quarta-feira, 22 de fevereiro de 2023

CERCO AO HOSPITAL


CERCO AO HOSPITAL

HOSPITAL DA MISERICÓRDIA - Quando nos anos sessenta do século passado a Mesa da Santa Casa da Misericórdia de Vila Nova de Famalicão presidida por Amadeu Mesquita construiu o nosso atual Hospital teve larga visão e ficamos a ter um hospital que nos orgulhou. E houve o cuidado de deixar espaço para ele crescer.

 ZONA DE PROTECÇÃO - Pouca gente saberá que nessa mesma altura foi aprovada pelo Governo uma zona de protecção de modo que o acesso ao Hospital fosse fácil e não houvesse grande concentração de construção à sua volta. Olhe-se para o lado sul e lá estão vivendas (Praça de Olivença). Olhe-se para o lado norte e vivendas estão (Rua Vasco Carvalho). Olhe-se para o lado poente (Rua Amadeu Mesquita) e sucede o mesmo.

A DESPROTECÇÃO DO HOSPITAL - No entanto, o que fizemos depois disso? Do lado poente, junto das antigas urgências, deixamos erguer uma grande urbanização com vivendas e prédios de vários andares que têm a principal saída para o Hospital, chegando ao cúmulo de ter prioridade (STOP) sobre o restante transito. Depois,  passamos as urgências para o lado oposto, para o lado nascente. Na altura,  havia ao lado um grande buraco que bem deveria ser olhado como um apoio para o Hospital, pelo menos em parte. Lembro-me de ir falar directamente com responsáveis da Administração, chamando a atenção  para a importância daquele espaço. Nada! O que se fez foi tapar o Hospital também pelo lado nascente, surgindo ali  um grande prédio, mais conhecido pelo “Ex-Libris”. E se tivesse havido visão não seria bom haver ali, pelo menos, alguns apartamentos para arrendar, em certas condições, a médicos e enfermeiros, por exemplo?

O QUE FALTA DESPROTEGER - Falta agora tapar o Hospital pelo lado Norte. O lado para onde ele poderia  crescer e muito, para estar à altura das necessidades dos nossos dias ( o Hospital vai fazer 60 anos e a população aumentou muito). O Hospital  precisa de espaço para o lado norte e ele existe. Existe  e pertence-lhe  até à Rua Vasco Carvalho   e existe ainda  por detrás das vivendas da Rua Vasco Carvalho, lugar ideal para termos amplo espaço para apoio ao Hospital. Ali do que menos precisamos é de mais uma nova superfície comercial. Do que  precisamos, por exemplo,  é de um edifício complementar do Hospital que bem poderia libertar quartos e enfermarias deste, ocupados por doentes em recuperação e que não precisassem de cuidados especiais. Seriam ali acolhidos até recuperação completa.  Mas parece que ninguém pensou nessa ou noutras soluções de apoio ao Hospital quando se delimitou a unidade de execução que vai estar agora em discussão pública.

DISCUSSÃO PÚBLICA - A discussão pública sobre  a unidade de execução do lado norte do Hospital  vai durar apenas 20 dias úteis. É tempo que nem dá para compreender, nem para  pensar o que está em jogo. Esperemos,  já que será pedir muito que a câmara alargue o prazo, que ao menos tenha larga  publicidade. A câmara é exímia, sempre que tem interesse nisso, em fazer publicidade, dando largo destaque na sua página, nos meios de comunicação social e por outros meios. Assim o deverá fazer porque não está em causa coisa pouca. Está em causa o futuro do nosso Hospital!

AINDA A PUBLICIDADE -  E não deve haver apenas uma sessão pública de discussão. Deve haver as que forem necessárias e transmitidas online para mais pessoas poderem assistir e depois consultar para formarem a sua opinião. Doutro modo o período de discussão pública será uma mera formalidade.

INTERESSADOS - Esta discussão pública deve interessar vivamente  não só os famalicenses em geral, bem como como toda a câmara e a assembleia municipal como seus órgãos representativos , os meios de comunicação social e muito especialmente o Conselho de  Administração do Hospital (CHMA) e através dele o Governo. Isto  é um assunto que extravasa  o interesse meramente municipal.

OUTROS ASSUNTOS – Até ao fim da discussão pública tencionamos focar toda a atenção nesta unidade de execução envolvente do Hospital. Para outros assuntos esperamos  abertura do “Opinião Pública” digital que chega regularmente ao nosso email e é largamente difundido.

                                                                               António Cândido de Oliveira

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