários e que apenas alguns deles (poucos)  exerciam funções a tempo inteiro. Parece-me que não é assim, hoje. Uma vez que os tempos evoluíram e é preciso que os bombeiros cumpram importantes e diversas tarefas que não se compadecem com o simples voluntariado tornou-se necessária a sua profissionalização em larga escala. Continua a haver bombeiros voluntários, mas ao lado deles há bombeiros profissionais. Importa saber nomeadamente quantos bombeiros têm as duas corporações da nossa cidade e quantos deles são voluntários e quantos são profissionais. Enviei, por email, pedido de informação sobre este assunto. As corporações seguramente vão responder e darei conhecimento dessa resposta aos leitores. Ela será o ponto de partida para conhecer melhor estas corporações que tão indispensáveis são para a nossa segurança, para a nossa saúde e  para a nossa qualidade de vida.

ACIDENTES NA CIDADE – Há a percepção por parte dos famalicenses que há perigos grandes para os peões que circulam na cidade. Mas é apenas uma percepção, porventura não fundamentada. Importa saber em concreto quantos acidentes com gravidade (ferimentos graves ou mortes) ocorreram nos últimos anos no perímetro urbano da cidade e onde foram mais frequentes. Certamente essa informação existe até para prevenir e diminuir acidentes futuros e por isso pedirei essa informação à câmara municipal que está atenta a este problema.

BIBLIOTECA MUNICIPAL -  A Biblioteca Municipal Camilo Castelo Branco situada no Parque de Sinçães está muito melhor depois da recente remodelação. Vê-se que cresceu bastante e que houve um trabalho arquitectónico interior de qualidade. Não fiz ainda uma visita guiada, mas procurarei fazê-la com a ajuda que me for dada.

PASSEIOS – É frequente acontecer que leitores deste jornal me abordem e falem de problemas da nossa cidade que gostariam de ver abordados. Ouço-os com atenção, mas nem sempre tenho tempo para lhes dar o seguimento que mereciam. Recorrentemente me chamam a atenção, por exemplo,  para o mau estado dos passeios da cidade e só posso concordar. Não compreendo que não haja uma brigada permanente da câmara para tratar de pequenas obras que feitas a tempo impediriam problemas que depois só com grandes obras se podem resolver. Também deveria haver uma preocupação de limpar os passeios de perigos como, por exemplo,  a queda de flores de japoneiras na Rua Adriano Pinto Basto.

MEDWAY – O jornal OP  chamou a atenção com largo destaque para o problema da detecção de arsénio no terreno onde está prevista a construção do terminal da MEDWAY de que tanto se fala há anos. Mas mais importante que o terminal é saber o que se passa realmente com aquele terreno. Tem arsénio de origem natural ou artificial?  Pode estar em causa a saúde pública dos famalicenses que residem nas proximidades. A câmara não pode estar à espera do parecer da APA. Tem de agir desde já e há muitas formas de o fazer. Não devem faltar nas universidades e institutos de investigação do nosso país pessoas qualificadas para chegarmos a conclusões seguras e quanto antes.

               ELEIÇÕES – Sabia que o nosso concelho costuma a votar da cima da média de todo o país, sendo por isso dos concelhos onde há menos abstenção? É um lugar que não devemos perder.

(Publicado no OP de 6.3.24)

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2024

Carta Aberta à Câmara Municipal e ao seu Presidente

Esta carta aberta dirigida à Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão e ao seu Presidente foi provocada pela recusa deste a participar numa sessão pública, para que foi convidado,  que estava a ser preparada para o dia 1 de março de 2024, para debater a urbanização da cidade e em particular a urbanização que está a realizar-se junto do Tribunal Judicial.

Tenho acompanhado a evolução desta urbanização, que veio implantar-se no espaço de uma quinta agrícola com bons terrenos, desde há cerca de 40 anos. Ainda me lembro do saudoso  José Marinho me mostrar um projecto de arquitectura que elaborou e que preenchia aquela quinta de prédios de habitação com um número razoável de pisos devidamente espaçados . Era então a urbanização da Quinta dos Machado Guimarães, salvo erro.

Depois disso, a quinta permaneceu abandonada até à construção do Tribunal Judicial,  há alguns anos, na parte norte da mesma, ficando a parte restante para preencher, esperava-se,  principalmente  com habitação e secundariamente com comércio, para além de um parque urbano. Não foi, no entanto, o que sucedeu.

