quarta-feira, 8 de fevereiro de 2023

A Câmara dá circo!

157.000 EUROS PARA O CARNAVAL 2023 – Protesto! Podem dizer-me que o povo gosta, podem dizer-me que dá votos, mas não aceito que o município gaste 157.000 euros do orçamento (não contando as derrapagens) no Carnaval. O Carnaval em Famalicão começou por ser uma iniciativa da sociedade praticamente sem custos para o município. Progressivamente a câmara municipal foi-se apropriando do “entrudo” e municipalizou-o. A câmara municipal aprovou esta verba muito recentemente por unanimidade (!). O PS também aplaudiu. Roma no período da decadência dava pão e circo aos romanos para os contentar. A nossa Câmara como não pode dar pão, dá circo. Como se não houvesse onde gastar melhor o nosso dinheiro. Como se não fosse possível um Carnaval popular sem grandes gastos.

E O CIRCO CONTINUA AO LONGO DO ANO - São, entre outras, as Festas Antoninas, a Feira do Artesanato, as Feiras Grandes, o Natal secularizado que começa logo em Novembro e para tudo isso uma quantidade de dinheiro que nem fazemos ideia. Seria bom saber detalhadamente na sessão da assembleia municipal, a realizar em Abril, para aprovação do relatório de actividades e contas do município, quanto dinheiro se gastou em 2022 nestas festas.

FAMALICÃO INDÚSTRIA – A indústria no nosso concelho tem-se desenvolvido muito (talvez um pouco territorialmente desordenada) e isso merece aplauso. Ao “Made In” somamos o “Created In” e a câmara tem estado muito activa.

FAMALICÃO AGRICULTURA – Já o mesmo não se pode dizer da agricultura. Temos neste domínio uma concentração cada vez mais indesejável na vinha e no milho para pasto do gado, quando deveríamos dar mais e melhor atenção aos produtos tradicionais desde o milho e outros cereais para a alimentação humana, à horticultura e à fruticultura. E sempre com especial relevo para a agricultura mais saudável, a agricultura biológica. Ai de nós, se não cuidamos da agricultura de subsistência e ficamos praticamente dependentes apenas do que vem de fora!

FAMALICÃO FLORESTA – O nosso concelho tem 200 Km2 e por isso área mais do que suficiente para ter uma parte florestal de qualidade. O eucalipto invade quase tudo, descurando-se a nossa floresta tradicional. Tanto há a fazer aqui, quando tivermos uma câmara capaz de perceber a importância da diversificação e da qualidade das espécies florestais.

SUPERFÍCIES COMERCIAIS – Vamos ter mais uma superfície comercial? E junto do centro? Próximo do Hospital? Não temos mesmo juízo? Estamos a dar cabo do comércio tradicional, nomeadamente no ramo alimentar e isso é mau para os famalicenses. Precisamos de estabelecimentos que tenham produtos nacionais e da região, que tenham empregados e empregadas para nos atenderem e com preços razoáveis. Em vez disso, gigantes da comercialização que funcionam com poucos empregados (fazem de nós consumidores seus empregados), que trazem produtos de não se sabe de onde, com proprietários sem rosto e que levam lucros para fora do nosso país. Que anda a fazer a câmara, que tem por obrigação planear e decidir? E que faz a ACIF que não defende os seus associados?

ASSOCIAÇÃO DE FUTEBOL DE SALÃO AMADOR (AFSA) – Não conhecia, ou pelo menos não me lembrava, da existência da AFSA – VILA NOVA DE FAMALICÃO. Teve direito a um suplemento especial do Opinião Pública da semana passada e em boa hora. São 24 associações no concelho e cerca de 500 atletas. Futebol amador dirigido ao bem estar e saúde dos praticantes merece todo o apoio e desenvolvimento E amador sempre, porque o profissional é cada vez mais lugar de má frequência (e de negócios muito escuros).

(Artigo de opinião publicado no Opinião Pública, de 08-02-2023)

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