sábado, 18 de janeiro de 2020

Diário Famalicense - 44 Anos de Democracia (7.11.19)



                                                              
ASSOCIAÇÃO AMIGOS DE FAMALICÃO (AAF) -  Quando a AAF me convidou para proferir uma palestra no âmbito do seu plano de actividades sobre o Poder Local solicitou-me um título e encontrei este:” 44 anos de democracia”. Efetivamente vivemos em 44 anos de democracia (tendo  em conta as eleições para a Assembleia Constituinte em 25 de Abril de 1975) e bem sabe a diferença quem tem idade  para ter conhecido os dois regimes ou, sendo novo,  teve o cuidado de procurar saber.
DEMOCRACIA I -  A diferença é grande e assenta, entre muitas outras,  em dois pilares importantes s: por um lado, as eleições são sérias, assentando em cadernos eleitorais amplos e mesas de voto devidamente  fiscalizadas e antes não eram; por outro lado, as pessoas têm liberdade de expressão e de associação ( a censura  governamental  aos meios de comunicação desapareceu) e  não são presas pela PIDE/DGS  e levadas para uma cadeia por motivos meramente políticos.
DEMOCRACIA II  -  Muita gente antes de 1974 julgava que a democracia não era possível, que o país, não estava preparado. Dizia-se  que os portugueses não  sabiam viver em democracia. Estes 44 anos provaram o contrário. Esta democracia tem defeitos? Muitos. Mas é uma democracia e não uma ditadura. 
PARTIDOS POLÍTICOS  -  Como se manifestou ela, nomeadamente no nosso concelho? Pela criação de partidos políticos à luz do dia e com liberdade. O Partido Comunista pôde sair da clandestinidade e não tomou o poder  como  muitos temiam; o  Partido Socialista desenvolveu-se e tornou-se um dos preferidos dos famalicenses; o mesmo se diga do Partido Popular Democrático, mais tarde também Partido Social Democrata; surgiu, pela mesma altura, o Partido do Centro Democrático Social com muita  força em Famalicão;  o Partido denominado Movimento Democrático Português  tinha sede e conhecidos militantes. Tudo  sem esquecer outros numerosos partidos da esquerda à direita.
JORNAIS – Outra manifestação da democracia foi a criação de jornais sem necessidade de autorização do governo.  No domínio dos meios de comunicação social mantiveram-se sem precisar de ir à censura ou ao visto prévio, os jornais existentes Jornal de Famalicão, Notícias de Famalicão  e Estrela da Manhã. Surgiu, mais tarde,  a Democracia do Norte jornal de âmbito regional, mas foi o Vila Nova o primeiro jornal  famalicense nascido em democracia, mais tarde surgiu a Cidade Hoje e pouco depois  o Opinião Pública e  o Povo Famalicense. Não estou seguro da ordem de fundação. E não devemos esquecer outros meios de comunicação social.
ASSOCIATIVISMO – No domínio associativo houve uma explosão de iniciativas e temos hoje cerca de 500 associações, desportivas muitas delas, mas mistas a maior parte, juntando  ao desporto a cultura e outras actividades.
E O FUTURO – A democracia parou aqui? Seguramente que não. Tem  muito caminho para percorrer  e principalmnente para se aperfeiçoar. Gostaríamos de centrar a sessão de 16 de novembro, na Fundação Cupertino de Miranda  neste aspecto. Devemos aperfeiçoar, os partidos, melhorar  os meios de comunicação social  e valorizar as associações. Para isso precisamos  do contributo de todos.
                                                                            


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