quarta-feira, 11 de outubro de 2023

ESCREVER POR, LOGO CONTRA
 
TÍTULO – “Escrever por, logo contra” parece um estranho título. No entanto é bem simples: escrevo pelo bem do nosso concelho e dos que nele habitam e é isso o que me move; mas exactamente por isso escrevo contra tudo o que me parece prejudicar o concelho e as suas gentes.
OPINIÃO – Claro que o que escrevo são as minhas opiniões e como tal outros podem ter opinião diferente e considerar que não tenho razão. Mas o que é a democracia senão a liberdade de exprimir o que pensamos, sabendo que podemos estar errados? Só da livre e responsável  troca de opiniões, sempre com respeito mútuo, poderemos encontrar as melhores soluções para os problemas da nossa terra.
DEMOCRACIA -  O grave é quando aceitamos que tudo o que o poder faz está bem feito, só nos restando obedecer e aplaudir. Quando tal suceder já não estamos em democracia, estamos fora dela.
ELOGIOS -  Mas ao escrever pelo bem do concelho não há lugar para elogios, alguns pelo menos? Claro, mas só raramente e quando vier a propósito, porque dos elogios encarrega-se a própria câmara não só  através dos seus cada vez mais sofisticados serviços de informação e propaganda que fazem chegar em catadupa textos aos meios de comunicação social, mas também  através da sua página oficial onde tudo são maravilhas e ainda dos boletins municipais que estão  repletos de louvores ao município e que a lei proíbe em França. Aliás, em Portugal, a ERC (Entidade Reguladora para a Comunicação Social ) critica tais boletins.
SAÚDE – Lê-se na imprensa local e aqui sigo o OP que o nosso município assumiu mais responsabilidades no domínio da saúde (existem 12 centros de saúde no concelho) e que o presidente da câmara gostava de ir ainda  mais longe, tendo “uma palavra a dizer no que diz respeito ao funcionamento das unidades de saúde, desde logo nos horários e corpo clínico”. Para o município serão transferidos do Estado 4 milhões de euros, mas são necessários, segundo diz, 13 milhões pelo que há um défice de 9 milhões de euros. É muito dinheiro e muita responsabilidade!
HOSPITAL – No domínio da saúde é de extrema necessidade também aumentar o nosso hospital (um hospital novo é uma utopia) e ele tem por onde aumentar. É preciso dar a conhecer um plano que tenha esse objectivo, se ele existir,  e, se não existir, mais urgente é fazê-lo para ser apreciado. Não é da competência do município fazer esse plano, nem  alargar o hospital. Mas é da sua inteira competência lutar junto do Governo para que tenhamos um Hospital à altura das necessidades do nosso concelho. Para essa importante  luta pode e deve convocar todos os famalicenses e quanto antes! (A não  ser que julgue mais importante colocar junto dele um centro comercial).
PARQUE DE SINÇÃES – Também é notícia da semana passada o anúncio da requalificação do Parque de Sinçães. É uma boa notícia que merece uma referência mais ampla. Já tarda o crescimento para Norte que continua a ser um segredo de gabinete. Por outro lado, o Parque deve ser acessível para os moradores das ruas Ana Plácido, Artur Cupertino de Miranda  e outras adjacentes. Não tem sentido obrigar estes moradores  a subir pontes para lá chegar como sucede agora. Assunto a merecer mais espaço.
IMPRENSA LOCAL – É meu entender  que  é  pobre um jornal local que não tenha um bom espaço dedicado à opinião sobre os assuntos locais. Só desse modo  podem ser debatidos os problemas do nosso concelho que são muitos e merecem toda a atenção.
 
(Publicado no jornal OP de 11.10.23)

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