ASSOCIAÇÃO AMIGOS DE FAMALICÃO (AAF) - Quando a AAF me convidou para proferir uma
palestra no âmbito do seu plano de actividades sobre o Poder Local solicitou-me
um título e encontrei este:” 44 anos de democracia”. Efetivamente vivemos em 44
anos de democracia (tendo em conta as
eleições para a Assembleia Constituinte em 25 de Abril de 1975) e bem sabe a
diferença quem tem idade para ter
conhecido os dois regimes ou, sendo novo,
teve o cuidado de procurar saber.
DEMOCRACIA I - A
diferença é grande e assenta, entre muitas outras, em dois pilares importantes s: por um lado,
as eleições são sérias, assentando em cadernos eleitorais amplos e mesas de
voto devidamente fiscalizadas e antes
não eram; por outro lado, as pessoas têm liberdade de expressão e de associação
( a censura governamental aos meios de comunicação desapareceu) e não são presas pela PIDE/DGS e levadas para uma cadeia por motivos
meramente políticos.
DEMOCRACIA II - Muita gente antes de 1974 julgava que a
democracia não era possível, que o país, não estava preparado. Dizia-se que os portugueses não sabiam viver em democracia. Estes 44 anos
provaram o contrário. Esta democracia tem defeitos? Muitos. Mas é uma
democracia e não uma ditadura.
PARTIDOS POLÍTICOS
- Como se manifestou ela,
nomeadamente no nosso concelho? Pela criação de partidos políticos à luz do dia
e com liberdade. O Partido Comunista pôde sair da clandestinidade e não tomou o
poder como muitos temiam; o Partido Socialista desenvolveu-se e tornou-se
um dos preferidos dos famalicenses; o mesmo se diga do Partido Popular
Democrático, mais tarde também Partido Social Democrata; surgiu, pela mesma
altura, o Partido do Centro Democrático Social com muita força em Famalicão; o Partido denominado Movimento Democrático
Português tinha sede e conhecidos
militantes. Tudo sem esquecer outros
numerosos partidos da esquerda à direita.
JORNAIS – Outra manifestação da democracia foi a criação de
jornais sem necessidade de autorização do governo. No domínio dos meios de comunicação social
mantiveram-se sem precisar de ir à censura ou ao visto prévio, os jornais existentes
Jornal de Famalicão, Notícias de Famalicão
e Estrela da Manhã. Surgiu, mais tarde,
a Democracia do Norte jornal de âmbito regional, mas foi o Vila Nova o
primeiro jornal famalicense nascido em
democracia, mais tarde surgiu a Cidade Hoje e pouco depois o Opinião Pública e o Povo Famalicense. Não estou seguro da ordem
de fundação. E não devemos esquecer outros meios de comunicação social.
ASSOCIATIVISMO – No domínio associativo houve uma explosão
de iniciativas e temos hoje cerca de 500 associações, desportivas muitas delas,
mas mistas a maior parte, juntando ao
desporto a cultura e outras actividades.
E O FUTURO – A democracia parou aqui? Seguramente que não.
Tem muito caminho para percorrer e principalmnente para se aperfeiçoar.
Gostaríamos de centrar a sessão de 16 de novembro, na Fundação Cupertino de
Miranda neste aspecto. Devemos
aperfeiçoar, os partidos, melhorar os
meios de comunicação social e valorizar
as associações. Para isso precisamos do
contributo de todos.
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