Contra a opinião de muitos famalicenses, o largo espaço da quinta está a ser preenchido, na sua parte mais extensa e mais nobre, junto da Avenida  Pinheiro Braga,  com duas superfícies comerciais, uma  colada à outra. Uma já está a funcionar :o LIDL. Outra está em construção uma enorme edificação, pela empresa DST, para fins exclusivamente comerciais que terá, diz-se, a  marca CONTINENTE. No lado nascente da Quinta ficará um pequeno parque público ao longo de um ribeiro, parque que neste momento é apenas uma faixa de terra revolvida que vai estreitando para norte até junto do Tribunal. O espaço para habitação é, por fim, meramente residual.

Estas duas superfícies comerciais juntam-se a uma outra, adjacente ao LIDL que é o bem conhecido  E. LECLERC (lado poente da Avenida) e, ainda a outra que está prevista para poucas centenas de metros daquele local, junto ao Hospital, e que será, segundo se diz, para  o PINGO DOCE ou outra cadeia comercial semelhante. 

Quatro superfícies comerciais concentradas no centro da cidade são  exactamente o que a câmara municipal considera mais necessário e apropriado para fazer da sede do concelho uma grande urbe comparável às maiores do país!

É isso o que se contesta e é para isso que se pretende realizar uma sessão pública, depois de obtida completa informação sobre a história desta urbanização, que, se não tiver como efeito a reversão do mal feito, pelo menos poderá contribuir para  que se corrija o que for de corrigir e  para prevenir erros futuros. Tudo isto sem prejuízo de a câmara municipal e o seu presidente, que para tal serão convidados, comparecerem e provarem que a melhor solução para a cidade é a que está em curso.

O desafio está lançado, lembrando que debates como este deveriam ser prática  normal, em qualquer município do país, com democracia local consolidada.

Vila Nova de Famalicão, 26 de Fevereiro de 2024

António Cândido de Oliveira

                 (em colaboração e com apoio da Associação Famalicão em Transição)

(Enviado para o jornal Opinião Pública de 28 de Fevereiro e para outros jornais)

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2024

Reabilitação Urbana

GARANTIA – As obras do ex-Hotel Garantia parecem ir em bom ritmo e isso é boa notícia. As obras perturbam muito a circulação no centro da cidade e quanto mais rápidas correrem melhor. Isso interessa até para ver como vai ficar o edifício, pois só depois de pronto poderemos avaliar o impacto que terá.

REABILITAÇÃO URBANA – Já não é boa notícia a situação de abandono ou não utilização de muitos prédios na cidade. Assim sucede, desde logo,  no prédio propriedade da câmara ( o que é ainda mais grave) situado na Rua Adriano Pinto Basto ao lado do Arquivo Municipal Alberto Sampaio. Outros prédios abandonados, degradados ou sem utilização situam-se  na esquina da  mesma Rua Adriano Pinto Basto com a Av. Narciso Ferreira ( o prédio colorido), no redondo da Av. Narciso Ferreira com a Rua Alves Roçadas ( que se passa?), tudo sem esquecer o prédio junto do Mercado ( antigos Armazéns Martinho Carneiro) e ali próximo também o prédio da ex-Residencial Francesa. E estes são apenas alguns. Era  necessário ter uma lista dos prédios degradados na cidade.

CÂMARA MUNICIPAL - Não se diga que o município não pode fazer nada, porque não é verdade. Pode pôr em marcha uma política activa de reabilitação do centro urbano, pode conversar com os proprietários e pode desde logo dar o exemplo no prédio que lhe (nos) pertence na Rua Adriano. Para além do seu poder de influência,  a câmara tem ainda instrumentos fiscais ao seu dispor e que pode utilizar.

AVENIDA PINHEIRO BRAGA – Neste momento há duas avenidas Pinheiro Braga: uma bem desenhada desde a rotunda até ao Tribunal e outra desde o Tribunal até à rotunda da variante. Vejam a diferença. A primeira bem desenhada e pronta; a segunda confusa,  em obras que mal avançam e que não se sabe quando terminarão. De quem é a responsabilidade?

TRANSPORTES URBANOS – Parece-me que há que dar mais informação sobre o funcionamento dos transportes urbanos no nosso concelho. Os meios de comunicação social locais têm aqui um papel a desempenhar, procurando ouvir os utentes. A ideia que fica é que as coisas não estão a correr bem. Mas não estarão mesmo? Informação, precisa-se.

O VOLTAS – Um dos mais curiosos e bonitos veículos dos transportes urbanos é o “Voltas” que faz o circuito urbano. Vejo-o passar na Rua Cupertino de Miranda vindo da rua Ana Plácido  vazio ou quase. Será sempre assim?

SESSÃO PÚBLICA – A sessão pública sobre a urbanização da cidade e particularmente da zona do Tribunal está em preparação. Está pedido o auditório da Biblioteca Municipal para o dia 1 de Março de 2024 ( 6ª feira) entre as 18 e as 20h. Conta-se com a presença de uma representação da câmara, com a participação dos promotores imobiliários, da ACIF, de eleitos locais, dos meios de comunicação social e dos famalicenses que desejam o melhor para a nossa cidade. Todos serão convidados. É a democracia local a funcionar.

