quarta-feira, 28 de setembro de 2022

HOSPITAL E MATERNIDADE

HOSPITAL I - Parece-me um erro ficarmos fixados no problema da Maternidade no que respeita ao Hospital de Famalicão. Precisamos de ter uma ideia do Hospital que queremos para servir a população do nosso concelho e de outros vizinhos e depois agir junto do Governo, seja ele qual for. Nos anos sessenta do século passado houve por parte da Santa Casa da Misericórdia de então a visão de construir um grande Hospital e assim se fez. Infelizmente depois disso governos municipais do PS e do PSD/CDS emparedaram-no a poente e a nascente (em frente às urgências!) com urbanizações que tornaram difícil o acesso e o estacionamento à volta dele. Não houve visão, houve mesquinhez.

HOSPITAL II - E agora? A ideia de um Hospital Novo é bonita, mas parece-nos irrealista. Não estamos a ver como convencer um Governo, seja ele qual for, a construir na cidade de Famalicão - ou junto dela - um grande hospital para substituir o actual. Se houver quem pense o contrário que o diga e que nos convença.

HOSPITAL III - Devendo como nos parece, sermos realistas e ter como ponto de partida o Hospital actual, muito há a fazer. Apresentamos uma opinião, esperando que surjam outras melhores. Trata-se de fazer crescer o nosso hospital para norte. Para norte, ainda dentro do seu recinto, há largo espaço para fazer crescer o edifício. E ainda um pouco mais para norte nas traseiras da Rua Vasco Carvalho há um amplo terreno para construir estruturas de apoio ao hospital, desde logo, o estacionamento. É actualmente um campo agrícola abandonado. De que se está à espera para o comprar ou, no limite, expropriar? Não será assim tão caro, seguramente.

HOSPITAL IV – Há é certo uma barreira constituída pelos edifícios contíguos da Rua Vasco Carvalho ( aquela rua que só tem prédios do lado norte). Mas será assim tão difícil comprar ou, no limite, expropriar um ou dois prédios para fazer ligação directa ao Hospital? O interesse particular de um ou dois proprietários não se pode sobrepor ao interesse público da saúde de centenas de milhar de pessoas. E a expropriação implica uma indemnização justa, ou seja, a necessária para fazer ou comprar um prédio igual, nem mais nem menos. Uma câmara e assembleia municipal com visão e apoio dos famalicenses saberão encontrar uma solução que garanta um salto em frente do nosso Hospital e defendê-la-ão junto do Governo que estiver em funções. Com visão, dissemos e repetimos, porque mesquinhez já basta a que houve até agora.

MATERNIDADE I - O fecho da maternidade, anunciado em setembro de 2022, poderá ser inevitável se nada fizermos. Mas também aqui há muito a fazer. Desde logo, demonstrando que queremos ter um grande hospital. Depois, procurando saber que estudo é esse que nos tira a maternidade? Esse estudo não é nem pode ser segredo de Estado e precisamos de ter acesso a ele, se estiver concluído. Falta-nos informação e informação é o que precisamos urgentemente para ficarmos convencidos. Sabemos muito pouco. Sabemos e isso é contra nós que na nossa Maternidade se fizeram menos de mil partos num ano, enquanto o Hospital Público da Póvoa de Varzim fez mais de 1.200 no mesmo período. Como é possível isto, sabendo que o nosso concelho tem praticamente o dobro da população da Póvoa? Como pode não estar a nosso favor o facto de a população do nosso concelho (130.000 habitantes), juntamente com a de Santo Tirso e da Trofa, ser superior a 200.000 habitantes?

MATERNIDADE II – Há aqui muito que explicar, desde logo por parte da gestão do CHMA e também pelo município que sabemos tem ou deveria ter um pelouro activo que cuida da saúde e cuidar da saúde é estar atento a estes assuntos. Será que não se sabia que este estudo estava em curso? Pode, aliás, fazer-se um estudo deste género sem consultar os hospitais e autarquias envolvidas? É preciso pôr cá fora toda a informação e é preciso agir!

(Artigo de opinião publicado no Opinião Pública, de 28-09-2022)

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