quarta-feira, 17 de maio de 2023

Festas, obesidade e árvores

DISCREPÂNCIA - Quem leu o OP da semana passada (10 a 16 de maio de 2023) viu em primeira página, com largo e merecido destaque o título “Câmara aprova orçamento de quase 700 mil euros para as Festas Antoninas” e leu também na distante página 18 o título da minha responsabilidade: “800.000 euros para agradar ao povo”. O título da página 1 está sustentado no orçamento aprovado em reunião de câmara de 4 de maio de 2023 que é de 698.000 euros. O meu título, não tem sustentação em factos e é, por isso, apenas uma projecção arriscada (?) da minha inteira responsabilidade. Só as contas finais poderão dizer se foram gastos 700.000, 800.000 euros ou mais ou até menos. Temos o direito de exigir contas rigorosas e não terei problemas em reconhecer o meu erro, se as despesas forem as previstas no orçamento.

PRIORIDADES - Entretanto gastar 700.000 (ou mais) euros nas Festas Antoninas é um exagero que demonstra que as prioridades da câmara merecem severa crítica. Bem se poderiam retirar do orçamento das Antoninas 300.000 euros (ainda muito sobrava) que seriam muito bem gastos de outro modo. Poderiam ser utilizados, por exemplo, em matéria de saúde na prevenção e luta contra a obesidade. A obesidade é uma doença grave que alastra e que precisa de ser prevenida e combatida pela administração estadual e pelo nosso município. E que bom seria podermos dizer em breve que o nosso município, pelo trabalho nele desenvolvido nessa área, era um dos que tinha menos percentagem de pessoas obesas no país. Isso valeria muito mais do que propagandear que tivemos umas grandes Festas Antoninas.  E o exemplo da obesidade é apenas um de muitos outros problemas que igualmente têm larguíssima prioridade sobre uns dias de festejos e que poderiam ser objecto de atenção.

PETIÇÃO MONTE SANTA CATARINA – Foi entregue na assembleia municipal a petição relativa à protecção do Monte de Santa Catarina e zona envolvente subscrita por mais de mil munícipes e que vai dar lugar a uma apreciação em próxima sessão do nosso parlamento local. Na apresentação pública feita recentemente na assembleia municipal (período do público) o presidente da câmara mostrou abertura para acolher alguns pontos da mesma. É bom para começar, mas esta maioria tem de mostrar mesmo que a defesa do meio ambiente é promessa para cumprir.

ÁRVORES – Fiz um pedido de auxílio à câmara municipal para proteger as 22 árvores esguias que estão plantadas ao longo da antiga EN n.º 14 entre a Confeitaria Moderna e a Pichelaria Mouzinho. Não se concebe que a maior parte dessas árvores estejam sem a protecção de talas de madeira, como algumas estão, para crescerem direitas. Já vimos pessoas e crianças a elas agarradas como se fossem árvores robustas e não são. Aliás a falta de cuidado com as árvores é notória na cidade e a ideia que fica é que não temos nem técnicos qualificados, nem brio nesta matéria.  

RUA SANTO ANTÓNIO – A Rua de Santo António da nossa cidade está a ficar ainda mais bonita do lado esquerdo (sentido nascente-poente) com a reabilitação dos prédios que a moldam. Ainda bem. O mesmo não se pode dizer do lado direito a começar pelo ex-Hotel Garantia que continua anos após ano a mostrar a incompetência da câmara para resolver o que deveria estar há muito resolvido. Lembram-se do que disse o presidente da câmara há cerca de um mês e que aqui transcrevemos?  Este assunto não merece o interesse da comunicação social famalicense?

(Artigo de opinião publicado no Opinião Pública, de 17-05-2023)

Sem comentários:

Enviar um comentário