(Artigo enviado para o jornal Opinião Pública de 21.2.24, mas não publicado)

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2024

A Fúria das Superfícies Comerciais no Centro da Cidade

INFORMAÇÃO - Precisamos de mais informação para compreender a verdadeira justificação da fúria (assim nos parece) da construção de superfícies comerciais no centro da cidade. Não bastavam as que já existem e a que está prevista para junto do Hospital (atrofiando-o). Agora, a fúria estendeu-se para o lado nascente da Avenida Pinheiro Braga e,  depois da rapidíssima construção e entrada em funcionamento  do LIDL, está a surgir também a toda a velocidade uma superfície comercial  (“retail park”?)  ocupando o espaço entre o Tribunal e o LIDL.

HABITAÇÃO - Foi para muita gente uma surpresa, pois esperava-se ali, naquele lugar bem nobre, a construção de habitações que  viessem  aumentar a  oferta na cidade. Não! Em vez disso, é uma  “construção monstro” que está a erguer-se a toda a pressa para albergar o supermercado Continente e lojas comerciais adjacentes, com largo espaço de estacionamento coberto e à superfície.

SERVIÇOS PÚBLICOS - Também havia quem defendesse, desde há muito, que aquele local estava bem indicado para uma larga praça de serviços públicos onde os famalicenses pudessem facilmente ir ao Tribunal, às Finanças, às  Conservatórias, aos Notários, à Loja do Cidadão e até  a alguns serviços camarários que andam e vão continuar a andar dispersos. Nem pensar! Fica o Tribunal isolado e já é muito bom.

SESSÃO PÚBLICA -  Está a preparar-se para breve, em local, data e hora a indicar, uma sessão pública para tentar esclarecer a razão de tais  decisões. Os famalicenses precisam de estar bem informados sobre o que se faz na sua cidade que todos queremos que se desenvolva bem e de forma harmónica. Seguramente a câmara e os promotores imobiliários darão as explicações a que temos direito, defendendo as suas ideias. Assim se praticará  a transparência e a democracia.

PARQUE NORTE – E será uma boa oportunidade para abordar a construção prevista do Parque Norte da Cidade situado a nascente junto do bairro de São Vicente.

JORNAIS - Entre Famalicão e Santo Tirso, dois municípios vizinhos,  há uma diferença que não deixa de ser curiosa e de merecer reflexão no que respeita aos jornais impressos. Entrei no maior quiosque de Santo Tirso (perto da Pastelaria Moura)  e encontrei três jornais locais à venda bem expostos: “Jornal de Santo Thirso”, “Entre Margens” e o “Jornal do Ave”. Estes jornais são quinzenais e pagos. Comprei o Jornal do Ave por me ter sido indicado  como dos mais vendidos. Em Famalicão temos impressos  apenas um jornal pago que é o “Jornal de Famalicão” e dois jornais gratuitos “O Povo Famalicense” e o “Opinião Pública”. São todos semanários. Mensalmente sai o “Cidade Hoje”, também gratuito.

JORNAL DO AVE - O “Jornal do Ave” (8.2.24)  que só abri em casa,   surpreendeu-me. Embora tendo sede em Santo Tirso, dedica bom espaço a Famalicão. Logo, a nobre  página 3  é toda publicidade colorida dada ao Carnaval de Famalicão. Nas páginas 4, 6, 11, 15 (página inteira) e 18 há notícias sobre Famalicão.  É difícil encontrar este jornal na cidade. Porquê?

(Jornal Opinião Pública de 15.2.24)

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2024

Errei. Peço desculpa!

LANDIM – RIO PELE – O rio que passa em Landim é o Rio Pele e não o Pelhe. Errei pois ao escrever na semana passada neste mesmo espaço o nome do afluente do Ave  que atravessa uma das mais emblemáticas freguesias do nosso concelho. Peço desculpa, pois tinha obrigação de ter mais cuidado!

RIO PELE -  O Rio Pele nasce em Guimarães na freguesia de Leitões,  passa efectivamente por Landim e outras freguesias até desaguar no Rio Ave,  já no concelho de Santo Tirso.

RIO PELHE – O Rio Pelhe, por sua vez, nasce na freguesia da Portela do nosso concelho e mantem-se dentro dele até à foz, passando por Telhado, Vale de Sâo Cosme, Gavião, Vila Nova de Famalicão, Antas (atravessando o Parque da Devesa), Calendário, Esmeriz e desaguando no Ave na freguesia de Lousado. Não passa por Landim.

