quarta-feira, 1 de junho de 2022

Opinião

VINTE PRIMEIROS - O município de Vila Nova de Famalicão, com 200 quilómetros quadrados de superfície e mais de 130.000 habitantes, está entre os vinte primeiros mais povoados do país. Será preciso dizer algo mais para concluir que o nosso concelho tem muitos problemas para resolver, que precisam de ser debatidos publicamente para encontrar as melhores soluções?

PROBLEMAS E DEBATES – São tantos os problemas desde os relativos à agricultura, à floresta, à indústria, ao ordenamento do território, ao urbanismo, aos transportes públicos, à habitação, às vias de comunicação, ao ambiente, à educação, à saúde, à cultura, à digitalização e muitos outros e é muito pouca a discussão sobre eles. Temos pelo menos três jornais semanários impressos e um mensal e é curta a parte ocupada com opinião.

INFORMAÇÃO - Importa falar a este propósito da política local, pois é disso que se trata. Os órgãos de governo local (presidente da câmara, câmara municipal e assembleia municipal) e respetivos serviços funcionam, mas funcionam muito em circuito fechado e de cima para baixo. A câmara enche os meios de comunicação com notícias, mas estas circulam pouco de baixo para cima.

DE BAIXO PARA CIMA - Se um munícipe (o mesmo se deve passar com os jornais) faz uma pergunta, a resposta demora e demora. Isto quando vem, pois nem sempre é dada. Frequentemente é preciso insistir e depois não vem detalhada, nem clara, tenho experiência disso. Já foi pior? Foi. Mas mesmo agora as respostas demoram e têm um efeito negativo que é o de levar quem pergunta a desistir de perguntar.

SUPREMO - De qualquer modo acabei de receber uma resposta à pergunta sobre as razões que fundamentaram o licenciamento do edifício denominado “Supremo” em frente do Tribunal Judicial. Em resumo, a resposta foi a de que aquele local permite a construção até 4 pisos mais 1 ao abrigo do Plano Diretor Municipal. É uma resposta insatisfatória, porque o problema é saber como nasce um edifício de 5 pisos no meio de vivendas. É preciso responder melhor. Perguntarei.

CENTRO HISTÓRICO - O centro da cidade, o antigo Campo da Feira, ainda em obras, precisava de maior debate. Aquilo é mesmo uma eira e não é de uma eira que precisamos.

BRAGA - Infelizmente, o problema não é só de Famalicão como resulta desta notícia que recolhemos. (Braga plantou mais de mil árvores mas ainda não conseguiu arrefecer a cidade – Público, 07 maio’22). Anos de betonização elevam temperaturas. Braga plantou mais de mil árvores mas ainda não conseguiu arrefecer a cidade. Em fevereiro de 2021, a paisagem da zona pedonal da Avenida da Liberdade, uma das mais movimentadas da cidade de Braga, ficou desprovida de dez das 42 árvores que a compunham. (...) O betão na cidade, e consequente ausência de árvores, é parte de uma “transformação da cidade nos últimos 50 anos”, explica ao Público o arquiteto e docente na Universidade do Minho, André Cerejeira Fontes.

(Artigo de opinião publicado no Opinião Pública, de 01-06-2022)

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