RIO AVE -  Ambos são afluentes do Rio Ave que nasce na Serra da Cabreira passa pelo nosso concelho e desagua em Vila do Conde. Os principais afluentes deste rio são o Vizela e o Este (bem nosso conhecido).

URBANIZAÇÃO NORTE (AV. PINHEIRO BRAGA)  – Nunca imaginei que na Urbanização Norte da Cidade, no lado nascente da Avenida Pinheiro Braga, lado nobre desta excelente   Avenida, iríamos ter duas superfícies comerciais praticamente  ligadas uma à outra. Mas vamos ter e é o que merecemos como famalicenses submissos que somos. Voltaremos a este tema.

PARQUE NORTE DA CIDADE - Vou seguir mais de perto também  a prometida construção do Parque Norte da cidade. Correrá, ao que julgo, em  paralelo às superfícies comerciais referidas entre o regato (como se chama?)  que corre junto do Bairro de São Vicente e a rua nova que,  no sentido sul-norte,  o separa das superfícies comerciais. Tem ali espaço para um parque que poderá compensar de algum modo ( mas só de algum modo), desde que utilizado por inteiro,  o que se fez e está a fazer do lado poente.

SILÊNCIO – Custa assistir ao silêncio dos eleitos locais (vereadores e membros da assembleia municipal) e dos meios de comunicação social perante o que se está a passar. Numa democracia local normal pelo menos a oposição, melhor as oposições, já teriam falado e saberíamos pelos meios de comunicação locais os detalhes desta muito estranha urbanização.

TEMPO SECO -  Escrevo este trecho no domingo à tarde  (4.2.2024) e está um sol quente próprio da primavera ( e já avançada)  e não do inverno que é a estação em  que estamos. Isto acontece desde há semanas. Vem-me  à lembrança os ditados populares “Senhora das Candeias a rir, está o inverno para vir” e “Fevereiro quente traz o diabo no ventre”. Esperemos que principalmente este último não se concretize. Embora viva numa cidade sempre me preocupou  a falta de chuva. Sem ela não há vida.

MAGNÓLIA – Apreciem enquanto é tempo. Como ainda está bonita com as suas flores cor de rosa a enorme árvore (magnólia)  junto dos Paços do Concelho (Assembleia Municipal) . Agora tem flores apenas, depois virão as folhas o que não é a regra. Esta árvore deveria ter junto dela uma placa indicando não só o nome como a espécie e a idade (data da plantação, ainda que aproximada). É uma falha que não deveria ocorrer. Note-se que existem no concelho belíssimas magnólias cor de rosa e brancas.

quarta-feira, 31 de janeiro de 2024

Liberdade e Landim


ARVORES DA LIBERDADE – Decorreu no dia 25 de Janeiro de 2024 no Jardim dos Paços do Concelho a plantação da “Árvore da Liberdade” (carvalho alvarinho)  em cerimónia que teve a participação da Comissão de Honra das Comemorações dos 50 Anos do 25 de Abril de 1974, da câmara municipal que reuniu nessa manhã e de um largo grupo de alunos de uma escola do concelho (Pedome). Assinalou-se, deste modo, o início das comemorações do cinquentenário da Revolução de Abril e o presidente da câmara Mário Passos salientou, nas palavras que então proferiu,  que seria plantada em todas as freguesias do concelho uma árvore semelhante. 

ZECA AFONSO – Também integrada nas Comemorações dos 50 Anos do 25 de Abril (a nível nacional)  a Casa das Artes  acolheu, no dia 27 de Janeiro de 2024 (sábado),  um espectáculo musical centrado na incontornável figura de Zeca Afonso a que não assisti, mas que, segundo soube,  foi largamente participado e decorreu  com  muito nível.

LANDIM I – Fui no passado domingo, dia 27.1.2024, a Landim visitar um dos landinenses mais ilustres, advogado sabedor e sério, tendo sido também competente chefe dos serviços jurídicos da câmara municipal de Famalicão durante muito anos. Trata-se do Dr. António Pereira da Costa,  amigo  de longa data, com quem tive uma agradável conversa sobre assuntos diversos (também sobre animais, claro!), apesar dos problemas de saúde  que  frequentemente acompanham os que costumam chegar a uma certa idade .

LANDIM II – Ali junto, passa o rio que atravessa a freguesia, nesta altura com muita água e porque a ponte não tem, como devia,  o nome respectivo tentei certificar-me de que aquele era efectivamente o rio Pelhe, como julgava. Foi uma surpresa!  Perguntei a um jovem com cerca de vinte anos que me disse ser de Landim, mas não sabia o nome do rio. Perguntei também a um outro landinense que brincava à bola no parque desportivo, certamente com um filho,  e também não sabia.

LANDIM III - Valeu-me ver gente ali perto junto das Três Capelas e fui parar junto da Barbearia Batista onde se reuniu rapidamente um grupo de  pessoas e a dúvida ficou desfeita. É sim senhor o Rio Pelhe! E quando critiquei a Junta por não colocar ou tratar de colocar uma placa com o nome do afluente do rio Ave saíram em defesa dela, dizendo que havia  muitas coias para fazer na freguesia  e que fez um bom trabalho junto do rio a jusante do lugar onde estávamos. Dali a conversa derivou para outros assuntos como o jornalismo (conheciam mal  a imprensa local e assim o  Opinião Pública, julgando alguns  até que era um jornal pago);  a política local (e o dono da barbearia disparou-me esta pergunta: “qual acha que foi melhor presidente da câmara Armindo Costa ou Paulo Cunha?”); e também a política nacional foi abordada. Foi uma conversa animada sobre a qual muito haveria mais a dizer, mas o espaço neste jornal é limitado e o meu tempo também. A conversa terminou com um elogio meu à freguesia por ser Landim e não uma qualquer “união” e lançaram-me um convite informal para ir de novo a Landim nesta 6ª feira, dia 2 de fevereiro, para ver a festa da Senhora das Candeias. Tentarei.

PARQUE NORTE – Continua sem se saber como vai ficar o Parque Norte da cidade, correndo em paralelo à Avenida Pinheiro Braga, mas afastado desta, pois fica  junto do Bairro de São Vicente, acompanhando um ribeiro que vai desembocar no parque da Deveza, depois de um largo e triste trajecto subterrâneo. De que se está à espera para termos notícias dele?  Já tarda muito. Bem disse neste jornal que naquela urbanização,  em primeiro lugar e a toda a pressa  estava a construção da superfície comercial (LIDL) e o parque ficaria para o fim e sabe-se lá quando. A câmara municipal pouco se importa….

RUA SENADOR SOUSA FERNANDES – O passeio do lado nascente da rua Senador Sousa Fernandes (a antiga EN n.º 14 a seguir ao Supermercado Bandeirinha e até à Rotunda de Santo António) merece uma visita. É raro ver um passeio tão largo na cidade!

DOIS LIVROS – Tenho a meu lado dois livros  ligados a Famalicão que tenciono ler com atenção logo que puder. Trata-se de um livro de Luís Paulo Rodrigues, que me convidou para a apresentação na Biblioteca Municipal, e que adquiri com o todo o gosto, com o título “Cem Anos de Superação – A Eléctrica (1924-2024). Por sua vez, João-Afonso Machado e David Vieira de Castro ofereceram-me muito amavelmente o recentíssimo  livro “Camilo e os de Pindela”. Parabéns aos autores, porque abordar temas da nossa terra é um dever de quem dela gosta.

quarta-feira, 24 de janeiro de 2024

Carnaval e não só

CARNAVAL MUNICIPALIZADO - Escrevia há pouco que a CM Famalicão iria gastar três milhões (3.000.000) de euros até ao fim do mandato em festas na cidade e justificava a soma. É pouco. Calculei por baixo. A câmara vai gastar mais. Já começa no Carnaval com cerca de 180.000 euros (174.000 euros orçamentados que vão derrapar como é habitual)grande parte deles gastos na cidade. Há quem ache bem e até o Partido Socialista bate palmas. Tenho pena e julgo que não estou só. É que há outras prioridades,  podendo e devendo tirar-se parte do que se gasta em festas.

PRIORIDADES – Para quem tem dúvidas onde gastar boa parte desse dinheiro retirado das festas atrevo-me a indicar algumas, sendo que outras poderá haver também e igualmente importantes. Se tivesse que decidir lutaria por utilizar esse dinheiro para  fazer fortes campanhas de prevenção contra o tabagismo ( muita gente que fuma gostaria de deixar ou atenuar esse vício), contra a obesidade ( assusta o número crescente de obesos), contra o alcoolismo e outras drogas ( cada vez mais perigosas). Não acabaríamos com esses males, mas poderíamos e deveríamos atenuá-los fortemente e preveni-los. Teria particular atenção com os jovens famalicenses. Seríamos um concelho com melhor qualidade de vida e gente pronta para festas com saúde.

PUBLICIDADE – Mas não é só com festas que a maioria da  câmara municipal (auxiliada pela oposição)  prepara as próximas eleições. A publicidade com o nosso dinheiro é outra arma utilizada. Assim os boletins de propaganda que regularmente saem descaradamente com o nome de boletins municipais. Acresce a  publicidade pendurada nos postes de iluminação da cidade e arredores  e a que é  feita por outras diversas  formas.

MEDWAY – Não é pouca coisa o que a Medway projecta para Lousado. Trata-se de um “porto-seco” ( “porto” porque vão lá aparcar especialmente por via ferroviária milhares de contentores de materiais como acontece nos portos de mar e “seco” porque é em terra e não junto ao mar) de grandes dimensões.  Dizem que será o maior da Península Ibérica, sendo imperioso verificar o impacto sobre o território e as populações do nosso concelho. Este assunto não pode andar escondido, devendo haver sobre ele a máxima publicidade, desde já. Obrigado, Vereadora Dr.ª Augusta Santos pela insistência com que aborda este assunto.

LESADOS DO TALVAI – Não gosto de actuações cívicas anónimas, embora compreenda que em certas circunstâncias elas se utilizem. De qualquer modo fui visitar o edifício  BioTalvai   e o que mais me impressionou foi a forma como se urbanizou e está a urbanizar o melhor território da nossa cidade ( virado a sul e num ponto alto). Aquela urbanização reprova todas as câmaras eleitas desde 1976 até hoje. E a actual vai pelo mesmo caminho.

ACIDENTES NA CIDADE – São muitas as informações que chegam sobre acidentes graves com peões na cidade. Passadeiras mal iluminadas e sem semáforos. Passadeiras junto de obras sem especiais cuidados como é devido e outras situações. Há ao menos um registo anual  do número de acidentes e suas consequências?  É muito importante para avaliar da gravidade do problema e do modo de o solucionar. Que andam a fazer as oposições na câmara e na assembleia municipal? 

PÚBLICO – A Assembleia Municipal acaba de actualizar o seu regimento e teimou em manter  a participação do público nas sessões para o fim das mesmas, demonstrando assim que preza pouco a participação dos famalicenses nos órgãos eleitos. Importa dizer que em muitos municípios já não é assim e o público tem o direito de intervir no início das sessões, determinando o regimento o período máximo de tempo a ele destinado.  Parabéns à CDU e ao PAN pela luta que travaram contra tal desprezo pelo público.

IMPRENSA E INFORMAÇÃO - Abrir um jornal local e encontrar com destaque informação que directa ou indirectamente favorece a câmara municipal é uma probabilidade de mais de  90%. Igual probabilidade, mas agora desfavorável ao Governo, existe ao abrir um jornal nacional. Uns exageram no elogio, outros na crítica. Algo está errado, não está?

(Jornal OP de 24.1.24)

 

quarta-feira, 17 de janeiro de 2024

A ULS (Unidade Local de Saúde) e a Ampliação Estruturada do Nosso Hospital

PRIORIDADE - Dos jornais locais da semana passada dei particular atenção às declarações do Dr. António Barbosa, director da ULS  a Cristina Azevedo, directora do  OP  num destacado e  bom trabalho jornalístico como é timbre desta profissional.

ULS - Ficámos bem cientes de que entrou em funcionamento no dia 1 de janeiro do corrente ano de 2024, no âmbito de uma reorganização dos serviços de saúde que abrange todo o país, a ULS (Unidade Local de Saúde) do Médio Ave que integra a prestação de cuidados de saúde primários e hospitalares numa só unidade de gestão, abrangendo o CHMA (Centro Hospitalar do Médio Ave), formado pelos actuais hospitais de Famalicão e Santo Tirso e os ACES (Agrupamentos de Centros de Saúde) de Famalicão, Trofa e Santo Tirso. São mais de 2.000 trabalhadores.

170.000.000 euros – A partir de agora tudo o que diz respeito a prestação de cuidados de saúde do SNS (Serviço Nacional de Saúde) nesta região ( presume-se os três concelhos acima referidos) é da responsabilidade desta ULS. Isso explica que o seu orçamento seja de mais de 170 milhões de euros, ou seja, mais do que todo  o orçamento do nosso município ( 162 milhões de euros). É enorme a responsabilidade agora assumida por uma equipa dirigida pelo Dr. António Barbosa e pelo Dr. Luís Moniz e que tem como directora clínica a médica Drª Violeta Ofélia Iglésias, a quem desejamos, para bem de todos nós, o maior êxito.

AMPLIAÇÃO ESTRUTURADA - Também o presidente da câmara municipal  Doutor Mário Passos manifestou satisfação por esta nomeação e deseja muito que o nosso hospital receba as obras e as ampliações de que necessita, lembrando que o município está já a fazer a sua parte no domínio da saúde. A ampliação estruturada  do Hospital de Famalicão que faz título de primeira página e que o Dr. António Barbosa explica,  dizendo que é preciso evitar o que aconteceu nas últimas décadas “em que o hospital foi somando unidades que hoje , não se articulam da melhor maneira”,  tem de merecer toda a atenção dos famalicenses.

RESPONSABILIDADES REPARTIDAS - Que a ampliação é necessária e deve ser bem estruturada não oferece dúvidas. O que importa é que ela seja a ampliação que o  bom funcionamento da ULS exige, cabendo aqui muito trabalho não só à direcção da Unidade como ao  município de Famalicão.  O município de Famalicão tem aqui uma enorme responsabilidade, pois não podemos ter uma ampliação adequada do hospital e estrangulamentos à volta com licenciamento de construções ou de  actividades  que provoquem  mais aumento do trânsito.  

VISÃO QUE FAZ FALTA - Do que precisamos é de tráfego fluído e  prioritário para as ambulâncias e pessoal que trabalha no hospital. Há lá espaço para habitações para médicos e enfermeiros e mesmo  para edifícios de rectaguarda do hospital que tanta falta fazem. Outros municípios do nosso país assim têm feito. O que é preciso é visão larga por parte do nosso município e não continuar  o atrofiamento que ocorreu nas últimas décadas a nascente e a poente do Hospital São João de Deus. Salve-se o que ainda for a tempo, contando com a colaboração dos particulares que até bem podem ter vantagem nisso. Estejamos a altura das exigências que resultam da ULS que não estava prevista e surgiu agora.

OUTROS ASSUNTOS – Ficamos sem espaço para falar dos dinheiros atribuídos às festas do Carnaval, das queixas dos lesados do Talvai, do eco-parque de Cabeçudos, da residência para estudantes universitários, da ferrovia  e de  tantos outros. Problemas não faltam. Tempo e espaço para os tratar é que são escassos.

(Jornal OP de 17.1.24)

quarta-feira, 10 de janeiro de 2024

Famalicão: Partido Socialista e Partido Social Democrata

        Como os leitores sabem pedi há algumas semanas aos dois principais partidos do nosso município dados para informação e divulgação públicas. Essa informação que foi dada rapidamente tem ainda mais interesse, pois as duas secções locais de ambos os partidos  fazem 50 anos durante o presente ano de 2024.

O Partido Socialista foi fundado em finais de Agosto de 1974, contando entre os seus principais fundadores Joaquim Loureiro, Armando Bacelar, Artur Lopes, José Augusto Lopes e Jerónimo Pereira, deputado à Constituinte.

Por seu lado o Partido Social Democrata (então com o nome de Partido Popular Democrático) nasceu formalmente no dia 27 de novembro de 1974, tendo como fundadores Carlos Bacelar, mais tarde deputado à Constituinte, José Reis, José Carlos Marinho, José Júlio Alves Coelho e  José Garcia Azevedo.

Desde as primeiras eleições autárquicas ( Dezembro de 1976) o PSD teve a presidência da câmara municipal entre 1976-1979 (José Carlos Marinho);  1979-1982 (Antero Martins); 2001-2013 ( Armindo Costa); 2013-2021 (Paulo Cunha) e 2021 até à actualidade (Mário Passos). Por sua vez,  o PS teve apenas um presidente de câmara municipal (Agostinho Fernandes) que exerceu ininterruptamente desde 1982 até 2001. Assim contamos até ao presente 19 anos de câmara presidida  pelo PS e 29 anos de câmara presididas pelo PSD.

A primeira sede do Partido Socialista foi na Rua Alves Roçadas (junto ao escritório de advogado do Dr. Amando Bacelar), enquanto o Partido Social Democrata teve a sua primeira sede na Rua Adriano Pinto Basto no n.º 138.

A sede actual do Partido Socialista é no primeiro piso do n.º 116 da Rua São João de Deus (junto aos CTT), a sede actual do Partido Social Democrata é no terceiro piso do n.º 212 (sala 14) da  Rua Adriano Pinto Basto.

O número de militantes actual do PS é de cerca de 1600, dos quais cerca de 1100 com as quotas em dia. Os do PSD são 2129 militantes, dos quais metade com as quotas em dia, embora o pagamento da quota não releve actualmente para eleições internas neste partido .

Ambos têm diversos órgãos internos que aqui não descrevemos, nem indicamos os respectivos titulares, por brevidade. Aliás para uma informação mais detalhada devem consultar-se os espaços que ambos possuem na “net”.

A sala de reuniões da sede do PS tem 50 lugares sentados e a do PSD igual capacidade.

O PSD tem uma página web  (www.psdfamalicao.pt) e vários endereços nas redes sociais, enquanto o PS tem presença nas redes sociais.

O PS tem a sede aberta à 6ª feira das 21 às 23h e com marcação prévia através do email eduardo.sal.oliveira@gmail.com, às segundas feiras das  10h-12h. O PSD tem a sede aberta às 2ªs feiras das 18h às 20h, às 6ªas feiras das 14,30h às 16,30h e no terceiro sábado de cada mês das 10h às 12h.

Outros aspectos de ambas as sedes que tive a oportunidade de visitar poderiam ser indicados, mas estes são os que entendo dever ser salientados. Uma nota para dizer que gostaríamos de ver uma biblioteca bem apetrechada em ambas as sedes, mas tal não sucede em nenhuma delas.

A responsabilidade destes dois partidos é grande no nosso concelho e só teremos a ganhar, tendo ambos bem activos e dando informação ampla e facilmente acessível da sua organização e actividades.

                                                           António Cândido de Oliveira

PS – Um dia destes vi, numa sala de espera de um consultório, uma foto da antiga Capela de Santo António situada na agora Praça D.ª Maria II. Como era bonita e como feia ficou na mudança para a Rua Alves Roçadas, ainda por cima, “emparedada” de ambos os lados!

quarta-feira, 3 de janeiro de 2024

Joaquim da Silva Loureiro (1936-2023)

“Nestas ocasiões costumamos louvar os que partem, enaltecendo as suas qualidades. Sobre esse aspecto , o município de Vila Nova de Famalicão, através da sua câmara municipal, decretou, muito justamente, dois dias de luto municipal e  divulgou um texto  bem ilustrativo. Merecem também ser lidos outros textos publicados nos meios de comunicação social e redes sociais. 

Permitam-me que, em brevíssimas palavras, em vez de um elogio fúnebre, diga o que no meu entender Joaquim da Silva Loureiro gostaria de nos dizer agora.

Diria desde logo:

Nunca, nunca desistam de lutar pela Paz no mundo e por uma sociedade livre, justa e solidária como ordena a nossa Constituição no seu primeiro artigo.

Cuidem do nosso Planeta que tão graves riscos corre com um crescimento desenfreado e desigual.

Diria também, na sua condição de crente, que tenhamos sempre bem presentes a encíclica Pacem in Terris do tão querido Papa João XXII e as encíclicas Laudato Sì e  Fratelli Tutti do Papa Francisco, que ele tanto admirava. 

Diria finalmente que tenhamos, crentes, não crentes ou agnósticos, uma qualquer forma de transcendência que dê sentido à Vida.

Vida  que ele deseja  que seja longa e  a melhor Vida para todos nós!

Obrigado, Dr. Joaquim da Silva Loureiro! “

Notas:

Estas palavras que, por incumbência da família, pronunciei, com emoção, no fim da missa de 28 de dezembro de 2023, na Igreja Matriz Velha de Vila Nova de Famalicão,  precisam de umas notas que seguem agora:

A vida de Joaquim Loureiro  desde que chegou à Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra,  na segunda metade dos anos 50 do século passado,   caracterizou-se pela luta contra a ditadura, sendo perseguido e preso e tendo vida difícil mesmo quando chegou a Famalicão na segunda metade dos anos 60 , incompreendido e criticado  por muitos por aliar a sua posição  política de democrata lutador por uma sociedade livre, justa e fraterna à sua condição de católico marcado pelo Concílio Vaticano II e pelo Papa João XXIII.

Proibido  de exercer a profissão de professor ( de que muito gostava)  e qualquer outra função pública por recusar aceitar as proibições que o regime lhe impunha,  foi na advocacia que encontrou a possibilidade de trabalhar e viver. Advocacia que desempenhou  com elevado saber, fruto de muito estudo, tendo chegado a pleitear no Tribunal Europeu dos Direitos Humanos em Estrasburgo.

Ao mesmo tempo que advogava, exerceu muitas outras actividades de interesse público, não cabendo neste espaço enumerá-las todas. Lembro apenas a presidência do  Famalicense Atlético Clube, cargo de que se demitiu para não prejudicar aquela agremiação, pois a câmara municipal de então ameaçava deixar de a apoiar se ele se mantivesse como presidente; a fundação  da secção de Vila Nova de Famalicão do Partido Socialista, logo em 1974,  defendendo sempre o socialismo democrático e sendo eleito vereador e mais tarde presidente da assembleia municipal, cargo que exerceu com muita dignidade; a direcção  do jornal Democracia do Norte, o primeiro fundado em Famalicão depois do 25 de Abril, tendo estado posteriormente na primeira linha da criação dos jornais  Vila Nova e Opinião Pública; devendo ser realçada, ainda, a  intensa luta pela defesa do ambiente como sócio e dirigente da Quercus.  

Nestes últimos anos, era grande o seu entusiasmo pelo magistério do  Papa Francisco e por duas encíclicas notáveis uma mais dedicada à nossa casa comum (Laudato Sì) e outra à fraternidade entre todas as pessoas (Fratelli Tutti). Lê-las ou reler será uma boa forma de lhe prestar homenagem.

(Publicado no OP em 3.1-24)